11.0 - Heartbeat

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Izzy Stradlin

Acordei com Anne mexendo na cozinha, ela parecia procurar algum remédio pra curar a ressaca, e pelo visto, ela nem percebeu que eu estava aqui.

Me levantei e fui até a cozinha, Anne estava concentrada em achar o remédio.

- Bom dia. - Falei, fazendo ela tomar um susto, eu dei risada.

Anne mudou de humor na hora, óbvio, para o péssimo.

- Procura esse aqui? - Peguei o remédio que estava num outro armário, ela me olhou ameaçador.

- Nem um "obrigada, Izzy"? - Eu disse tentando mudar o humor dela, falhando miseravelmente.

O que me deixou frustrado.

- Olha eu... - Fui cortado por Anne.

- Cala a droga da boca, já é um grande avanço você estar aqui, não fode com isso também, Jeffrey. - Ela disse batendo o copo na pia depois que tomou o remédio.

- Anne... Eu preciso de você... Sei que eu falhei com você pela segunda vez e... É sério, me perdoa... Eu fui um idiota sem noção. - Falei e ela me olhou mal-humorada.

- Tem mais alguma coisa a dizer com esse discurso falho? - Ela disse e eu permaneci em silêncio. - Ótimo. Eu vou te ajudar Izzy, mas não vai ser a mesma coisa de antes... Não temos mais a mesma relação de antes, não confio em você como eu confiava antes.

Nesses momentos, eu queria que a bebida fizesse ela esquecer dessas coisas... Talvez eu esteja sendo um babaca pensando assim.

- Anne... - Ela me olhou séria. - Okay... Justo...

Eu olhei pra ela, que mantinha um olhar vazio.

Eu destruí ela?... O que eu fiz?!

- Só quero que saiba... Eu ainda amo você... - Eu disse fitando o chão.

- Você jura? Também disse essa piada pra vagabunda que tava no seu colo? - Ela disse com sarcasmo e foi pro quarto dela. - Tá de brincadeira comigo.

E lá estava eu, sozinho naquela cozinha.

Nossa relação não estava boa... Ela passou alguns dias brava comigo, mas por algum motivo, ela começou a me dar um pouco mais de liberdade depois, mesmo soltando algumas patadas, eu ainda permanecia lá, sentindo a abstinência da cocaína e a heroína.

Eu disse que ficaria limpo, e é o que pretendo, tanto drogas quanto álcool... Isso ta fodendo minha relação com a Anne... E não quero perder a primeira e única mulher que me ama verdadeiramente e que é recíproco.

Anne desceu as escadas com seus cabelos um pouco mais claro que o de costume, parecia um loiro natural, com duas tranças finas na franja, ela usava uma blusa de frio preta com uma legging preta, mas estava descalça, as mangas da blusa estava arregaçadas na altura do antebraço, ela começou a varrer a sala, e colocou uma música qualquer, dos variados e enormes coleções de músicas que ela tinha, ela colocou em seu som e era a favorita dela.

Every Breath You Take - The Police, ela escutava toda manhã no som baixo quando ela morava no dormitório, não vou mentir, eu adoro a música também.

Me levantei do sofá e fui em direção a ela, retirei a vassoura da mão dela, no lugar, peguei em sua mão e ela me olhou curiosa.

- O que está fazendo, Izzy? - Ela pergunta curiosa.

- Tentando dançar com você, me dá a honra? - Falei e ela sorriu.

Depois de muito tempo nesse impasse entre eu e ela, eu a fiz sorrir.

Eu retribuí o sorriso e dançamos a música com calma, ela apoiava sua mão no meu ombro enquanto eu apoiava na sua lateral, eu desci respeituosamente até a cintura da mesma, tirando um sorriso tímido, estávamos próximos o suficiente, eu a abracei no final da música e ela retribuiu.

- Não sabe o quanto eu me arrependo de ter colocando aquilo no meu organismo, no quanto eu me arrependo de ter uma prostituta no lugar que só pertence a você... Do meu lado... Eu demorei pra entender, me afastei por que precisava pensar um pouco, precisava ter certeza que você é a única que eu quero nesse mundo... - Falei abafado, por estar abraçando ela, a mesma me escutava silenciosamente.

- Eu me arrependo de ter feito você chorar, de ter preocupado você, de ter feito você enfrentar uma pessoa que só tinha interesse no meu dinheiro... Eu me arrependo de ter feito você sofrer, e quando eu vi você chorando no colo do... Tommy... Eu percebi que eu estava perdendo você... Por causa disso, também percebi que sem você comigo, eu não sou absolutamente nada além de um cara que toca guitarra numa banda com histórico de polêmicas... - Eu disse, sentindo ela rir contra o meu corpo, me fez ficar mais seguro.

- Eu demorei pra perceber que meu lugar é estar ao seu lado... Independe de qualquer situação, podemos superar juntos, se nós conversarmos um com o outro, eu só quero fazer isso dar certo sem precisar fazer os dois lados sofrerem... Anne... Eu amo você mais que amo minha guitarra, e não sou o Roger Taylor pra fazer uma versão de "I'm in love with my car". - Eu senti algo levemente gelado no meu ombro, percebi que ela estava chorando quando me afastei levemente dela, permanecendo numa distância boa entre a gente.

- Eu faria uma versão, mas contando sobre você, o quão importante você é... Com você comigo, sinto que posso fazer qualquer coisa... Por que você é meu maior amor... Você é a mulher que eu pertenço e que me pertence... - Falei limpando as lágrimas dela, a mesma me olhava com carinho.

- Eu te amo, Anne. - Eu disse, e por fim a beijei.

Um beijo cheio de carinho e de amor, um sentimento verdadeiro e puro, sem malícias, ambos sentiam saudades um do outro, e mesmo que pudéssemos negar, nossos corpos falavam por si só, o quanto eu desejava essa mulher e o quanto ela me desejava. Não é o primeiro beijo que demos, mas sinto que esse foi o que mais marcou desde que beijei pela primeira vez.

Não era um beijo cheio de malícia, necessidade ou desejos sexuais, não era nada disso, era carinho, amor, um pedido de perdão que foi recebido, ouvido, e perdoado.

Eu quase perdi ela duas vezes, não vou vacilar uma terceira vez... Anne é tudo que eu quero...

- Eu também amo você, Jeffrey Dean. - Ela disse sorrindo.

- Me dá um nervoso quando você me chama assim. - Nós dois rimos e voltamos aos beijos, ficamos horas deitados naquele sofá, enquanto Anne dormia encima de mim, eu brincava com o cabelo dela, de vez em quando, acariciava.

- Eu não vou vacilar com você, querida... Não denovo... - Falei e beijei a cabeça dela.

Obtendo como resposta, suas unhas por debaixo da minha blusa, correspondendo levemente ao beijo na cabeça, me fazendo ficar arrepiado, merda, eu amava aquilo.

Ela é a única que consegue mexer comigo essa forma...

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Me inspirei numa fic que eu li q é mto boa.

Créditos da inspiração vai á: Kageyamagirl
Fanfic dela: Cigarettes After Sex, Suna Rintarou

𝗕𝗿𝗼𝗼𝗸𝗹𝘆𝗻 𝗕𝗮𝗯𝘆, Izzy Stradlin Onde histórias criam vida. Descubra agora