A primeira vez...

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|• sinto meu ar faltando, a vontade gritante de tirar aquela sacola do meu redor me invade, meus pulmões imploram por ar, suplicam para que eu os deixe me manter viva.

Mas a dor que sinto em meu peito grita mais alto, a ansiedade para que isso acabe supera as súplicas dos meus pulmões, até que de repente um barulho de tranca se abrindo....

|• rapidamente desenrolo aquela sacola. O medo do meu irmãozinho de apenas 4 anos ver aquela cena me atinge. Volto a respirar com dificuldade, o ar novamente entrando e saindo causa certo alívio em meu corpo, que luta para que eu continue vivendo.

....

Não era nada, era apenas o vento, e aquela maldita e velha porta enlouquecendo. Ou será o universo? Destino? Por que querem que eu continue viva?

Ah, devem querer caçoar de mim mais um pouco.

É como se minha vida fosse um show, a entrada por si só já é turbulenta, mas por que continuam querendo assistir? São só desgraças e poucas cenas de alívio cômico, onde meu coração encontra um pouco de conforto e alegria nas risadas inocentes e fofas do meu irmão, ou em algum detalhe, tosco da natureza. Como dizem, as pequenas coisas da vida. Mas elas são tão pequenas, que não conseguem mais me segurar neste mundo•|

|• deito a cabeça sobre o travesseiro, deixo as lágrimas rolarem silenciosamente pelo meu rosto, e caírem no além. Quando isso vai acabar?? Quando irei poder descansar? Quando meu coração e todo meu ser encontrará alívio e descanso para minha alma?

Só tem uma saída para tudo isso, mas não consigo atravessar a porta para o mundo dos mortos. Então, enquanto ainda estou na fila de espera, seguro a pequena navalha, forço ela contra minha pele já marcada, e desfilo ela, como rabiscos leves e vermelhos. Um ali, outro aqui, e assim, novas marcas vão surgindo, quando as velhas ainda nem puderam cicatrizar.

"Meu Deus, como sou egoísta, não deixo minha pele descansar "

O choro começa a cessar, restam apenas alguns soluços, guardo a pequena navalha num lugar seguro. Vou até o banheiro, que fica no corredor da casa grande e "vazia", lavo meu braço, ainda com dor, seco, e cubro com algumas ataduras que tenho em meu quarto. Coloco meu moletom habitual, e assim sigo vivendo minha vida novamente.

Espero realmente encontrar paz no próximo....

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⏰ Última atualização: Sep 10, 2022 ⏰

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