Da água para o vinho

Todo mundo guarda segredos, até os certinhos

Oioi bebês
Boa leitura amores ❤️
Oh, só avisando que logo, logo vai sair atualização de Ômega Fanfiqueiro em! Dessa vez é sério 🥹

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Namorar um "anjo" tem suas vantagens, mesmo que a maioria das pessoas não enxerguem isso.

Veja bem, a bruxa a quem carinhosamente chamo de mãe, sempre fica toda boba e maravilhada com a carinha de bebê do meu namorado, com a voz calma e educada dele, e claro, pelo fato de ele nunca — jamais, em ocasião alguma — falar palavrãoes, já que, segundo ela, eu sou um "boca suja, mal agradecido e mal criado que não respeita ninguém"; o foda é que foi ela quem me criou, mas enfim, relevemos isso.

O meu pai — que graças ao bom Amaterasu — é mais tranquilo que a bruxa da minha mãe, simplesmente o acha adorável, um "garoto de ouro", como ele diz.

E o grupo que eu chamo de amigos? Nem preciso citar que às vezes parece que ele tá namorando com eles, e não comigo.

E verdade seja dita, mesmo namorando com Izuku há onze meses e sete dias, e o conhecendo desde os sete anos de idade, ainda tinha coisas que nem mesmo eu sabia sobre ele. Não estou dizendo que não tem comunicação entre a gente, ou que sou um santo e não tento testar os limites dessa aura "angelical" dele, claro que não. Mas quem diria que, ao abrir o computador dele, eu encontraria — sem intenção alguma da minha parte — uma enorme prova de que estou completamente enganado quando digo que namoro um completo anjo?!

Porra, não estou reclamando, mas tem coisas que seria muito interessante saber. Um bom exemplo disso, é que enquanto eu me esforçava para não ser um depravado total com ele, e me esforçava ao máximo para manter a sua "inocência", o filho da minha maravilhosa sogra, estava escrevendo sobre uma foda incrível envolvendo fetiches com mordaças para um site estranho chamado Social Spirit.

E puta que me pariu, como se isso não fosse o suficiente, ainda encontrei uma parte que o cara pagava um boquete fenomenal para o outro, enquanto eu me segurava para nem sequer proferir essa palavra perto dele, ele estava aqui, escrevendo tudo como se tivesse uma experiência total no assunto.

Um pouco irritado — ok, talvez bem irritado —, peguei o notebook e comecei a ler o que estava escrito, pouco me fodendo para o fato de que alguém poderia entrar a qualquer momento no quarto, e quando eu digo "alguém", me refiro exatamente a ele.

— "Os gemidos gostosos invadiam o quarto, sincronizados com os movimentos ágeis de vai e vem que o seu quadril fazia contra o do outro". Puta que pariu, Izuku, e eu achando que você era um anjo.

Entretido naquelas linhas — pois, por mais que esteja com raiva, não posso negar que o garoto tem talento — nem percebi o som baixo dos passos se aproximando de mim, e quando finalmente me dei conta, já era tarde demais.

— Kacchan, p-por que você está mexendo n-no meu notebook?

Pensei em mentir, sabe? Dizer que apenas estava fazendo uma pesquisa ou verificando um e-mail importante. Mas Deku me conhece com a palma da mão dele, e mesmo que eu possa ser um ótimo mentiroso — o que eu realmente sou —, ele me pegaria no ato.

— "Ele gritou: "mais, por favor, mais rápido" com a voz entrecortada enquanto o garoto ruivo ondulava o quadril". — O olhei como se o desafiasse a dar uma explicação diferente da qual eu tinha em minha mente, mas ele apenas ficou calado enquanto suas bochechas adquiriram aquele tom rosa que tanto me atrai. — E eu achando que namoro um anjo que nem sequer pensa em sacanagem, e você aqui, escrevendo putaria enquanto a gente só fica no "papai e mamãe".

— O-olha, amor, e-eu posso explicar.

— Hum, e você vai ter que explicar mesmo, Izuku, porque eu não sei como interpretar isso. Não sei se fico chateado por esconder algo assimde mim, ou com raiva por mentir pra mim. — Coloquei o aparelho sobre a mesinha novamente, suspirando ao olhar novamente para ele. — Porra, eu evito até falar a merda de um palavrão contigo, e você aí, escrevendo com uma experiência sexual da qual eu nem tenho consciência que você tem.