O lamento de uma criança aprisionada

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Music: https://www.youtube.com/watch?v=7U_LhzgwJ4U&list=RDGMEM6ijAnFTG9nX1G-kbWBUCJA&index=26&ab_channel=ChvrchesVEVO

Créditos do desenho para o meu amigo querido que fez uma fanart da Aurora e da Kasdya ♥


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O MUNDO DOS SONHOS - Não, na realidade ela não caiu em um sono sem sonhos. Sua mente programou imagens e projeções de memórias, fragmentos desconexos que não faziam sentido para si. As lembranças arrastavam-na por incontáveis eras e épocas, até que parou abruptamente. Kasdya apareceu diante de uma porta fechada; o mundo ao seu redor era cinza e vazio, um local vago de vida. Sussurros ecoavam ao longe juntamente de batidas ritmadas de um coração retumbante. Quando ela olhou pra trás para conferir de onde o som vinha, Dya avistou o que parecia ser uma onda de corpos enegrecidos se aproximando dela enquanto eles proferiam maldições ou ordens;

— Coloque a coroa! Use-a!! — Um dos cadáveres vociferou, a voz falhando devido a composição podre de seu maxilar.

— Você deve morrer. Morra, assassina! — Mais um gritava conforme avançavam. Uns arrastavam-se pelo chão e alguns conseguiam caminhar apesar de cambalearem. Todos marchavam em direção a princesa de cabelos brancos. Os rostos desprovidos de identidade, e mesmo assim, esboçavam tristeza e raiva.

— Vista a coroa... Vista a coroa, Kasdya.

— Kasdya... Kas...Dya. Kasdya!!

— Monstro.

— Meu filho! Ela matou ele!!

— Ela matou todos! — Eles continuavam berrando e gemendo de agonia.

O rosto do rei surgiu no meio dos corpos, nenhum deles tinham textura e pele, nem o próprio lorde demônio. Mas ela reconheceu quando escutou uma voz inconfundível de arrepiar todos os seus ossos e nervos.

— Você tem que governar, Kasdya. — A voz do rei sussurrou em seu ouvido.

Kasdya recuou alguns passos e suas costas bateram contra a porta que estava atrás de si. Ela focou os olhos na multidão que se aproximava cada vez mais, no entanto, a mesma notou através de sua visão periférica que havia um objeto no chão. Assim que olhou para baixo, avistou a coroa que costuma usar por causa do seu título de princesa; era simples e de cor preta, diferente do luxo do ouro ou prata, mas que continha muito mais significado do que comparado a uma peça valiosa. Porém, o acessório estava abarrotado de espinhos e se encontrava ensanguentado como em suas visões passadas.

A vampira sentiu o deslize de alguma coisa úmida na testa, descendo por sua bochecha até o queixo e pingando no piso pra onde olhava. Assim que tocou o local com a ponta dos dedos, Kasdya trouxe a mão para frente e viu o seu próprio sangue nela. Num piscar de olhos, os cadáveres surgiram abaixo de seus pés, agarrando-a pelas pernas e tentando arranhá-la de todas as formas possíveis. Uma mão cadavérica ergueu a coroa e tentou colocar na cabeça dela ao mesmo tempo em que outras tentavam prendê-la com correntes de ouro, mas Dya lutou e se desvencilhou das garras deles. Depois de chutar uma cabeça e empunhar a maçaneta da porta, ela conseguiu abrir e passar pela entrada desconhecida, fechando-a com força. 

Os gemidos e xingamentos pararam.

Ofegante, Kasdya esforçou-se para controlar a respiração e os batimentos acelerados. De cabeça baixa, ela mirava o chão abaixo de si, percebendo que pisava num solo verde; gramíneas estavam por toda a parte, desde os sapatos da vampira, até muito mais. Erguendo o olhar, observou o campo vasto de plantas e flores que se estendiam por todo o horizonte. O céu azul carregava nuvens de vários formatos enquanto o sol iluminava as petúnias coloridas daquela terra.

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⏰ Última atualização: Nov 24, 2022 ⏰

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