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Sinto que toda esta situação é uma grande besteira. Eu tentei, de todas as maneiras adequadas e possíveis, demonstrar que não podia dar aquilo que ele queria.
Deixei clara todas as minhas intenções, mas nenhum dos meus escudos foram suficientes para impedir que Lee Chan se apaixonasse e quisesse me encontrar naquele momento.
A mensagem era curta e simples: "preciso te ver agora". Agora, não mais tarde, não quando eu pudesse, estava detalhadamente visível o quão urgente era me encontrar.
Mas eu não podia. Não podia machucá-lo, porque eu sabia que não deveria deixá-lo se apaixonar, mas acabaria comigo mesma se eu fosse a causadora da sua angústia.
— Você deveria se afastar — eu disse uma vez.
Foi em meio a última aula. Todos deveriam estar se preparando para a aula na quadra. Os meninos treinando para o campeonato, algumas garotas ensaiando as apresentações de líderes de torcida e outras trabalhando no vôlei, mas Chan descobriu meu esconderijo.
Debaixo de uma arquibancada, distante do olhar do professor responsável pela matéria, ele apareceu sorrindo, como se não estivesse cabulando aula para ficar ali, de papo furado comigo. Como se fossemos amigos de longa data, mas aquela era apenas a quinta vez que conversávamos.
E eu sabia que sua aproximação não era bom sinal, por isso o alertei, eu só estava dizendo porque eu me importava.
Porque eu sou difícil de amar, acho difícil confiar.
E eu não confio em garotos que agem como se fossem os donos do mundo, por mais que ele fosse a pessoa mais humilde e compreensiva que eu conhecesse, eu ocultava esse seu lado só para ter a visão de que ele era mais um dos garotos populares e babacas daquela escola.
E eu definitivamente não confio em garotos babacas e metidos que agem como se pudesse me entregar o mundo se eu pedisse.
Porque isso é algo muito bom, mas eu já passei por isso antes. Quando é bom demais, eu simplesmente fodo tudo.
Quando as coisas estão bem, de repente as coisas mudam bruscamente e eu sei, lá no fundo eu sei, sempre é a minha culpa.
Eu tenho conhecimento de que quando eu perdi o ônibus e consequentemente cheguei atrasada na aula, sem ao menos conseguir me arrumar direito, a barrinha de cereal posta na minha mesa tinha vindo dele.
Era a sua favorita.
Você quer tudo de mim, eu não posso dar tanto.
Foi o primeiro sinal que eu percebi, ele queria algo que eu não poderia lhe dar.
E agora eu estava ali, entre as prateleiras afastadas na biblioteca. Me escondendo como uma covarde que eu era, porque eu sabia o que estava por vir.
Então, não se apaixone muito porque eu sou difícil de amar.
