Backup - Cursed Søuls (Vol. I)

prólogo

O capítulo a seguir contém: 1.069 palavras
Tempo estimado de leitura: 8 min

(header do capítulo)

[Um mês antes]
[Segunda-feira - 24/07/2023]
[Mogi das Cruzes - SP]

Era uma segunda-feira de inverno numa manhã nublada, um novo dia ainda começava a nascer com os ponteiros do relógio da parede de casa marcando exatamente 06:15, tomava meu café da manhã sentado no sofá da sala:

- Que frio! Ei, Cauã, se quiser ficar em casa hoje pode ficar - comentou minha tia se tremendo toda ao meu lado mesmo enrolada em seu próprio cobertor, sentada também no sofá da sala

- Ok, tia, mesmo assim irei

Realmente estava muito frio naquele momento olhei meu celular e a sensação térmica mostrava 9° graus, mesmo assim estava determinado em ir à escola hoje esperando o tempo passar, já arrumado com minha roupa escolar assistindo o noticiário na televisão à minha frente: -"Foi morta de maneira cruel, pelo ex-companheiro na frente da casa da família, olha só! a que ponto chega a barbaridade da pe...":

- Troca de canal menino! Como você ama assistir "mortes" assim!?

- Deixa, tia - sorri - logo mais estarei saindo mesmo

Não a obedeci, continuei assistindo aquele programa enquanto ela ficava rindo com seu celular em suas mãos, tão obcecada com aquilo que até deixava de lado o seu café esfriando em cima da mesinha à nossa frente. Após alguns minutos deu a minha hora, então levantei e me despedi de minha tia como de costume:

- Até logo, Núbia

- Calma, Cauã, volte aqui!

- Oi - voltei, sentando-se ao seu lado novamente

- Já te contei tantas vezes, Cauã... não conte nosso segredo a ninguém

- Ok, tia, pode confiar em mim

- Claro que confio em você meu amor, você é como um filho para mim - disse ela, largando seu celular em seu colo e virando em seguida seu rosto para mim - mas entenda, existem pessoas no mundo que não pode descobrir sobre a nossa história, de onde viemos e do que sabemos, coisas ruins pode acontecer...

- Entendo - concordei, balançando a cabeça - você já me disse isso tantas vezes...

- É para ver se entra nessa sua cabeça oca - respondeu ela dando socos de leve em minha cabeça - sua vida está em jogo, minha vida está em jogo, todos nós estamos correndo risco a todo momento!

- Tá ... - concordei novamente de cabeça baixa

- Agora me abrace e pode ir

Então a abracei, despedindo-me:

- E mais uma coisa, certeza que não precisa que eu vá contigo nesse seu primeiro dia de aula nessa cidade?

- Sim, já estou no Ensino Médio, sei me cuidar

- Ok, cuidado meu sobrinho

Então peguei minha mochila em cima da mesa e segui até a porta para sair de casa, olhei para trás e a vi sorrindo novamente com seu celular em suas mãos, provavelmente conversava com alguém, então apenas abaixei a cabeça com um sorriso no rosto e segui meu rumo.

Saindo de casa fui seguindo até a escola, estranhamente naquele horário a rua estava toda deserta, não tinha carros transitando tampouco pessoas caminhando mesmo assim continuei seguindo sozinho, como me mudei para essa cidade a 4 dias atrás, ainda sou novo na vizinhança e não conheço nada daqui, portanto acho que essa rua vazia desse jeito seja normal nessa estação fria do ano.

Caminhando, avistei uma moça saindo de uma casa a metros a minha frente, parei de andar e reparei bem para ver quem era aquela linda garota descendo as escadas de sua casa, ela tinha a pele bem clarinha feito neve, aparentemente quase da minha altura com um cabelo ruivo charmoso e um olhar penetrante, toda agasalhada com roupas de frio e bem arrumada. Eu a conhecia mas não tinha amizade com essa ruiva, por ser novo no bairro e te ver poucas vezes ainda me faltava coragem para chegar até ela, mas por sorte a gente era da mesma classe na escola, fiquei sabendo disso justamente no dia que me matriculei.

Assim que a mesma chegou na calçada virou o olhar para os dois lados da rua, quando virou para trás me avistou imóvel te encarando, nesse momento fiquei envergonhado com ela me olhando daquele jeito ficando todo travado e inseguro quando de repente ela sorri pra mim me cumprimentando, aquele sorriso me encantou na hora, minhas bochechas ficaram ainda mais coradas naquele momento e, eu só consegui sorrir mesmo tímido de volta, depois ela virou para frente e seguiu seu caminho enquanto fiquei pra trás parado, fascinado, naquele lindo sorriso daquela garota, precisava conhecer o nome dela logo, pensei.

Então nós fomos seguindo para a escola, com ela na frente e eu atrás mantendo uma distância considerável entre a gente, com a rua ainda vazia, não vi mais nenhum outro estudante pelo caminho, ou qualquer outro tipo de pessoa por ali, e por isso imaginava que hoje com certeza hoje a minha sala estará vazia.

Assim que chegamos o portão já estava aberto antes do horário certo de abrir, provavelmente por causa daquele tempo nublado e frio que fazia, então continuei seguindo adentrando aquele prédio escolar seguindo aquela garota da minha rua:

- Hum, ainda falta alguns minutos para entrar para a minha sala, acho que vou continuar seguindo essa ruiva para tentar conhecê-la melhor - pensei, sem nenhum aluno ou professor por perto

Seguindo seus passos sem que ela perceba, a vi cumprimentando algumas moças, provavelmente suas amigas no pátio, depois seguia conversando para o banheiro feminino com seu grupinho, enquanto eu estava no canto do corredor da entrada te avistando de longe, fingindo estar mexendo em meu celular, para que os alunos que entrassem não notassem:

- Ela me parece um pouco popular, mesmo assim tentarei fazer amizade com essa mina - novamente pensando alto

Então fui mais para frente em direção a outro corredor ali, para ficar no meu cantinho, à espera dela sair para continuar olhando ela e aprender um pouco melhor sobre a mesma, antes de tomar coragem suficiente para chegar naquela garota.

■ CONTINUA...

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Sinopse do capítulo a seguir: 01 - O início

Me despedi de minha tia como de costume e segui para a minha escola, caminhando sozinho no deserto dessas ruas dessa minha nova cidade, porém sinto que o dia está diferente, algo está estranho nessa manhã gelada, de repente acabo-me lembrando de algo terrível sobre meu passado, algo que ainda não superei e me machuca até hoje.