Capítulo 8

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Marília narrando.

Faz calor em Goiânia como de costume, o dia está lindo, o céu está limpo e radiante.

A Maiara já está no finalzinho do seu oitavo mês de gestação, o que tem a deixado mais irritada do que de costume. Acredito que a ansiedade de está próximo do Léo chegar, tem deixado ela assim.

A Luísa tem aparecido bastante por aqui, o que tem deixado a Maiara levemente enciumada, mas nada que nos leva a alguma briga. A Maraisa parece está realmente feliz, parece leve o relacionamento delas.

Estou no quarto terminando de me arrumar pra poder descer e encontrar as gêmeas na sala. Os planos são aproveitar o dia na piscina enquanto o Léo não resolve nascer. Só pra tentar relaxar e fazer a Maiara ficar mais tranquila.

Desço as escadas e logo vejo a Maiara no sofá. Me aproximo pro trás dela e lhe dou um beijo no pescoço.

— Argh! - Esbraveja. — Você me assustou.

— Desculpa meu amor! - Falo dando a volta no sofá e sentando ao seu lado. — Cadê a Isa? Ela não estava aqui com você?

— Estava! A Luísa chegou e elas foram até o mercado comprar algumas coisas.

— Tá tudo bem com você? - Pergunto a olhando.

— Olha pra mim, Marília. Você acha mesmo que tá tudo bem? Tá calor, eu tô enorme e irritada. - Ela diz brava.

— Ah meu nenê, o que eu posso fazer pra te ajudar? - Coloco minha mão em sua coxa.

— Me deixa quieta hoje! Eu estou tão irritada que não quero acabar brigando com você.

— Você não vai pra piscina com a gente?

— Não! Só quero ficar tranquila na minha. - Ela diz sem me olhar.

Me aproximo pra abraçá-la mas ela se afasta. Estranho, mas vai entender.

— Não posso? - Falo me referindo ao abraço.

— Tá calor, Marília. Não quero que fique me grudando.

Respiro fundo e passo a mão no cabelo. Tento relaxar, afinal ela está no final da gestação. Não deve está sendo fácil mesmo.

— Tudo bem. - Falo sentida. — Não tocarei em você!

— Meu Deus, Marília. Não começa, por favor. - Ela diz irritada.

— Uai, começar o que? - Falo sem entender. — Só reafirmei o que você me pediu.

— Eu não pedi pra você não me tocar. Você sabe muito bem que não foi isso. - Ela faz uma pausa. — Você é esperta, Marília. Não precisa fazer esse joguinho.

— Amor, que isso? Cara, eu vim na boa ver o que poderia fazer pra te ajudar. E você o tempo todo me afastando. Eu entendo que esse final da gravidez tá sendo puxado, eu entendo que você está cansada, mas não acho que deveria ficar me tratando assim. Eu estou aqui do seu lado, disposta a fazer qualquer coisa pra te deixar mais tranquila. Mas você simplesmente não quer nada.

Ela me olha e quando está prestes a falar algo a porta se abre e entra a Luísa e Maraisa super animadas envolvida em uma conversa que parece bem divertida. A Maraisa para e nos olha e percebe o climão que está ali.

— Chegamos numa hora ruim? - Ela diz nos olhando.

— Sua irmã que tá chata hoje! - Falo revirando os olhos e rindo.

A Maiara não diz nada, apenas levanta do sofá e vai em direção das escadas subindo-as até o nosso quarto.

— Você tá com problemas, Lila. - Isa diz rindo. — Acho melhor você ir atrás dela.

— Eu tô tentando desde cedo. - Falo me levantando do sofá. — Se um dia vocês resolverem ter um filho, se preparem antes.. estou falando do psicológico. - Falo rindo e então começo a subir as escadas.

Chego em nosso quarto e a Maiara está sentada na cama encostada na cabeceira. Eu entro no quarto e ela me olha brava.

— Amor...

— Agora não, Marília. Porque eu estou chata, não quero te chatear ainda mais. - Ela diz passando a mão em seu rosto.

— Amor, eu estava brincando vida. - Falo me aproximando da cama.

— Tanto faz Marília. Me deixa aqui e vai lá com as meninas. Sei lá, vai fazer alguma coisa e me deixa sozinha. Por favor.

— Mai..

— Não Marília, sai daqui! - Ela diz brava.

Eu a olho mas ela nem se quer se esforça pra olhar em meu rosto. Me afasto da cama e vou em direção da porta.

— Estarei com meu celular, se precisar me liga! - Falo e em seguida fecho a porta.

Desço as escadas e vou até a cozinha encontrar as meninas. Elas estão preparando algo.

— Deu ruim com a Mai, Lila? - Maraisa pergunta me olhando.

— Uhum. - Puxo a cadeira e sendo próximo da bancada. — Ela ficou chateado por eu ter chamado ela de chata. Não me quer no quarto agora.

— Relaxa, são só os hormônios. Ela deve está bastante ansiosa com a chegada do Léo se aproximando.

— Eu sei, mas eu tenho direito de ficar um pouco chateada também. - Falo apoiando meu rosto em minha mão. — Eu nunca imaginei viver algo assim, e não é uma reclamação. Eu realmente estou muito feliz de está vivendo isso com ela. Mas também estou ansiosa, com medo, insegura. É tudo muito novo, só aprenderemos na prática. Só quando ele nascer. Mas, diferente da Maiara, eu não a afasto quando me sinto assim. Já ela.. - Faço uma pausa. — Ela sempre dá um jeito de me manter longe quando se sente dessa forma, mesmo que a implore pra não fazer isso. Mas no final acabamos uma de cada lado, pra evitar conflitos maiores.

A Luísa e a Maraisa estavam me olhando, prestando atenção em cada palavra que eu falava.

— Desculpa, não quero estragar o dia de vocês.  - Dou um sorriso sem graça pra elas.

— Ta doida, Marília? Estamos aqui pra te ajudar e te ouvir sempre. Relaxa, daqui a pouco ela fica tranquila. - Luísa fala. — Mas já que ela não te quer no quarto, vamos toma uma pra poder relaxar.

— Por que não, né? - Falo rindo.

Luísa vai até a geladeira e trás uma cerveja pra cada uma de nós. Pego e então começo a beber. Óbvio que não ficaríamos só naquilo, varios shot de tequila já havia sido bebido no decorrer do dia.

Elas haviam resolvido fazer um churrasco, não tinha ninguém além de nós três. Bebendo e comendo como se não houvesse amanhã.

Em determinado momento vejo a Maraisa me olhar, acho que tentando ver o quanto de álcool eu já havia ingerido.

— Mais um Marília? - Luísa fala me oferencendo um copo com tequila.

— Acho melhor não, Lila. - Maraisa fala preocupada. — Maiara vai ficar brava com você, se você tiver bebada quando voltar pra lá.

— Tudo sobe controle! - Falo já com a voz arrastada.

Pego o copo da mão da Luísa e viro de uma vez. Além do copo ainda estava tomando um drink que havia preparado a alguns minutos atrás. Sei que ainda tenho controle de mim, mas também sei que boa porcentagem do que está circulando em meu corpo é álcool.

Além da amizade - Mailila. 2ª temporada. Onde histórias criam vida. Descubra agora