~S/N P.O.V.~
Andei pelos corredores evitando passar por onde costumava, eu não queria ter essa conversa agora, e não estava no clima pra fazer teatrinho pagando de sonsa. Por mais que eu estivesse triste, a tristeza não era a minha maior emoção naquela hora, eu estava com raiva... Muita raiva. Mas não sabia exatamente de quem, se por mim de acreditar nele assim, ou dele por levar isso como um jogo.
Eu só queria sumir antes que fizesse outra besteira, mas claro que não seria tão simples.
(Seungmin): S/N! Essa foi a pior garota. -Diz parando na minha frente.
Apenas segui andando como se nada tivesse acontecido... Nada que eu fizer vai superar o que você fez.
(Seungmin): S/N... -Diz me seguindo. -O que foi?
Continuei andando sem dizer uma palavra, eu só queria sumir... Eu estava me esforçando pra não chorar ali, eu queria ir embora mais ainda tinha mais duas aulas hoje... Segui meu caminho até o elevador, péssima ideia? É... Eu sei. Mas talvez do terraço eu conseguisse respirar melhor.
Esperei que as portas se abrissem, e logo entrei apertando o botão, pra que subisse.
(Seungmin): Você está bem? -Pergunta preocupado.
Ele estava me irritando... Muito. Já não bastava ignorar tudo que eu sentia... E que deixei muito mais do que óbvio, ele tinha mesmo que fingir tão bem? Acho que ele estava fazendo o curso errado, seria um ator de sucesso sem o mínimo esforço. Cruzei os meus braços e foquei nos números aumentando que sinalizavam os andares.
Em poucos segundos as portas abriram de novo, e eu saí sentindo o vento passar contra mim, mas infelizmente também senti a sua mão segurar a minha.
(Seungmin): Fala comigo por favor...
Soltei a mão dele da minha... E me odiei por isso, mas eu estava odiando ainda mais o fato de ainda amar ele. Eu só queria que isso não passasse de um mal entendido... Queria que fosse só mais uma conversa que não foi ouvida até o final... Mas eles tiveram tanto cuidado pra ter certeza do que estava acontecendo... Que não podia ser um mal entendido.
(S/N): Eu sou só uma diversão pra você? -Pergunto baixo.
Ele ficou imóvel, parecia analisar tantas coisas ao mesmo tempo, mas também parecia não saber o que pensar, o que falar... Era verdade.
(S/N): Não fala mais comigo... Por favor... Dessa vez o jogo acabou, de todas as formas, de uma vez.
Voltei pro elevador e dessa vez ele não me seguiu... Mesmo que uma parte de mim quisesse que sim. O intervalo acabou, e eu voltei pra sala, mas não consegui prestar atenção em nada, então resolvi voltar pra casa, seja como fosse eu podia repôr esse conteúdo outra hora.
Não demorei pra estar no meu quarto, jogada na cama depois de um banho, estava no celular apagando tudo, as fotos, o contato, as mensagens... Deixei a pior parte pro final, as fotos que tiramos durante esse tempo, as impressas... Aquelas que me arrancavam sorrisos bobos quando eu olhava, agora só aumentavam um vazio em mim.
Me levantei da cama e tirei todas elas dali... Coloquei em qualquer outro lugar que eu não as visse, ainda não conseguia acabar de vez com elas... Eu ainda tinha esperanças de que ele dissesse alguma coisa, algo que anulasse isso. Como eu sou idiota.
Guardei elas em uma caixa, e deixei debaixo da cama, eu não veria elas ali, já era um avanço... Ou não, podia estar só me iludindo de novo. Me sentei na cama, e logo me deitei de novo, a porta estava fechada, o Minho tinha uma chave da porta de casa, então não precisava me preocupar.
Peguei os meus fones, e aumentei o volume no máximo, tentando ignorar as vozes na minha cabeça. Aquelas que esperavam que ele mandasse uma mensagem, ou ligasse, ou batesse na porta á qualquer segundo, ou simplesmente pulasse a janela do meu quarto. Por que eu ainda queria ele aqui? Isso não era justo comigo mesma...
Abracei um dos meus travesseiros, e deixei que a vontade de chorar se soltasse, e tomasse conta de mim por completo.
[...]
~Minho P.O.V.~
Assim que cheguei em casa ouvi os soluços dela, eu não ia conseguir aguentar isso por muito tempo... Eu precisava animar ela... Mas eu não sabia como, não era algo como quando éramos crianças, ela ralava o joelho e eu cuidava dela o resto do dia, até ela se sentir melhor.
Eu sabia que pra ela isso era a pior dor que ela já sentiu, afinal ela foi contra um dos traumas, confiar em alguém não era tão simples pra ela. Por isso ela não deixou que ele se aproximasse durante anos. Ela deve estar se culpando por ter confiado nele... Subi as escadas e parei na frente da porta dela. Eu não ia bater, ela diria pra que eu fosse embora.
Entrei no quarto e mesmo assim ela continuou chorando, ouvi a música que saía dos fones dela e isso explicava... Ela não tinha nem percebido que eu entrei. Me deitei do lado dela e ela abriu os olhos ainda chorando, ver ela assim me quebrou de diferentes formas... Eu queria ter protegido ela... Queria ter proibido esse namoro desde o início, na verdade não adiantaria de nada. Ela sempre fazia o que queria.
Ela ainda me olhava com seus olhinhos vermelhos e cheios de água, abracei a minha irmãzinha da mesma forma que sempre fiz... Eu não precisava dizer nada, nada que eu dissesse ia consolar ela, o melhor que eu podia fazer era deixar que ela se aliviasse com o choro, e só dar carinho pra ela...
Algum tempo passando meus dedos pelos fios de cabelo dela, ouvi a respiração dela se acalmar e os soluços sumirem... A minha gatinha estava dormindo.