0.0 - New York.

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   Talvez precise acontecer certas coisas... Por que se não ocorrer, o que seria de nós?...

    É uma questão intrigante mas... Um pouco sem sentido.

     Não é sem sentido, é a Lei de Murphy. "Qualquer coisa que ocorrer mal, ocorrerá mal, no pior momento possível."

     Então significa que eu sou "mal".

    Não Stradlin... Significa que o que for pra acontecer, irá acontecer, independente da situação.

    Nova York, 15/02/87
10:37AM

  Pegar trem é difícil, ainda mais quando é mulher... Você se sente desconfortável perto de muita gente, e de pé é pior ainda, a mesma coisa de ônibus... Pegar transporte público é uma merda.

   Eu precisava pegar o trem pra estação mais próxima da faculdade de Nova York, onde eu cursava fotografia, sempre gostei muito de admirar as paisagens, seja do letreiro em Hollywood que eu via nas revistas, até os pássaros de Nova York...

    Me mudei para os Estados Unidos ja faz uns meses, e é sempre a mesma rotina, eu estudava numa faculdade em Brooklyn...

— Moço, posso me sentar aqui? — Eu disse para um homem alto, cujo sua guitarra ocupava o lugar.

Ele parecia ser educado, e tímido também, talvez ele não seja muito de se comunicar.

Ele retirou seus fones de ouvido e olhou para mim, me senti um pouco intimidada mas pedi denovo.

— Posso? — Apontei para o lugar, ele retirou a guitarra e colocou deitada na sua frente.

— Senta aí. — Ele falou.

   Assim que me sentei ele colocou de novo seus fones, me senti um pouco incomodada, mas pôr quê?

— Está indo pra uma faculdade também? — Eu perguntei simpática.

  Ele usava uma calça um pouco apertada, junto com uma regata branca e uma jaqueta de couro preta, ele usava alguns anéis e tinha uma bandana azul em seus cabelos, também estava com uma bota.

  Ele retirou o fone e olhou pra mim, eu novamente me senti intimidada.

— Estou, eu curso Música junto com uns amigos meus, eu sou Guitarrista de uma banda também, como pode perceber. — Ele apontou para a guitarra que estava dentro da "mochila"

— Que incrível! Quando eu era mais nova, meus pais me ensinaram a tocar violão, mas isso faz muito tempo... — Eu disse.

— Percebi que tem sotaque... Você é de onde? — Ele perguntou curioso, logo, abaixando seus fones, deixando-os caídos em seus ombros.

— Eu sou de Londres, na verdade... Mas sempre gostei daqui. — Eu disse um pouco orgulhosa.

   Percebi uma pequena movimentação nos lábios, um possível sorriso.

— Bem-Vinda ao Estados Unidos, então... Você faz faculdade? — Ele disse puxando assunto.

— Sim, eu curso fotografia, gosto de paisagens e o principal, eu vou poder fotografar modelos!! — Eu disse animada.

  O homem soltou uma leve risada.

— Sou Jeffrey Dean, mas meus amigos me chamam de Izzy. — Ele disse levantando a mão para um cumprimento.

— Anne Evans, prazer! — Apertei sua mão.

— Nome muito bonito... Você estuda em Long Island? — Ele me perguntou.

— Exatamente! — Eu disse.

— Perfeito, eu também estou cursando lá. — Izzy disse um pouco orgulhoso.

   Após essa conversa, finalmente chegamos em Long Island, haviam tipos de "apartamentos" lá, eu diria dormitórios, o que atiçava ainda mais minha curiosidade.
   Afinal, eu tinha acabado de conseguir uma bolsa aqui.

   Izzy me acompanhou até a "recepção" onde eu pegaria a chave de um dormitório, eu estava com as minhas coisas, então foi perfeito eles terem avisado de levar meus objetos pessoais.

  "505, a chave do meu quarto era esse."

  Izzy me acompanhou até o meu dormitório, eu fiquei um pouco curiosa, logo ele também.

— Qual é a chave do seu quarto? — Ele perguntou.

— 505, por quê? — Perguntei.

— 'tá brincando, é a chave do meu quarto, eu não sabia não era separado. — Ele disse e eu fiquei em choque.

   Eu iria dormir no mesmo quarto que um garoto?

— Deve ter sido algum engano, não sei... — Falei.

   Após voltarmos na recepção, a moça falou que não havia engano algum, e que esse era o último quarto disponível pra garota, mas que realmente era separado.

   Eu e Izzy ficamos um pouco nervosos, afinal, tinhamos acabado de nos conhecer e já dormiríamos juntos?!

   Após voltar para o quarto, eu abri a porta com as minhas chaves, o que deixou Izzy um pouco incrédulo.

  O quarto estava organizado, um lado era de Izzy e o outro era o meu, ao que parecia, ele gostava muito de Rock.

— Poster maneiro... Você gosta de Queen? — Eu falei olhando o poster do Freddy Mercury.

— Gosto demais, minha favorita é Love of my life e Bohemian Rhapsody. — Ele disse orgulhoso.

— Maneiro, eu também gosto de Queen, você tem um ótimo gosto musical... — Eu disse enquanto ajeitava minhas roupas.

— Acho que sei por quê você está no dormitório masculino. — Izzy falou.

— Sabe? Então por quê estou aqui? — Perguntei.

— Você ganhou uma bolsa e o dormitório feminino já está cheio... Sorte sua que caiu aqui no meu quarto. — Ele disse um pouco preocupado.

— Preocupado comigo? — Perguntei rindo.

— Agora vamos "morar" juntos, então sim... — Ele foi direto.

  O que me deixou um pouco atordoada.

— 'tá afim de ir pra um treino dos meus amigos? Eles vão adorar conhecer você, Anne. — Izzy disse se jogando na minha cama.

— Claro! Que horas? — Perguntei curiosa.

— As oito e meia, é sempre nesse horário. — Ele falou pegando um ursinho colorido.

   Ele me olhou curioso mas com um ar inocente, como se ele estivesse falando "que adorável."

— Minha mãe me deu isso quando eu tinha 2 anos de idade, então nem pense em me zoar. — Eu disse rindo.

  Logo, ele também riu.

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Começo fofo pq sim, dps é só decadência.

𝗕𝗿𝗼𝗼𝗸𝗹𝘆𝗻 𝗕𝗮𝗯𝘆, Izzy Stradlin Onde histórias criam vida. Descubra agora