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                            🌪Victor Camilo🌪

                                                        Fevereiro, 2022

Hoje é sexta-feira, Melissa está completando um mês de vida.

Bárbara acredita que vai embora na segunda de manhã para poder trabalhar no bar á noite.

Eu sei que a Bárbara ainda vai me causar muita dor de cabeça, ela é uma garota difícil, tem um personalidade forte.

Eu não posso deixar as duas ficaram longe mim, o lugar delas é ao meu lado.

— bom dia cunhadinho - encaro a Carolina.

— você não tem casa? Tá sempre na minha- puxo a cadeira e me sento pra tomar café.

— pode fingir que me odeia que eu finjo que acredito.

— não finjo, eu realmente não gosto de você.

Sim, eu levaria um tiro por ela, mas mesmo assim não gosto dela.

— Bárbara me contou que vai voltar pra casa segunda..

— eu tenho certeza que você fica na frente do espelho treinando mil e uma maneiras de me irritar, não é possível. Não perde a oportunidade de me incomodar.

— se a verdade dói eu não posso fazer nada.

De onde o Arthur foi tirar essa mulher? Puta merda! Que loira insuportável.

Seguro meus xingamentos quando eu escuto a roda do carrinho de bebê se aproximando Bárbara logo aparece no meu campo de visão, ela para o carrinho de bebê do lado da cadeira dela e se senta dando bom dia para as pessoas.

Gabriel olha pra ela como se fosse um cachorro que não ganha comida a dias, é ridículo.

Ele criou um apego muito forte por ela e eu não sei como me se sinto em relação a isso.

— hmm- Bárbara limpa a garganta- estão todos me encarando, isso é muito estranho, constrangedor.

O pessoal desvia o olhar dela, faço o mesmo para poder olhar dentro do carrinho. Mel está dormindo,  é o que ela faz na maior parte do tempo.

— preciso ir ver o meu pai- Gabrielle diz ao meu lado - ele disse que quer que eu vá visitá-lo esse fim de semana, você vai né? - a última pergunta é direcionada a mim.

— esse fim de semana? Não pode ser no outro?

— meu pai quer que eu vá nesse, você é meu noivo é ridículo você não ir junto.

Eu sei, Cristian vai ficar muito irritado mas eu não quero deixar as meninas sozinhas, não quando está tão perto delas "irem para casa".

— a gente vai e volta no mesmo dia, saiamos amanhã bem cedo para voltáramos pra casa antes de almoço.

— você sabe que meu pai não vai gostar disso

— eu tenho muita coisa pra resolver, não posso ficar passeando por aí.

— você sabe que meu pai vai levar isso como desrespeito, ao menos para o almoço temos que ficar.

— seu pai sabe como as coisas estão agitadas pra mim, ele vai ter que entender.

— ultimamente você só tem tempo para o que te convém.

— não vou me estressar com você, se você está se referindo a minha filha, sim, ela é a prioridade aqui.

— só ela? - Gabrielle murmura bem baixinho mas o suficiente para que eu escutasse.

— você sabe que não - murmuro em resposta.

Gabrielle é inteligente, já deve ter notado o lugar que cada um ocupa nesta casa.

•••

Murmuro um "entra" quando alguém bate na porta do meu escritório.

Gabrielle logo entra no cômodo, ela é uma mulher muito elegante, tem uma presença bem forte . Ela foi criada para chamar atenção, pra prender atenção do marido.

Ela é a única filha do Cristian, uma filha mulher, ela não pode assumir os negócios da família então precisa de um marido que assuma por ela.

Arthur casou com aquela loira então sobrou pra mim.

— o que foi, Gabrielle? Tenho muita coisa para resolver.

— você está fugindo das suas obrigações- olho confuso pra ela - você não pode por o nosso noivado atrás de tudo, não pode fazer dele algo tão tosco.

— Gabrielle, faz pouco tempo que eu sai da prisão, eu tenho meses de pendências para por em ordem e uma filha pequena pra criar, no momento este noivado por conveniência não é uma prioridade para mim.

— poxa, Victor, ao menos em um almoço com o meu pai você tem que ir. Você quer se casar não quer? Então para de me botar sempre em segundo plano, ou eu vou ter que arrumar outro noivo e isso vai ser ruim pra você, ficar sem o comando de Las Vegas.

— não me ameace, Gabrielle. Esse fim de semana eu tenho outras prioridades.

— se a prioridade ao menos fosse só a bebê, mas tenho a impressão que você quer a mãe também.

— como é?

— por favor, não tente esconder os fatos de mim. Burra eu não sou.

— não tente tirar satisfações comigo, seu noivo de verdade eu não sou.

— não se pode ter tudo, meu bem. E eu sei o quanto você quer controlar Las Vegas, então é melhor você se dedicar mais ao nosso noivado. Te vejo amanhã para irmos para o almoço na casa do meu pai.

— você tem uma pose e tanto pra quem só é a esposa troféu.- encaro ela-  você tem noção de que é só uma peça com quem o seu pai está  jogando, né?

Eu jamais faria algo parecido com a minha filha, casar ela com um estranho.

Me pergunto como alguém pode fazer isso? As pessoas não devem se importar com os filhos? Não devem querem o melhor pra eles?

Tudo bem que o meu pai não tinha a mesma forma de pensar que eu, para ele filhos eram como soldados, feitos para seguir suas regras sem questionar.

—  vou ser a esposa  troféu, rica bonita e poderosa, não me incomoda nenhum pouco. Melhor do que me casar com algum idiota por amor e ter passar o resto da vida me preocupando com contas. Amor é uma baboseira, relacionamentos devem ser estratégicos.

—  já veio dizer o que queria. Pode se retirar da minha sala que eu tenho coisas para resolver.

— estou indo. Sei que você concorda comigo, por isso nosso casamento vai dar tão certo. Só não engravide mais  nenhuma garotinha por aí, limites!

Devil's lairOnde histórias criam vida. Descubra agora