Capítulo 1: Café preto

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Uma noite nebulosa, como um cais em uma noite de nevoeiro, e fria, como os lábios de um morto. Esse era o clima que pairava em Wolf Trap, Virginia. Esse ambiente, somado com o vento que soprava entre as cortinas brancas, no qual causava um som angustiante, me causavam ansiedade mais do que deveria. Sentia uma sensação estranha de aflição e uma louca ansiedade de sair da cama. Vi o relógio, 02:00 da manhã, como sempre, dormia pouco como em qualquer outra noite.

Antes que pudesse reagir a qualquer coisa, um de meus 5 cães começa a rosnar em direção a porta e os outros se afastaram da mesma, assustados. Me levanto vagarosamente da cama e vou em direção ao cão que rosnava com inquietação para a porta.

Chego mais perto até a maçaneta, encostando meu ouvido na porta a fim de tentar ouvir qualquer barulho que pudesse escutar no momento.

Ouço cascos batendo contra a madeira velha do chão da varanda, onde a mesma rangia pesadamente. Isso causa-me arrepios dos pés a cabeça. Depois do barulho, o cão que antes mantinha uma coragem inexplicável, agora estava junto aos outros. Engulo em seco, e, por um motivo do qual não sei explicar ao certo, abro a porta sem pensar duas vezes, como se, mesmo não querendo, meu corpo me impulsionava a fazer tal ato de tamanha imbecilidade.

Vejo um cervo negro, tanto quanto o breu da noite que se manifestava, grandes galhadas podiam ser vistas em sua cabeça e olhos tão brancos como a lua, e eu por agora, me mantive estático sem mecher um músculo se quer, apenas ouvindo minha própria respiração descontrolada e meu coração que parecia errar alguns batimentos pelo pânico de ver aquela cena estarrecedora.

A criatura me olhava diretamente nos olhos, e por fim analisou-me dos pés a cabeça. Ela se aproxima...

O despertador toca.

O som irritante do pequeno aparelho indicava que já eram 06:00 em ponto. A manhã era fria, e logo fui invadido pelo ar gélido que vinha de uma janela semiaberta. Havia acordado com um pulo na cama, como quem tem aquela sensação de estar caindo em um sonho, além de estar trêmulo e desnorteado.

Nunca havia acordado na hora, sempre eram horas e horas mais cedo e isso era uma surpresa, entanto. Minha cama assim como meus lençóis, travesseiro e a mim mesmo estavam encharcados de suor, por causa do pesadelo vivido na noite passada.

Me levanto assustado e trêmulo vendo a bagunça que fizera. Esfrego minhas mãos em meu rosto.

O que raios era aquilo? Pesadelo mais estranho que esse, só esse.

Pensei comigo mesmo enquanto arrumava minha cama que agora estava seca sem indícios do ocorrido.

Vou até a cozinha, pego um copo e o encho com água junto com alguns comprimidos para dor de cabeça.
Estava um caco e não sabia ao certo pelo porque, se era o pesadelo ou o fato de eu sempre estar um caco. Vou ao banheiro e tiro meu pijama e logo preparo uma água quente para o banho, pois o dia seria longo e eu queria mais que tudo relaxar um pouco antes de cansar meus nervos e neurônios com o trabalho.
Sentado na banheira pude sentir meus músculos, enfim, relaxarem com o contato caloroso, suspirei aliviando o stress, fechei os olhos e comecei a massagear as têmporas.

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Lá estava Will, em um escritório bem alinhado e organizado. Estava um pouco nervoso com tudo aquilo, ajeitando sua postura e óculos com certa inquietação e ansiedade, até escutar o som da porta de vidro se abrir.

- Bom dia! Você deve ser o Will Graham. Muito prazer, Jack Crawford!

Jack era um agente encarregado da Unidade de Ciência Comportamental do FBI em Quântico, Virginia. Um homem vestido com terno e gravata, negro com alguns fios brancos em seu cabelo aparecendo momentaneamente no campo de visão de Will que não mantinha contato visual com o homem a sua frente. Era um homem muito bem respeitado pelo seu trabalho e liderança, era uma surpresa muito grande do cacheado saber que ele havia tido um interesse repentino nele.

Will, você é só meuOnde histórias criam vida. Descubra agora