Eu realmente não queria escrever essa última parte.
Alguns pediram. Outros não. Mas decidi trazer mesmo assim, mas não achem que meus olhos não estão cheios de lágrimas.
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Narração Kara Luthor Danvers
"Florescer exige passar por todas as estações." - Ita Portugal
Observo de longe algumas crianças brincarem com as ondas do mar que se quebravam suavemente. O som das risadas ressoam junto ao som do vento que passa despercebido por alguns. Sorrio ao sentir a brisa bater levemente em meu rosto.
Enquanto estou sentada naquela cadeira de descanso branca, consigo escutar de longe as vozes de Alex e Sam na cozinha discutindo sobre o que elas cozinhariam para o jantar enquanto Ruby tentava balancear a pequena discussão das mães. Nia e Brainy haviam saído para buscar os gêmeos no aeroporto.
Há alguns anos atrás, quando Lena e eu decidimos nos mudar para um lugar tranquilo, encontramos uma casa de frente para o mar a alguns quilômetros de Nova York. Eu ponderei por algum tempo, afinal, estava tão acostumada com o caos da cidade que pensar em sair de lá me aterrorizava. Minha esposa, por outro lado, além de nunca temer o inesperado, nunca esteve tão animada para se mudar. Não demorou para que ela me convencesse.
Em menos de alguns meses, estávamos nos mudando.
Era uma nova etapa de nossa vida. Por um período, Lena continuou a dar aulas de música e vez ou outra se apresentava quando era convidada, embora já tivesse deixado claro que queria se aposentar dos palcos. Eu, depois de anos construindo meu nome e criando minha própria marca, trabalhava em casa e buscava sempre conhecer novos talentos.
Nos últimos anos, todavia, diminuímos nossas cargas horárias e passamos a compartilhar o tempo aproveitando cada minuto juntas.
Não foi a primeira vez que fizemos isso, uma vez que quando Harry nasceu, a nossa vida se concentrou no nosso filho e no amor que tínhamos para dar a ele. Durante os anos após seu nascimento, Lena e eu garantimos que ele crescesse com as duas mães presentes e que daríamos a ele oportunidades de seguir seus sonhos.
Assim, quando completou 18 anos, encheu Lena de orgulho quando disse que estudaria música. Quando ele se formou, já morávamos na nova casa. Esta, cujos cômodos eram preenchidos de música, amor e alegria. Todos aqueles que amávamos nos visitavam constantemente. Até mesmo pequenos esquilos apareciam de vez em quando.
Naquela casa, passamos todas as estações nos amando como fizemos nos últimos anos desde que um número desconhecido me enviou uma mensagem um tanto quanto incomum.
A praia está se tornando vazia à medida que o sol se aproxima do horizonte em minha frente. Os raios solares estão fracos e o astro principal se encontra com o mar e dá espaço para que a lua surja refletindo o seu brilho.
Esse é o meu horário favorito. Assim como era o dela.
- Mãe, a senhora não quer entrar? Daqui a pouco começa a esfriar.
Escuto a voz de Harry e sinto suas mãos tocarem meus ombros.
- Vou ficar mais um pouco aqui, daqui a pouco eu entro. - Respondo desviando meus olhos para o homem de olhos verdes e vejo um pequeno corpo atrás dele.
O pequeno vem timidamente ao meu encontro e deposita um beijo na minha bochecha.
- Vovó, depois eu posso tocar um pouco naquele piano?
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Little Numbers (SuperCorp)
FanfictionLena envia uma mensagem para um número desconhecido por acidente e Kara encontra a distração que precisava para sua quinta-feira. O que um número de telefone errado pode mudar? AVISOS: 1. A história é uma adaptação/tradução de uma fanfic chamada Lit...