Mistérios de Endless Mist

A fogueira

  Os nove jovens seguiram em direção à mata, passando por uma trilha similar à que Violet mostrara no dia anterior. Jimmy ainda apresentava certa dificuldade em passar pela floresta, mas Violet o ajudava em algumas partes do trajeto, até mesmo segurando sua mão em alguns momentos. Alice atravessava até as partes mais difíceis com facilidade, andando em uma velocidade que uma pessoa normal andaria em uma calçada bem nivelada. Os quatro rapazes também mostravam certa experiência em andar por entre as raízes altas e arbustos, também se ajudando em certos trechos. Rose não parecia perceber ou se importar com os galhos que a arranhavam, atravessando partes de folhagem densa sem hesitar, mesmo que alguns arranhões começassem a aparecer em seus braços expostos. Mark parecia ter a mesma experiência que Jimmy quando se tratava de trilhas, muitas vezes ficando para trás, por tomar cuidado extra para não sujar suas roupas.

  O grupo caminhou por aproximadamente vinte minutos, até chegar em uma clareira, com uma grande estrutura de metal, que se erguia alto, passando pela copa das árvores mais próximas. A caixa d'água era muito maior do que se podia imaginar de longe. Jimmy andou até a perna mais próxima da construção, notando um enorme número de grafites e pichações.

  –A maioria está aí desde antes de nascermos. –Trevor informou, reparando no interesse de Jimmy pelas marcações. –Mas tem algumas aí que nós fizemos.

  –Se você olhar um pouco mais para cima, pode ver os nossos nomes. –Leo completou, apontando para o alto.

  –Como vocês chegaram até lá em cima? –Jimmy questionou, impressionado com a altura em que os nomes foram pintados.

  –Eles subiram no ombro um do outro. –Alice respondeu, rindo.

  –Will quase quebrou o pescoço quando nós caímos. –Nate completou. –Mas deu tudo certo no final.

  –E os nossos nomes estão marcados para sempre aqui. –Trevor disse, orgulhoso. –Os quatro cavaleiros de Endless Mist. –Ele finalizou, abraçando Will e Leo.

  –Vocês ainda usam esse nome brega? –Mark perguntou. –Quando vocês vão desencanar disso?

  –Nunca! –Trevor respondeu. –Se você não se preocupasse tanto em sujar as roupas, também podia ser um dos caras mais legais da cidade. –Ele completou, rindo. Mark riu de forma debochada.

  –Eu acho o nome fofo. –Rose disse, olhando para as árvores ao seu redor. –Mas eu não gosto de vocês vandalizando a cidade. É errado.

  –Cadê o resto da turma? –Alice questionou, olhando para a entrada da trilha. –Se eles demorarem muito, o sol vai se pôr.

  –Nós ainda temos algumas horas. –Trevor disse, sentando-se na grama. –Mas não é uma má ideia já irmos começando com a fogueira. –Você não ia trazer o violão, Alice?

  –Está com o Kai. –A menina respondeu. –Eu não queria carregar muito peso, então ele se ofereceu pra trazer aqui. Eles devem ter parado em alguma loja pra comprar alguma coisa para comer.

  –Então vamos agilizar a fogueira, pessoal. –Trevor disse, levantando-se da grama. –Will, vai com o Nate buscar madeira. Eu vou com o Leo pegar uns galhos e folhas secas pra acender essa belezinha.

  –Você está quieta. –Jimmy sussurrou para Violet enquanto Trevor coordenava a produção da fogueira. –Aconteceu alguma coisa?

  –Aconteceu. –A Violet respondeu, de forma ríspida. –Você me arrastou para o meio desses idiotas. –A menina sussurrou de volta, furiosa.

  –Eles não parecem ser tão ruins. Só são um pouco barulhentos. Mas a maioria é bem gentil.

  –Eu não gosto deles. –Ela respondeu. –Eu só estou aqui por você, mas eu não vou tentar fazer amizade com esses palhaços. –Ela concluiu, enquanto os garotos se espalhavam para recolher os materiais da fogueira.