The Another Love

Capítulo 1

MIGUEL

"A É apenas o começo.."

Ainda não acreditava que meus irmãos tinham armado isso para mim mesmo sabendo que eu odiava voltar para essa cidade e odiava o meu aniversário. São Paulo nunca foi um lugar receptivo para mim não depois que a Andrea morreu a 4 anos atrás. O fato de eu nunca ter me casado novamente depois de Andrea era sempre um dos assuntos mais falados em jantares como esse, minha mãe por mais que tivesse dois netos vindo de Gustavo sempre me pressionava pedindo para que lhe desse uma neta, uma herdeira para as minhas terras. Quando Andrea era viva até chegamos a tentar, mas o câncer impediu qualquer uma de nossas tentativas e quando ela veio a óbito filhos passaram a ser a última coisa que eu queria.

Pego uma taça de vinho em uma das mesas do buffet enquanto observava toda essa palhaçada que a minha família tinha feito para mim. Meus irmãos se aproximam de mim ambos alterados, não era nem dez da noite, mas eles já apontavam sinais de quem estava de porre, o que me deixava mais de saco cheio ainda por que quem conhecia Gustavo e Lorenzo sabia que eles bêbados dois filhos da puta chatos e sentimentais.

- É a porra do seu aniversário por que ainda tá sóbrio? - Olho para o Lorenzo de cima a baixo expressando a minha irritação. Ele não aparentava ter seus 21 anos recém completados. Meu irmão mais novo era muito parecido comigo em maior parte do tempo, tínhamos quase a mesma altura e a mesma aparência a única coisa que nós diferenciávamos era seu corpo coberto por tatuagem. Lorenzo nunca havia tido nenhuma dificuldade na vida e isso fazia ele ser de nós quatro oque mais tinha dificuldades de lidar com seus sentimentos.

- Vou ter que concordar com o pirralho Miguel, 27 anos na cara e já é um velho gaga, o que aconteceu com o Miguel que ia a festas e curtia a vida? p- Foi a vez do Gustavo receber uma olhada minha. Diferente do Lorenzo, o Gustavo não aparentava nem um pouco ter 30 anos. Ele sempre foi o queridinho de todo mundo, não por ele ser o mais velho de nós quatro, mas sim pela personalidade de ouro dele, nada abalava meu irmão independente de todos os problemas que passamos na adolescência ele ainda era o único que sempre achava um motivo para continuar a sorrir.

- Não dá para curtir o próprio aniversario quando se é a data que mais odeia irmão, não é como se essa festa idiota me fizesse esquecer meu passado. - Eles dois e nossos pais sabiam o motivo para eu não gostar de vir a São Paulo e o meu desgosto em relação ao meu aniversário, mas mesmo assim eles insistiam em que eu retornasse nessa maldita cidade.

- Não fala assim... - Gustavo murmura uma advertência para mim como se aquilo fosse mudar em algo no meu jeito de pensar. Quando você nasceu em uma casa a onde não dão a mínima para você não é só seu aniversário que passa a ser algo que você odeia

- Não era para eu estar aqui e não para nenhum dos idiotas estarem bêbados. - Olho com desdém para os copos de caipirinha que cada um deles possuía na mão.

- Vocês deveriam aprender como a Ana acho que ela é a única pessoa sensata dessa família. - Nunca entendi a obsessão das pessoas em comemorar uma data que sempre vai te lembrar que a cada ano você está mais perto de morrer.

- A Ana é louca, como você pode dizer que ela é sensata? - Aponto com a cabeça para a nossa irmã que estava dançando uma música qualquer com a nossa mãe. Ana sempre foi a mais agitada de nós quatro, ela sempre gostou de se sentir livre então ela aprontava tudo o que tinha direito, o que deixava nossa mãe maluca.

- Diferente de vocês que estão aqui enchendo meu saco a Ana está dançado e cagando para a minha existência. Então sim ela é mais sensata que vocês, dois idiotas que me fizeram viajar até aqui - Revirando meus olhos me afasto deles dando a conversa por encerrada.