Luma: Que? Sentiu o que?
Luara: Ai, não vomita, são 01:30h de carro, ninguém é obrigado viajar com cheiro de vômito.
Hilary: Não, idiota. Não tô com vontade de vomitar. Eu senti o aperto no peito, igual senti aquela hora na sua casa. Essa estrada de cafezal me dá arrepios, desde novinha, eu odeio vir aqui.
Marian: Hãm? Como assim?
Luara: Acho que ela se referiu as lendas. As lendas rurais são daqui. Dizem que quem viaja de noite, pelo cafezal, não volta mais.
Marian: Credo, gente, parem com esses assuntos.
Hilary: É verdade. Minha família nunca vem para cá a noite, a gente sempre vinha de manhã e voltava antes do sol se pôr. A energia aqui é péssima.
Marian: Mas são só lendas, né?
Luma: Não. O último caso de morte aqui foi dia 15 de setembro de 2012. O resto são só boatos, pessoas desaparecem e deduzem que morreram aqui. Mas teve casos de morte também em janeiro de 1993, agosto de 1987 e julho de 1975.
Luara: Como tu sabe disso?
Hilary: Deeeer! Ela estuda perícia, óbvio que vai saber de casos criminais.
Marian: E você, Luma? Não sentiu energia ruim? Não é você que é a espírita? - Debocha.
Luara: Viu? Você fez de novo!
Marian: Que?
Luara: A mulher da Luma é espírita, você fez graça de zombar. Puta merda! Como te suportam?
Marian: Seu cu, porra! Eu lá ia saber que aquele encosto é espírita? Eu falei porque a Luma realmente é.
Luara: Aham, sei. Vou ficar até quieta.
Hilary: Melhor mesmo! Parecem cão e gato! Uma implicante e a outra que vê problema onde não tem. Quem aguenta? Pelo amor de Deus.
Luma: Vocês parecem duas crianças - Olha para Hilary e ambas sorriem.Os jovens estavam no sítio, bebendo e curtindo, como todos os adolescentes fazem. Porém acabou uma das bebidas chaves para o drink, e Hilary resolve chamar Luma para ir buscar.
Luma: Vamos, sim. Mas onde fica isso?
Hilary: Passando o cafezal. Uma conveniência, é uma conveniência. A mais perto que tem.
Luma: Certo. Ei, Marian, estamos indo comprar bebida, daqui a pouco estamos de volta. Avisa o pessoal. - Diz para Marian que estava sentada distraída vendo TV.
Luma: Ai, espera. Meu blazer, tô com frio._POV HILARY
Durante o caminho, senti alguns arrepios e falta de ar, decidi não comentar nada, mas eu estava prestes a querer chorar. Esse lugar não me agrada. Vim mais para ajudar a Luara com a superação. Confesso que tudo que eu queria era ir embora desse maldito lugar. Meu avô afirma ter visto coisas terríveis. Em abril de 2005, dois ciclistas passaram por lá, tomaram café e tudo. Quando foi a noite, apenas um dos ciclistas voltou. Ele estava ensanguentado, segurando um membro do outro ciclista. Meu vô disse que o homem estava desesperado e ele ajudou a se limpar e ir para casa. Porém, quando foi a noite, na janela do quarto que tem o sótão, meu vô avistou o ciclista que tinha sido morto, avistou na janela, ele gemia de dor e sussurrava coisas do tipo "ele sempre volta, fuja enquanto há tempo".•NA CONVENIÊNCIA
Hilary: O que você acha dessa bebida?
Luma: Não me faça pergunta boba. Você sabe que eu não entendo nada dessas coisas.
Hilary: Hum. Sabe, as vezes queria ser como você.
Luma: Como eu?
Hilary: Sim, como você. Você é tão certinha, nunca faz nada de errado.
Luma: Eu tô longe de ser certinha. E eu faço coisas erradas, sim. Aliás, eu sempre fodo com tudo. Inclusive hoje eu fiz minha namorada se estressar e minha melhor amiga se sentir culpada por algo que não tem culpado.
Hilary: Certinha do tipo: "Eu não preciso de bebidas e drogas para me sentir feliz" e "eu não preciso estar namorando para me sentir amada e válida". Eu invejo isso em você.
Luma: Eu queria ser você. Você tem uma ótima estabilidade financeira. Você tem relação boa com seus pais e irmãos. Você é ótima em exatas. Eu invejo tudo isso.
Hilary: Acho bonito isso. A gente se inspira uma na outra. É lindo, não é?
Luma: Haha, sim. E serve para vermos como nunca estamos felizes com o que temos. - Ela piscou.
Hilary: Aqui, moço. Só isso.
Atendente: Certo. Vocês estão sozinhas?
* Elas se encaram *
Hilary: Sim. - Luma belisca ela.
Luma: É... não! Nosso amigo está esperando no carro.
Atendente: Devem ser novas aqui, né? Para não conhecer a lenda do cafezal. Que inclusive o vento está balançando bastante lá fora. Acho bom vocês tomarem cuidado, vocês vão precisar. Me impressionaria muito se vocês saíssem vivas daqui.
Hilary: O que você quis dizer com isso?
Luma: Não importa! Vamos embora. Tchau e boa noite, senhor!• NO CARRO
Hilary: Tem mesmo alguém com a gente?
Luma: Não. - Revirou os olhos - Mas ele poderia estuprar a gente, falando que tem algum homem conosco corremos menos riscos.
Hilary: Tô me sentindo mal de novo. Esse lugar me faz mal. Minha pressão tá caindo.
Luma: Mulher, pelo amor de God, não desmaia aqui. Não tenho a mínima ideia de primeiros socorros.
Hilary: Não, besta. Não vou desmaiar, mas quero ir embora. Quando você for ir, pode me levar?
Luma: Sim. 21:30 saímos daqui.• NO SÍTIO
_POV MARIAN
Eu estava sentada vendo TV na sala, um programa meia boca que estava passando, já que não tinha um canal bom sequer. Até que eu escutei o telefone fixo tocar. Levantei e fui atender.
Marian: Olá?
Uma voz rouca atende - Número desconhecido: Oi, Marian.
Marian: Hã? Quem é? Como sabe meu nome?
Número desconhecido: Isso não importa agora - Ele gargalha - Suas amigas correm um perigo terrível, menina.
Marian: Que? Quem?
Número desconhecido: A do vestido rosa e casaco de pelo branco. E também a do blazer preto, a dona do Honda Civic.
Marian: A Luma e a Hilary?
* Ele ri *
Marian: Olha, seja quem for, pare com esse brincadeira. Não tem a mínima graça!
Número desconhecido: Brincadeira? Acha mesmo que eu estou brincando? Tente chamar elas pela casa, se elas aparecerem... você ganha um presente.
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O SÍTIO
Fanfiction05/13/22, feriado na Pensilvânia, seis jovens adolescentes vão até um sítio para passar o tédio.