capítulo único: 𝘁𝗮𝗸𝗲 𝗺𝗲 𝗼𝘂𝘁

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California, 1986.
MICHELLE

Era uma noite quente, sexta-feira, daquelas que te fazem querer sair, ver carros, luzes e pessoas, uma das últimas antes do fim daquele verão, a propósito.

E ali estávamos, praticando o mesmo ritual o qual vínhamos nos submetendo, sempre gastando longas tardes e noites durante as 'férias' - vulgo pequena pausa da faculdade - de 86.

Ao invés de marcamos presença no Rainbow, bar o qual costumamos nos encontrar regularmente, decidimos ir ao O Arcade Fire dessa vez. O lugar era fofo, basicamente uma mistura de lanchonete, com fliperamas e máquinas de jogos. Também conhecido como o local em que os jovens iam para torrar a maior parte do dinheiro de seus pais, deixando-os furiosos.

O ambiente era fechado e escuro, e não estou exagerando quando digo que havia um clima mágico, com barulhos eletrônicos hipnóticos e luzes de todas as cores e intensidades.

Ao fundo, a suave melodia de "Killer Queen" aproximava-se do refrão.

'She's a killer Queen, Gunpowder, gelatine
Dynamite with a laser beam.'

Cantarolei baixinho, enquanto análisava as pessoas sentadas ao meu redor, na mesma mesa.

— Cassie, você não vai fazer uma tatuagem no traseiro. — O ruivo exclamou, emburrado.

— Volte duas casas, amor. — pude jurar que a última palavra saiu da boca da loira com um tom levemente ameaçador — Acho melhor ir se acostumando com a ideia, porque eu já me decidi. — Respondeu, dando de ombros.

— Ótimo, mal posso esperar para ter um cara tatuando a bunda da minha mina. — Axl bufou, irritado.

— William, eu vou fingir que você não disse isso para que seja possível continuarmos namorando, ok? Qual é, amor, a bunda é minha. — ela apoiou suas costas á parede, jogando suas pernas por cima do colo do namorado.

— Não, querida, a bunda é nossa. Mais minha do que sua, se quer saber. — Ele murmurou com um dos seus clássicos sorrisinhos de lado no rosto, sendo recebido por um rápido tapa no ombro dado pela namorada.

Revirei os olhos. Em uma escala de 10 a 0, o quão estranho esses dois podiam ser?

Rapidamente, desviei minha atenção para as duas peças que discutiam do outro lado da mesa.

— Eu não acredito que você vai gastar mais uma ficha em um troço chamado Corrida Doce. Pelo amor de Deus, Steven, é o jogo mais sem graça do mundo!

Sugar Rush, Duff, Sugar Rush. E você só diz isso porque é péssimo nele e sempre perde para mim.

Eu ri, acostumada com o clima de cão e gato que os dois sempre tiveram. Passavam 95% de seu tempo se irritando, não importava onde ou quando, uma provocação sempre surgia.

— É mesmo? Então fasta, vou te mostrar quem não sabe jogar. — A pequena ficha foi novamente tomada pelas mãos do McKagan, que levantou de súbito, logo se posicionando na frente da máquina mais frufru que havia em todo o ambiente.

Era inteiramente detelhada, com tons mixados entre rosa e verde, sem falar nas bengalas natalinas grafitadas ao seu lado esquerdo.

Duff começou a jogar a tal Corrida doce, que em poucos minutos, transformou-se em Corrida Azeda, já que ele não levava o mínimo jeito para esse jogo, em específico.

Logo em seguida, as clássicas risadas escandalosas de Steven inudaram o local.

— Jogo idiota. — o loiro emburrado resmungou.

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𝗧𝗛𝗜𝗦 𝗖𝗛𝗔𝗥𝗠𝗜𝗡𝗚 𝗠𝗔𝗡, 𝗂𝗓𝗓𝗒 𝗌𝗍𝗋𝖺𝖽𝗅𝗂𝗇 oneshotOnde histórias criam vida. Descubra agora