1

6 1 0
                                    

"Como o dedilhar intenso sobre o ego, o prazer egoísta e superficial, como as firmes e dóceis mãos acalentam, como os indicadores que se chocam contra a pele entregue, afável e sensível. Tampouco só os dedos tocam, os lábios mordiscam e sugam a essência daquela, prestes a se perder em saliva em seu selo prestes a ser rompido." Virgínia Hikari 1992

Bem... foi o verão passado, folhas caindo,  o intenso alaranjado do céu, e o despertar.

"Você tem gosto de cereja." A voz terna dele se tornava cada vez mais desejável.

Meu paladar mudou e não consigo... Confesso que quero verdadeiramente, completamente-

— Virgínia!? Acorda! — A voz irritante e estridente de Louis me fez acordar e... eu estava olhando para a bunda do quarterback Turner.

— Tá chapada? — Louis Tozier riu sarcástico arriando os braços por cima de meus ombros.

— Será que o Tom me comeria? — Sussurrei encaixando o livro de francês contra meu corpo, trancando o armário.

— Talvez Hargensen goste de um prato diferente. — Loui ri bagunçando seus cabelos negros e rebeldes, toquei minha raiz, o que quase me fez chorar ainda estava tão curta.

— Sei lá, uma japonesa hippie de dread, que gosta de chupar. — Tozier fitou o pirulito em minha boca, cinicamente.

Meu sorriso se desfez, aqueles olhos realmente eram bonitos, os olhos pretos dele, encarando meus lábios. Real, eram lindos. 

— Talvez ele goste. — Meu olhar firme o atingiu em seguida de sua risada engasgada.

— Só vai ! Merda, tô atrasado! —

O garoto tropeça pelo corredor quase lambendo os armários vermelhos, deixando o livro de química cair.

Ele parecia uma espécie de boneco de posto as vezes, tentando se encaixar...

— Au revoir! — Minha voz soa estranha por conta do pirulito, na verdade sempre soa, pirulitos... as únicas cabeças que já chegaram perto da minha boca e isso é um grande "saco".

...

— Bonjour à toute la classe! — O professor apagou as sobras de giz do quadro negro.

Aquela pintura da Frida Kahlo perto da janela engolia minha alma, me fazia lembrar de quando alguém me dizia "Não fale teu maldito idioma!" E gritava comigo me fazendo choramingar "okaasan!" (Mãe) Alguém queria que eu falasse francês, pegava cipós e me perseguia entre os pessegueiros. Depois de um banho ela me colocava em seus braços e me fazia adormecer com Hymne a l'amour, eu estava tão exausta que só conseguia falar "Merci grand-mère". (Obrigada vovó)

A canção me fazia imaginar borboletas tendo suas asas arrancadas por crianças, mas agora eu pensava em uma moça despida sentando sobre um cara, enquanto chora, suas lágrimas caindo sobre o peito dele, que tapava a visão dos seios dela.

Minhas mãos se tornavam rígidas por conta do frio, na quarta cadeira eu tinha uma visão dos ombros largos e a camisa do time de basquete. Ele tinha aqueles olhos castanhos que caiam. Ele tinha aquele sorriso sem pudor. Ele me tinha. Tom virou-se e fitou, mordeu os lábios travesso e riu, as vezes eu sentia minhas costas queimarem, e ele me olhava. — Hey Hikari! — Hargensen sussurrou, disfarçara olhando para o quadro. Ergueu o braço rabiscado de vermelho. "Festa?" Oh! Minha boca se abriu em um "oh" e eu balançara a cabeça desajeitada, tentando fazer sair um "Sim".

...

O sinal tocara me fazendo guardar os livros e ser puxada por Tonya, Tina e Ruby as garotas que quando riem os olhos somem, e me arrastam pra fora de casa desde meus primeiros passos.

Tonya agarrara meu pulso sugando minha alma com os olhar.

— Você nem sabe! — Ela riu tirando meu pirulito colocando em sua boca, o lambendo levemente.

— Tom Hargensen disse que queria ver... —Tina a interrompeu meiga, corou timidamente hesitando, me fazendo fechar os olhos bruscamente.

— O que? — Pressionei meus lábios ansiosamente. — Que queria ter você todinha na festa. — Ruby soou seca, tocando minha boca com a ponta dos dedos.

— Boa sorte! — Tina abriu um sorriso que encolheu seus olhos, os escuros e pequenos olhos de Tina Achikita. — O que eu faço? Eu tô ferrada, eu nem sei chupar! — Eu perdia o fôlego com a garganta secando. Ruby Yukimura deslizou os dedos sobre os longos cabelos pretos e gargalhou... sim, muito. Muito fodida pensava ansiosa.

— Você acha mesmo que eu tenho amiga que não sabe chupar? Claro que não né Virgem Hikari... — Ela me encarou por um momento enquanto Tonya mastigava o pirulito, Tina amassava os quadris e perseguia o time de basquete, os olhos invadiam a quadra.

— Gata pra cacete. — Roy Leonard do time de basquete se aproximou e encochou Achikita, a beijou na bochecha fazendo com que ela abaixasse a cabeça, ele é meio obcecado pela Tina o que é bem perigoso, pra ele, porque ela é uma flor venenosa.

— Nojento! — Tonya Aoki soou como se estivesse com ânsia, me empurrando para a arquibancada.

— Então às 23:00, você vai. — Aoki a que tinha os curtos cabelos presos disse firme.

— Na casa do Roy caralho! — Steve Sands berrou, me pergunto se uma bola de futebol funcionaria melhor que o cérebro dele.

Jason Baek tirava o capacete de futebol, ele me encarara por alguns instantes, encharcado de suor. Era esquisitão. Totalmente indescritível.

Naipe de Copas♡°°°°°°°°°   ♤◇♧

Caramba! Eu tentava enfiar meu dedo entre aquela coisa vermelha e delicada, parecia uma cerejera com flor as vezes. Isso dói! Encostei minha face contra o espelho, meus seios expostos, minhas pernas abertas, o vestido preso a minha cintura.

Eu gosto de beijar o espelho do banheiro e me encarar, é quando eu posso ver minha pupila dilatada, a cor dos meus olhos, tão escuros que minha pupila se perde.

Sentia a água gelada em minha pele, largada na banheira, ele me beijava, beijava minha pele nua e eu me perdia nele. Pare de pensar nisso, pare! Eu me repreendia enquanto minha mãe tentava tirar os dreads e fazer algo em meus cabelos curtos. Me pergunto todos os dias como Jason conseguiu colocar fogo no meu cabelo naquele churrasco, sinceramente sempre que estamos juntos alguma coisa pega fogo.

— Seu cabelo está lindo querida! — Minha mãe disse os secando, serena.

— Obrigada. — A olhei segurando um sorriso.

— Ah... Cuidado. — Ela escarrou, dando um tapinha em minha cabeça, me fazendo gargalhar. — Mãe! Não vou fazer nada demais, as meninas querem se arrumar pra ver filme. — Meu corpo nu abraçou sua barriga coberta por um avental amarelado.

— Te amo. — Cochichou tocando minha nuca, ela trancou a porta saindo, seu rosto estava mais pálido por conta do inverno e as covinhas dela se tornavam mais fundas a cada primavera a deixando mais bonita.

Toquei meu bumbum coberto pelo curto vestido verde oliva justo, Hargensen teria a mesma sensação ou não? Firme e macio.

Meu celular brilhara debaixo das cobertas.

Unknown

Ele vai filmar tudo

Vai transar com vc

E fazer um post no pornhub

Me encontra na festa do Roy perto do banheiro do primeiro andar

Minha garganta apertou e meus olhos ardiam, afundei minha cara no travesseiro totalmente abalada.

Obrigada

Me

Unknown

Vem logo Hikari

Pegara o frasco de perfume o segurando hesitante, talvez eu o fizesse... senti a fragrância tomar meu pescoço e então borrifei a última jogada entre minhas pernas, ardeu porra!

— Okay... banheiro, primeiro andar! — Susurrara respirando fundo.

A Ninfeta (JB)Onde histórias criam vida. Descubra agora