Five;

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"Fique à vontade para me subestimar,

mais esteja preparado para se surpreender."

Karla Fabricya


...


Ele acordou cedo, no mesmo instante em que os pequenos pássaros começaram a piar. Levantou-se cuidadosamente da cama e espreguiçou, sentiu alguns ossos estalarem. Nem se assustou. Pegou o seu aparelho no criado mudo, e viu o horário bem demarcado na tela de bloqueio do aparelho. 05:30 da manhã, ou seja, bem cedo.

Correu em direção a sala e o seu amigo ainda estava ali, na mesma posição de ontem. A única diferença era o pobre cobertor jogado no chão. Ignorou aquilo e pegou o molho de chaves no chaveiro, feito de madeira e pintado num tom vermelho escarlate.

Abriu a tranca da porta, logo depois de sair trancou novamente. Tinha uma chave do apartamento, presente dado pelo seu amigo meses atrás.

Caminhou até o elevador, abriu a porta e clicou no botão da área térrea. Quando as portas se fecharam aproveitou a deixa para colocar as suas lentes de contato e o tão odiado aparelho auditivo. Sim ele usava aparelho auditivo, mas apenas em um ouvido. Já que quando mais novo sofreu um acidente e perdeu 50% da audição na sua orelha direita.

Ouviu um pequeno barulho, sinalizando já estar no primeiro andar. Saiu às pressas dali, cumprimentou o porteiro com um sorriso, ele e o idoso eram conhecidos de longa data graças ao ruivo. Avistou seu carro no pequeno estacionamento ao lado do prédio, deu um pequeno sorriso enquanto destravou o automóvel e segundos depois entra, relaxou seu corpo antes de dar a partida.

Deu uma pequena olhada no aparelho para conferir o horário. Feito isso, dirigiu para fora do local. Aquela seria uma pequena viagem até sua moradia, na qual ficava em um terreno afastado da grande cidade. Longe de qualquer paparazzi maluco e da mídia.

Odiava repórteres.

Enquanto estava chegando no local admirava a vista rapidamente. Sempre foi observador quando criança, e aquele acidente na qual sofreu a alguns anos atrás o deixou bastante depressivo, fazendo com que o seu humor piorasse, o tornando mais rabugento do que era. Mas depois de alguns tratamentos, ali estava ele vivo.

Respirou profundamente quando estava perto dos enormes portões. O ar dali era com certeza mais puro nem se comparava com o do centro. Os seguranças na qual protegiam a entrada assim que o viram trataram de abrir imediatamente aquela imensa porta. Dirigiu em direção a imensa garagem, e a porta abriu imediatamente, estacionou ao lado de uma pequena fileira de carros completamente alinhados. Saiu dali passando por uma outra entrada situada em um dos cantos, logo assume quando entrou tirou os sapatos e colocou um par de pantufas.

O local estava vazio, pois não estava no horário de trabalho de alguns empregados, além de ter uma reforma em uma parte da mansão. Subiu uma das escadas do local ignorando o silêncio, e resmungava sobre a maldita construção, não entendia o motivo de construírem um elevador sabendo que não tinha problemas em subir algumas escadas. Não tinha culpa se a criadagem era sedentária.

Abriu a última porta do corredor revelando em seu interior um quarto de luxo, quem visse provável pensaria ser de algum casal por conta da imensa cama. Mas não, era só dele, tudo aquilo só era dele e de mais ninguém. Por algum motivo sentiu um leve aperto no peito, talvez fosse carência? Não sabia.

Seguiu para o banheiro onde tomou um banho rápido e gelado. E por fim vestiu sua roupa de trabalho, na qual consistia em um terno preto feito sob medida para ele e sapatos sociais de alguma marca cara que patrocinava.

I hate you    -𝐊𝐚𝐭𝐬𝐮𝐤𝐢 𝐁𝐚𝐤𝐮𝐠𝐨𝐮Onde histórias criam vida. Descubra agora