A saga de Athos: o acampamento - conto 1

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Frumm

Tack

Tack

Tack

Os pés tocam o solo com firmeza

Tack

Tack

Tack

– Pega ladrão! – Grita a mulher – pega ladrão!

As pessoas olhavam para os lados assustadas e viram um vulto correndo pela rua principal, pulando as barraquinhas de frutas e desviando dos homens que estavam tentando agarrar o garoto. Athos desviava de forma suave pelos braços dos homens; parecia voar, controlar o vento.

Corria sorrindo, na ponta dos pés para ganhar mais velocidade segurando firme a cesta de linho com maçãs que havia roubado da moça que agora já não conseguia mais ouvir o grito. Girava, deslizava, pulava e rodopiava fugindo dos homens. Entrava nos becos da cidade e saía nas ruas, desviava de mais pessoas e continuava a correr.

Como já estava longe do local de onde havia furtado a pobre senhora, olhou para trás e não havia mais ninguém por perto e também não ouvia mais gritos. Quando deparou-se que estava chegando perto do Castelo Uel, o protetor da entrada da muralha, foi diminuindo a velocidade. Passou a blusa suja no rosto para limpar o suor e foi andando como se nada tivesse acontecido até os guardas.

Dois homens estavam parados em frente a um enorme portão de madeira. Ambos fardados e com lanças. Ao lado do portão havia mais quatro soldados que estavam ao lado de duas manivelas. Athos olhou para cima e contemplou o enorme castelo de pedra que havia sido construído dentro da muralha.

– Boa tarde, senhores. Podem abrir para eu passar?

– Sua entrada, por favor. – disse o guarda. Athos tirou de seu bolso esquerdo um papel escrito seu nome e entregou ao guarda que checou seu nome em um caderninho.

– Abram os portões! – Ordenou o guarda. As duas manivelas foram giradas por soldados e o enorme portão de madeira foi aberto.

– Para onde vai, garoto? – Perguntou o outro, que estava de nariz empinado olhando para o garoto com o ar desconfiado.

– Sou da vila Concor, em Terra Bonita, senhor. – Respondeu Athos, ainda meio ofegante.

– Você comprou isso aí ou andou roubando, garoto? – Perguntou o outro guarda.

– Eu comprei senhor. Para a minha mãe. Ela me pediu.

– E qual é o nome da sua mãe?

– Metria – inventou. Nunca soube realmente o nome dela.

– E porque ela pediria para você vir comprar aqui sendo que no centro de Terra Bonita eles vendem maçãs?

– Ahh... as maçãs daqui são mais gostosas que as de lá, senhor. – Athos tomava cuidado na hora de mentir para não entrar com controversa mais tarde. Sempre falava devagar e pensando em cada palavra que ia ser dita depois da outra.

– Mas são mais caras. Sua mãe deve ser mais do que uma mísera camponesa. – Riu um dos guardas, cutucando o ombro do outro

– Exatamente. – Sorriu Athos para o homem.

– Tudo bem, garoto. Pode ir. – O guarda abriu espaço para que ele passasse.

Athos suspirou aliviado e seguiu em frente.

A muralha era gigantesca.

Ele não conseguia nem pensar quantos metros ela tinha, nem de altura e nem de espessura, mas era enorme. Era a maior coisa que já viu em 14 anos de vida. Era tão grande quantos os gigantes das Ilhas de Kala que ouvia falar nas histórias do grupo. Ao chegar na metade seu corpo estremeceu de frio. Feita de pedra pura erguida por escravos durante milhares e milhares de anos e os meninos do grupo dizem que ela é enfeitiçada para que nenhuma força do mal entrasse ali, mas ele duvida disso pois no fundo sabe que é mal. Ao atravessar a grande parede, voltou a correr com a sacola de maçãs até o acampamento do seu grupo.

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⏰ Última atualização: Sep 17, 2022 ⏰

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