𝑷𝒍𝒂𝒏𝒐𝒔 𝑰𝒎𝒑𝒆𝒓𝒇𝒆𝒊𝒕𝒐𝒔 - The Umbrella Academy

CAPÍTULO 16

CAPÍTULO 16:
Fica comigo.

— Aonde você pensa que vai? — Cinco agarrou meu braço, se eu não o conhecesse diria que está com medo de que eu não volte mais.

— Buscar água, como eu disse.

Ele forçou a vista, me fitando para saber se isso era verdade. E é óbvio que não era, eu só precisava de uma desculpa para sair dali.

— Eu vou com você então.

— Não precisa! — eu disse, arregalando os olhos.

— O que foi? Não precisa ficar nervosa.

— Não estou nervosa. — menti.

— Não? — ele perguntou — Por que suas mãos estão tremendo?

Ele segurou minhas duas mãos e apertou-as até que parasse de tremer. Até que eu percebesse que isso é real. Demos um puta passo na nossa relação, e eu não absorvi isso ainda. Preciso de tempo.

— Acho que eu já vou dormir. — inventei outra mentira.

— Espera aí, eu acabei de falar que te daria todo meu amor e você diz que vai dormir? — ele disse franzindo as sobrancelhas, um tanto bravo — É sério isso?

Cinco, eu no seu lugar também não gostaria, mas acho que estou assustada.

— É — falei — Desculpa, mas foi estranho ouvir isso de você.

Cinco respirou fundo, sabe que estou certa. Ele sabe que ele é um cara complicado.

— Vai dormir, não é? Dorme aqui comigo então. — Cinco agarrou a minha cintura sorrindo.

Eu nem olhava para ele, estava confusa sobre tudo. Ele soltou minha cintura aos poucos. Acho que ele já me conhece bem, porque a sua reação ao meu silêncio foi abaixar a cabeça e dizer:

— Não vou te obrigar a ficar. Pode ir.

Não sei explicar porquê isso doeu de ouvir. Mas de uma coisa eu tenho certeza: essa era a atitude que eu precisava ver dele para saber que ele mudou. Ele me deu espaço, me deu tempo, se importou comigo. Não aumentou a sua voz mandando eu ficar.

Quando entendi isso, tentei dar um beijo em seu rosto, mas ele desviava só por diversão. Depois de falhas tentativas tentando lhe dar um beijo, ele virou o rosto para que nossos lábios se encontrassem. Cinco não quis prolongar esse beijo, embora eu trocaria o meu sono para ficar no braços dele.

Dei um sorriso fraco antes de sair de seu quarto e assim que fechei a porta, meu queixo caiu. Ele disse não só uma, como duas vezes, que me amaria. Essas demonstrações de amor vindo dele são raras, eu preciso aproveitar. E é fato que eu também daria todo o meu amor e paixão para ele, porque não imagino mais ninguém no mundo que me faria sentir essa mistura de amor e ódio que eu sinto por ele.

Eu não sei o que nós estamos esperando.

Dei meia volta para entrar em seu quarto e antes que eu pudesse tocar a maçaneta, ele abriu a porta, dando de cara comigo. Ficamos alguns segundos encarando um ao outro. A única coisa que pensei foi correr em sua direção e beijá-lo desesperadamente. Cinco não se assustou, era o que ele queria. Ele puxava minha cintura para ele cada vez mais, enquanto fechava a porta e entrávamos no quarto. Ele tem um equilíbrio impressionante. Perdi a noção de quanto tempo ficamos nisso, aliás, o tempo com ele sempre passa diferente.

— Fica comigo. — ele olhou em meus olhos, tão ofegante quanto eu, ainda posso jurar que vi lágrimas em seus olhos — Eu te imploro.

— Eu estou com você.