único.

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Han Jisung se encontrava em sua casa, pensando no quanto foi bobo por terminar com Lee Minho. Como se sentia sozinho, sem vida, sem ânimo, sem vontade de fazer nada e triste, é claro. Lee era seu amuleto da paz, o garoto em que mais confiava — e ainda confia —, a única pessoa que lhe tirava sorrisos, que lhe dava sensações novas, que fazia de tudo por si, que tirava mais tempo para lhe dar atenção do que ligar para os outros, dentre muitas outras coisas. Tudo. Ele podia dar tudo há ele.

Mas, mesmo que soubesse disso, o relacionamento deles — na visão do pequeno Han — começou a desandar, quando, de repente, muitos meninos se interessaram por Jisung. Sabia que Minho não o culpava, mas sua mente dizia o contrário. Oras, desde quando se tornou tão bonito? Desde quando se tornará popular? Ou até mesmo atraente e visível aos olhos alheios? Não queria que isso lhe tivesse acontecido, gostava de ser invisível e discreto, quando podia ser livre e quando não via e sentia os olhares em seu corpo.

O termino deles não foi algo amigável ou legal, Lee tentou seu máximo para que Han ficasse. E como tentou. Tentou de tudo, mas Jisung — confiante demais de sua decisão — não podia ficar. Não podia ficar enquanto todos o queriam, enquanto sabia que Minho estava inseguro de si, enquanto sabia que isso seria o melhor para ele, mesmo que doesse mais do que qualquer outra coisa. Sem dúvidas, o termino livraria os dois das terríveis inseguranças que os perseguia — isso era o que o menor pensava.

Queria esclarecer as coisas, queria resolver a situação, queria consertar seu erro, seu tremendo erro, o qual se arrependeria pelo resto de sua vida. Por mais que minho o aceitasse, conviveria com essa dor e a culpa para sempre, sem devaneios, essa seria a culpa que carregaria para a vida inteira. Han, então, pegou seu celular e mandou um e-mail a Minho. Ele era pontual, fora sido o relacionamento inteiro dos mesmos, não seria diferente agora.

Pensando nisso, após meia hora, ouvira a companhia tocar, o fazendo se levantar rápido do sofá em que estava deitado de forma desajeitada. Arrumou seus cabelos e suspirou, abrindo a porta e vendo a figura do maior ali. Lee estava diferente. Seus olhos não brilhavam mais, seu estilo havia mudado, usava tudo na cor preta. Seus cabelos antes castanhos, agora estavam azuis, ele parecia sem cor, sem felicidade. Mas continuava tão, tão lindo aos olhos do pequeno.

— Não vai me convidar para entrar? Aqui fora 'tá congelando e eu realmente não tenho muito tempo. — Han saiu de seu transe ao escutar a voz grossa e rouca do maior, não parecia mais a mesma voz carinhosa e fofa que usava consigo quando estavam juntos.

— Perdão. Pode entrar, a casa é sua. — Assim que falou, escutou a risada fria e ríspida de minho enquanto adentrava. Afinal, o que era engraçado para ele?

— E então? O que é que você quer?

— Quero conversar sobre tudo. — O olhou, podendo ver o mesmo revirar os olhos e acenar para que ele prosseguisse —  Me desculpa, por favor. Eu errei, errei em pensar que o termino seria a melhor opção, errei em me deixar levar, errei em deixar de lado tudo que você fez pra me ter, errei em deixar com que os pensamentos e as inseguranças falassem mais alto. Eu sei que deixei tudo para trás quando pedi pelo término, mas eu quero um chance, uma chance de mudar, uma chance de retomar tudo. Eu quero nosso namoro de volta, sinto falta de me sentir vivo, sinto falta de você. — As lágrimas nos mesmos já se fazia presente. Era nítido o quanto se gostavam e o quanto essa conversa doía no peito.

— Han. — O coração do chamado doeu, lee nunca o chamava assim, nem mesmo quando brigavam e isso doeu, doeu como nunca. — Não sei bem como dizer isso, mas não podemos. Dói, dói muito mas é a realidade.

— Você conheceu alguém novo, não é?

— Não. Eu não consigo te superar. — Aquilo o fez sorrir, sorrir porque sabia que minho o queria, sorrir porque aquilo o dava esperanças.

— Então o que te impede, amor? — Amor. Minho sentiu uma pontada em seu coração e um nó se formar em sua garganta, como aquilo doía em sua alma.

— Pense bem antes de agir, Jisung. Sabe que essa não é a melhor opção que temos. Você precisa me superar.

— Não fale assim, Lee. Eu sei que tive que perder pra aprender a dar valor, para entender meu amor por você, mas por quê não quer ser mais meu? — O choro aumentava cada vez mais, dizer essas palavras, implorar para ele ficar o lembrava do quanto Minho tentou, do quanto ele foi burro em ter feito o que fez.

— Eu só peço que entenda meu mundo. Mal consigo demonstrar afeto aos meus amigos, quem dirá a você. Nunca serei o mesmo Minho de antes, ele 'tá aqui guardado comigo e continuará assim. Se permita conhecer pessoas novas, pessoas com quem você possa contar. Porque eu não posso ser seu mais, Jisung. Deixe-me ir. Me liberte de ti, me liberte desse amor que já não tem mais rumo algum. O amor é bandeira de paz, o nosso amor nunca será assim. O amor não deve doer, por isso, você conhecerá alguém melhor.

— Não...eu imploro, fica. Fica comigo, por favor, não se vá. — Han sentia que estará pagando por tudo, sentia que era realmente isso que merecia.

— Ficarei por hoje, mas vou pela manhã. Sem me despedir, vou antes do café, que é pra não te acordar. — Lee limpou suas lágrimas e abraçou Han, deixando um beijo em sua testa e fazendo cafuné em seus cabelos. E ali, ali mesmo ele adormeceu. Adormeceu sabendo que seria a última vez que veria Minho sendo cuidadoso consigo, que seria a última vez que sentiria o toque dele.

E assim foi. De manhã, antes do café, Lee Minho se levantou e cuidadosamente levou Han em seu quarto e o colocou na cama. Deu um pequeno selar na bochecha do mesmo e sussurrou para ele:

— Ei, amor, eu 'tô contigo independente do caô. 'Cê sabe que aonde você for, eu vou. Esse papo de que se tu não existisse eu te inventaria é tão clichê, mas cai tão bem quando se trata de você. — Lee sorriu e suspirou, sentindo as lágrimas já se formarem em seus olhos. — Não vou me despedir porque dói, não vou brigar pra ficar. Eu te amo, Han Jisung. Espero que você encontre alguém que faça tudo que eu não pude fazer.

Lee se foi. Se foi assim que deu seu último abraço em Han. Se foi sabendo que esse era o certo. Se foi mesmo querendo ficar. Se foi mesmo que sua vontade fosse correr de volta aos braços do seu amor. Se foi porque, de certa forma, não poderia mais ficar. Se foi porque, no fim das contas, Jisung tinha que deixar ele ir. Se foi porque esse era o certo. Se foi porque ele também tinha que deixar seu pequeno ir. Se foi porque esse era o fim da história bonita que um dia tiveram.

deixe-me ir. [minsung]Onde histórias criam vida. Descubra agora