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Yibo tem que viajar pelos próximos quatro dias. Apenas uma noite longe de Pequim pareceria uma eternidade, não importa isso. Sua luta é dupla: ele está sentindo falta de Xiao Zhan, e ele não sabe o quão devagar ele deve jogar.

Ou melhor, ele não tem ideia de como jogar com calma.

Ele manda uma mensagem para Xiao Zhan enquanto ele está sentado no avião, pronto para decolar. Ele manda uma mensagem para ele quando ele aterrissa. Ele manda uma mensagem quando está no estúdio e tem um momento para si mesmo, que ele usa para enviar a Xiao Zhan uma selfie do camarim. Xiao Zhan responde todas as vezes, seus textos são tão calorosos e doces quanto o próprio homem. Toda vez, Yibo se sente um pouco mais leve em seu passo, e ele quase flutua quando Xiao Zhan lhe envia uma selfie da cozinha da padaria, sua bochecha e parte de sua franja cobertas de farinha, seus dedos levantados em sinal de paz. Seu sorriso e seus olhos de meia-lua transformam os joelhos de Yibo em gosma.

Talvez Yibo não precise jogar com calma.

Ele está de pé no corredor dos bastidores, ainda enterrado em seu telefone, quando alguém se esgueira atrás dele e diz seu nome em seu ouvido. Yibo grita, se debate e quase deixa cair o telefone.

— Zhangwei, que diabos! — Ele está segurando o peito quando Zhangwei anda ao seu redor, gargalhando. — Estou atrasado ou algo assim?

Zhangwei balança a cabeça, ainda rindo. Finalmente, quando o riso acaba, ele diz:

— Você está fazendo a coisa de novo.

Yibo, com o coração ainda na garganta, diz:

— Coisa? Que coisa?

Zhangwei lança um olhar significativo para seu telefone.

— Você não está realmente aqui.

— É minha vez — Yibo murmura, desviando o olhar. Ele enfia o telefone de volta no bolso. — Eu estou aqui quando eu tenho que estar aqui.

— Eu não estou dizendo que é ruim! — Zhangwei entra correndo, então coloca uma mão no braço de Yibo e o leva para um canto tranquilo. Yibo deixa ele, mente zumbindo com as possibilidades do que isso poderia ser. — Na verdade, você parece... diferente. — Yibo cora e abre a boca para dissuadi-lo de qualquer mudança nas circunstâncias de sua vida atual, mas Zhangwei balança a cabeça. — Apenas me diga que você está bem. Está tudo bem?

Yibo morde o lábio e abaixa o queixo, tentando pensar no que dizer. Ele finalmente decide:

— Sim.

Mas não parece ser suficiente para Zhangwei, cujos olhos e lábios se arregalam simultaneamente.

— Ah, Yibo...

— O que? — Talvez se ele agir como um idiota, ele possa se safar.

Ele realmente deveria saber melhor – Zhangwei não cede facilmente, especialmente para idiotas. Ele estava em uma banda punk, pelo amor de Deus.

— Quem é ? — ele pergunta.

— Ninguém. — responde Yibo, rápido demais. — O que?

Zhangwei dá uma gargalhada, então se aproxima, a mão ainda segurando o braço de Yibo.

— Você está saindo com alguém! — Yibo nunca soube que uma pessoa poderia assobiar alegremente. — Tudo bem, conte tudo ao Gege.

Yibo revira os olhos e faz o possível para libertar seu braço – e o resto dele – o mais gentilmente possível.

— Não é nada, não é ninguém, eu juro-

— Não. — Zhangwei o puxa de volta imediatamente, seu aperto ainda mais forte. Silenciosamente, ele diz: — Vamos, didi. Antes que você exploda.

A Essência da Felicidade • Zhanyi !Onde histórias criam vida. Descubra agora