Mar aberto

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Parece que eu me perdi em mar aberto.

Perdida sem encontrar ninguém, sem encontrar a mim.

O rosto dela se torna uma névoa, que me relembra a cada segundo minha dor, a dor que eu alimento e doou, a dor que me cria ódio, de tudo e de mim mesma.

Eu não sei o que fazer, perdida em alto mar.

Eu grito, mas nada me salva.

Se só resta salvação de mim mesma, para eu própria. Estou fadada ao fracasso.

Sinto chegar a beira da praia, mas percebo novamente, o mar aberto que me transita.

Falar não adianta.

Gritar não adianta.

O vazio que me consome é mais forte, mais voraz que as ondas que me afogam.

Não sei o que fazer.

Tenho ódio de meu próprio reflexo.

A vontade de desistir é grande.

Mas não obtenho forças nem pra isso.

O fracasso está fadado.

Minha derrota está fadada.

Eu sou o meu fracasso.

***
Eu escrevi isso em um momento difícil que me ocorreu, então foi bem sincero de minha parte.

Por isso quis colocar como o primeiro conto desse "conjunto de contos".

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