3. Lavanda

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(🐤)

Cocei minha garganta ao perceber que estava encarando jungkook há um bom tempo, rapidamente desviando meu olhar para o chão. Não queria que ele me achasse um pervertido, afinal ele estava usando apenas uma calça de moletom...foco, park jimin, foco.

— D-desculpa por te acordar, é que eu precisava te pedir desculpas... — levei minha mão direta até uma mecha do meu cabelo, começando a enrolar a mesma, era uma de minhas manias.

— Não tem problema, park. Mas pedir desculpas? Pelo o que? — disse me encarando com uma expressão confusa.

— Por ontem! A minha...mãe não é muito receptiva com os vizinhos novos e também...desculpa pela cena que você viu. — lhe disse com a voz baixa e soltei um suspiro baixo, sentindo minhas bochechas ficarem ainda mais avermelhadas.

— Não tem que se preocupar com isso, hm? Está tudo bem, de verdade. — jogou um sorrisinho leve em minha direção e colocou as mãos tatuadas dentro do bolso da calça, sem desviar o olhar de mim.

Meu deus, ele me deixa tão nervoso. Consigo sentir minhas pernas tremendo só do jeito que ele me olha.

— Ótimo! B-bom, eu tenho que ir agora, tô atrasado pro trabalho. — olhei em seus olhos e rapidamente lambi meus lábios, me afastando aos poucos da porta. — Mais tarde nos falamos, eu ainda quero ver o seu jardim, Jeon.

Quando eu estava prestes a me virar, o maior segurou uma de minhas mãos e olhou para a varanda da minha casa, acho que estava verificando se a minha mãe estava nos observando ou algo do tipo.

— Espera um pouco aqui, ok? Eu tenho uma coisinha pra você, senhor Park.

Ele nem me deu chance de responder e voltou para dentro de casa.

Caramba, onde eu fui me meter...era só um pedido de ajuda para matar um inseto, agora eu nem sei mais o que ta acontecendo, mas não é ruim.

— Aqui! Eu ia te entregar ontem como um agradecimento, mas sua mãe...enfim, espero que goste, Park.

Jeon voltou até estar em minha frente e estendeu um pequeno buquê de lavanda, com um lacinho lilás amarrado no cabo da flor.

Peguei o buquê e literalmente fiquei sem palavras. É tão lindo, tão meigo...acho que eu nunca tinha ganhado flores de alguém antes.

— Isso é lindo, kook! Eu não sei nem o que te dizer, mas eu adorei muito, muito mesmo. — fiquei tão encantado pelas flores, que nem percebi a forma que havia chamado ele.

Sorri para o mais alto e logo abaixei um pouco minha cabeça, sentindo minhas bochechas ficarem avermelhadas e bem quentes.

— Fico feliz que tenha gostado. Você é uma gracinha, Jimin-ah. — passou a ponta do seu dedo indicador rapidamente pelo meu queixo, logo se afastando para poder entrar em sua casa. — Nos falamos mais tarde, hm? Imagino que você tenha que trabalhar agora. Até mais, vizinho. — e fechou a porta.

Tudo bem, ele me deu um buquê de lavandas, disse que eu sou uma gracinha e ainda fez carinho no meu queixo...o que acabou de acontecer?

Dei um pequeno pulinho assim que ouvi uma buzina conhecida em frente a minha casa, rapidamente me virando em direção do carro, sem deixar de esconder um sorriso enorme ao ver quem era naquele carrão.

— Taehyung-ah! — olhei uma última vez para a porta de jungkook e não demorei muito para correr até o carro de taehyung. — Caramba, você demorou, hein! Vamos chegar atrasados. — entrei no carro com pressa e coloquei o cinto com cuidado para não estragar o buquê em minhas mãos.

Kim taehyung é um dos meus melhores amigos. Nos conhecemos no meio do ensino médio e desde então ele nunca mais desgrudou de mim...ou é o contrário. Hye nunca aprovou a nossa amizade, ela sempre dizia que taehyung iria "atrapalhar" o meu futuro e me distrair, mas como vocês podem ver, eu nunca ouvi o que ela falava sobre ele.

— Foi mal, jiji! Sério, o meu pai me segurou em casa, falando sobre a empresa dele e blá, blá, blá. — deixou um rápido beijinho em uma de minhas bochechas e não demorou muito para começar a dirigir em direção ao trabalho.

— O que é isso aí na sua mão, toco? Hye finalmente pediu perdão pra você? — de longe eu senti o gostinho de sarcasmo no seu tom.

A voz de taehyung era grossa e um pouco rouca, mas o engraçado era que eu sempre sentia o gosto de pirulito de morango quando ele falava. A cor laranja sempre aparecia quando o mesmo chegava, era como se ele iluminasse o meu mundo todinho com o seu jeitinho de ser. Eu o amo muito, muito mesmo.

— Toco é a senhora sua mãe, taehyung. — deixei um peteleco forte em sua nuca e voltei minha atenção para o buquê, deixando uma mordidinha leve no canto de meus lábios. — Eu ganhei do meu vizinho. Ajudei ele com uma coisa ontem e ele apenas quis me agradecer com esse buquê.

— Hmm, vizinho? Park jimin, seu safado! Te criei direitinho. — o maior diz em um tom bem animado e deixa um tapa em minha coxa, me fazendo resmungar baixinho pela dor.

— Idiota, não é nada disse que você tá pensando... — estendi o dedo do meio na direção do mesmo e voltei minha atenção para o buquê.

Fomos discutindo o resto do caminho sobre o que eu tava fazendo na casa do meu vizinho, Taehyung só pensava besteira...

[...]

Hoje a cafeteria não estava tão cheia como nos outros dias, agredeci muito por isso, pois não dormi muito bem na noite passada, então estava um pouco molenga e sonolento.

No momento, eu tô sentado atrás do balcão, ao lado de taehyung, tomando uma xícara de café puro para tentar ficar acordado até a noite. Ele tá bem animado hoje, não parou de tagarelar sobre os preparativos para o seu futuro casamento, até preparou os biscoitos com uma cantoria, bem alta por sinal.

Mas eu tô um pouco preocupado, parecia que ele estava tentando me esconder alguma coisa ou evitando algum assunto. Sempre que eu tocava no nome dela, ele ficava um pouco tenso e mudava rapidamente de assunto.

— Tata, você teve alguma notícia sobre aquela...investigação que eu te falei? — comentei baixinho para o garoto ao meu lado.

— Toco, você não acha melhor a gente conversar sobre isso depois? Estamos no trabalho e eu não quero te deixar preocupado. — taehyung me respondeu em um tom mais sério, fazendo um pequeno carinho em minhas costas.

Eu sentia que ele estava escondendo alguma muito importante de mim. Será que finalmente descobriram a verdade? Ou encontraram ela?

— Por favor, tae, se você sabe de alguma coisa, nem que seja algo pequeno...me conta. — olhei em seus olhos e segurei suas mãos com firmeza, já sentindo o meu coração acelerar cada vez mais.

— Eu planejava te contar na hora de ir embora, mas sei que você vai ficar insistindo nisso e vai ficar ansioso, então eu vou te contar... — ele olhou em volta para ter certeza de que não tinha nenhum cliente naquele horário, realmente estava vazio.

Senti ele apertar um pouco mais as minhas mãos e respirou bem fundo, se preparando para falar. De longe dava pra ver o quanto ele estava tenso e nervoso para me contar.

De verdade, eu esperava de tudo. Esperava ele dizer que ela realmente estava morta, mas eu não estava pronto para ouvir o que ele tinha acabado de falar, isso nem sequer passava pela minha cabeça.

Ela está viva. O senhor Shin encontrou ela em Tóquio há um mês atrás, ela se mudou recentemente pra lá com...com uma filha. É isso, Park Jihyo está viva.

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oioi, leitores! mil perdões pela demora, mas eu tava atolada de trabalhos e provas na escola. agora ta mais tranquilo, então vou aparecer com mais frequência!!

quem será que é essa jihyo, hein? 🤫

espero que gostem e até o próximo!


Neighbor's Garden • jjk + pjm Onde histórias criam vida. Descubra agora