Filha da Noite

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NO CASTELO DE NOSSO LORDE DEMÔNIO - a escuridão da noite se alastrou sobre a fortificação pedregosa, as trevas muito agradáveis e familiares - Kasdya Weneck espreguiçou e bocejou, suas roupas abandonadas ou penduradas em algum canto do vultoso quarto.

Na claridade agradável de lamparinas que queimavam com fogo mágico, ela moveu os braços e as pernas para ajeitar o corpo por cima do sofá extenso: o móvel era enorme, feito de um tecido vermelho vinho, este repleto de almofadas cravejadas que poderiam facilmente ultrapassar o tamanho de lobos. Em sua mão segurava a sua taça cristalina favorita, ocupada com uma substância carmesim densa inconfundível, o cheiro forte percebido apenas pelos próprios sentidos - sangue puro e fresco. Junto dela, várias figuras femininas estavam espalhadas ao redor, umas sentadas e outras debruçadas em posições bastante comprometedoras mas que não demonstravam nenhuma vergonha com isso. À sua disposição, haviam loiras, morenas e ruivas de aparências deslumbrantes e tão sedutoras quanto pareciam ser, nenhuma fez questão de estar vestida para a ocasião, afinal, não era necessário. As duas mais próximas de Kasdya tratavam de abraçá-la amorosamente uma de cada lado, acariciando sua barriga delineada e as vezes os seios redondos da mesma, obviamente sem resquícios de constrangimento. Nos momentos oportunos, uma das garotas tinha coragem de descer a mão para o meio das pernas da princesa, tocando e brincando com aquela parte sensível por diversão. Ela não gemeu. Kasdya nunca fazia sons a menos que ela precisasse.

Balançando o liquido dentro da taça, ela aproveitou para beber longos goles enquanto se divertia em observar as formas desnudas das mulheres. Quando ergueu o olhar, Kasdya fixou sua visão no rosto impecável da ruiva que estava do seu lado; a garota sorria suavemente, satisfeita pela posição que ocupava. Mas a vampira não esboçava o mesmo sorriso de felicidade genuína, apenas um riso sutil e puramente predatório.

— E então? Não vai nos contar o resto da sua história? De como massacrou aquele Dojo e destruiu a líder deles... — A voz melódica da ruiva ecoou sedutoramente. Ela falava bem próximo ao ouvido de Kasdya mas num tom alto o suficiente para todos escutarem.

Kasdya afastou os lábios de sua bebida e riu, uma risada baixa e muito rápida. — Já não contei essa história um milhão de vezes?

— Ah sim, mas eu nunca me canso de ouvir, majestade. — A mão da ruiva deslizou pela clavícula de Dya, acariciando a pele com suas unhas longas por todo o caminho que percorria. Os dedos correram em torno dos peitos, muito perto dos bicos, fazendo desenhos imaginários antes de descerem ainda mais, para no fim, apoiar a mão na perna da vampira.

— É verdade, gosto de escutar também. — Outra mulher completou enquanto exibia os fardos seios descaradamente.

— Tenho que concordar que é divertido relembrar em como chutei a bunda daquela vadia, mas preciso de incentivos primeiro. — Kasdya disse, determinada a conseguir o que queria e ninguém poderia negá-la - não quando se era uma filha da noite. Mesmo diante da claridade das lamparinas, seus olhos brilhavam num tom esmeralda esplendoroso e sobrenatural. Ela voltou a encarar a ruiva e, com a sua mão livre afastou os cabelos do pescoço alheio vagarosamente, deixando exposto a pele sensível diante de si. Quando se aproximou e depositou os lábios naquela região entre o ombro e o pescoço, Dya escutou um gemido recatado escapar da garganta da garota. Mas não a mordeu ainda, buscando provocá-la ao depositar beijos e lambidas demoradas com o objetivo de semear quaisquer emoções sob sua dominância. Assim que considerou ser suficiente, ela não se conteve e abriu a boca; os caninos crescendo anormalmente e tornando-se presas afiadas. Sem um pingo de delicadeza ou carinho, Kasdya afundou os dentes, rompendo carne e vasos sanguíneos para atingir a artéria desejada. O sabor do sangue explodiu em sua boca como a iguaria mais ansiada de todos os tempos, arrancando-lhe um grunhido predatório enquanto a mulher derretia em arfadas e gemidos abaixo. Ela podia escutar o bater do coração desesperado diminuindo conforme drenava mais e mais do liquido vital. Submersa nos prazeres e no calor, não reparou que a ruiva estava prestes a desmaiar.

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