capítulo 1

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— pai pela última vez eu não preciso de um servo,consigo me virar sozinho — falo diante de meu pai sentado no trono que está me encarando com uma expressão cansada.

— filho presta atenção e muita atenção no que direi,eu sou a porra do rei e se eu estou dizendo que terás um servo ,você terá e ponto final,ele é filho da serva que foi de sua mãe,o garoto precisa de um emprego e eu dei,ele começará amanhã então vá se acostumando a ideia,se não tiver mais nada a falar está dispensado — meu pai termina de falar me enxotando e chamando seus ministros pra falarem de negócios,curvo-me e me retiro querendo socar o primeiro que ver pela frente.

Vou até meu quarto batendo a porta quando adentro e soco uma das pilastras da minha cama,meu pai sempre soube que não gosto de gente me ajudando ou me servindo mas faz isso para me punir eu sei disso,estou com muita raiva e pra dissipar isto vou até os estábulo e monto em um dos nossos cavalos afim de cavalgar um pouco pela floresta quem sabe não ache algum cervo pelo caminho para uma caça.

.........

— bom dia mãe  — saúdo minha mãe que está no fogão preparando mingau para comermos, somos só eu e ela então procuro ajudar ao máximo com isso hoje sairei pra caçar.

Minha mãe foi serva da falecida rainha Irene e em seu testamento deixou algumas moedas de ouro para minha mãe como recompensa pelos anos trabalhados e pela amizade que ambas tinham,com o dinheiro minha mãe comprou uma casinha com um grande quintal onde temos plantações de legumes e frutas que vendemos para os comerciantes locais,não temos uma vida de luxo mas somos felizes com o pouco que temos.

— bom dia meu filho,tenho ótima notícia pra ti,o rei respondeu minha carta e ele lhe deu um emprego,você começará amanhã como servo do príncipe, estou tão feliz meu filho,é um trabalho duro e terá dias que irá odiar mas no final vai valer a pena — ela diz pondo a tigela na mesa e enxugando as mãos no avental me olhando e sorrindo.

Cresci ouvindo minha mãe contar sobre seu tempo de serva pra falecida rainha ,ela dizia que Irene era doce e bondosa e tratava a todos com respeito e que sentiu muito quando a rainha faleceu e até hoje a vejo com olhos marejados quando lembra dela.

— que notícia maravilhosa — a abraço fazendo ela solta um risada — mas e as plantações mãe,quem vai lhe ajudar,não quero a senhora fazendo esforço — digo pegando em suas mãos.

— não se preocupe meu filho,dolores e seus filhos podem me ajudar ,vá despreocupado — ela diz e da um beijo em minha testa,dolores é nossa vizinha e melhor amiga da minha mãe,ela tem 4 filhos ,2 já são adultos e trabalham na guarda do castelo e 2 ainda adolescentes.

Sento e como todo o mingau que estava uma delícia e me levanto pegando meu arco e as flechas,pego também meu pequeno machado e uma faca que ganhei da minha primeira caça,dou um beijo em minha mãe e saio para a floresta,ela fica entre o vilarejo e o castelo, eu raramente vou ao castelo e quando vou é só pra vender os legumes e frutas. Os comerciantes já me conhecem e sempre compram nossa mercadoria,minha mãe diz que é por causa do meu charme,eu já acho que é por ser de qualidade.
Não me acho charmoso,sou baixo tenho 1,64 de altura e magro mas pelo trabalho nas colheitas e na caça eu tenho alguns músculos sobressalentes,tenho cabelo castanho claro e olhos azuis claro,minha mãe diz que eu sou a cópia do meu pai,ele foi um soldado da guarda que lutou na última guerra das fronteiras e foi honrado tendo seu nome escrito na parede dos tributos.

Estou animado pra amanhã,ser um servo não é algo grandioso mas para minha mãe é uma posição de honra servir diretamente a um membro da família real,já eu não vejo tanta graça nisso não sei nem como é nosso príncipe, só o vi umas vez no grande festival quando tinha 4 anos e foi bem rápido um pequeno aceno pela janela do palácio e pronto, espero que ele não seja igual ao pai.

Chego ao centro da floresta e me preparo,pego algumas folhas e esfrego em minha roupa pra confundir o cheiro e caminho sorrateiramente,depois de meia hora escuto um barulho de folhas sendo pisoteada e vou até lá e vejo um pequeno cervo caminhando despreocupado,puxo meu arco e engato a flecha,respiro fundo fechando meu olho esquerdo e puxo a flecha pronto pra um tiro certeiro e quando estou soltando meus dedos da corda uma outra flecha atinge a o torso do cervo que grita e sai correndo,me levanto depressa a procura do autor do disparo e o vejo caminhando em minha direção,seu olhar continha raiva.

— você, por que espantou minha presa? — o homem pergunta apontando o dedo em minha direção chegando mais perto.

— eu? Você que atirou na minha caça e parabéns ainda acertou o torso dando ele tempo de fuga,grande atirador você — digo recolhendo meu arco e verificando o rastro de sangue deixado pelo cervo.

— sua caça? Eu o vi primeiro,ei — ele vem até mim e me pega pela gola da camisa — eu estou falando com você ,não de as costa para mim,some daqui e não me atrapalhe de novo.

— ou o que? Quem é você pra me ameaçar — digo tirando suas mãos e voltando a caminhar.

— que idiota,ótimo dia pra me provocar — eu o escuto e quando viro para argumentar sinto um impacto no lado direito e minha visão escurece.

Quando acordo minha cabeça dói e vejo que já está de tarde,sento em uma pedra e tento me lembrar o que foi que me atingiu e me vem o rápido soco daquele babaca,respiro um pouco e bebo um pouco de água e volto a caçar. Minha cabeça lateja mas isso não me para,acho mais a frente um leitão pequeno e acerto uma flecha em seu pescoço que grita e corre mas não muito,logo a frente o encontro caído,guardo meu arco e o pego apoiando ele nas costa. Quando chego minha mãe está cozinhando alguns legumes e da um grito quando me ver vindo correndo até minha direção.

– meu filho o que houve com seu rosto — ela diz pegando meu rosto e alisando meu lado direito, jogo o leitão no chão e vou até o espelho e vejo que está roxo.

— um babaca na floresta,atirou no cervo que eu estava caçando e achou no direito de me agredir — digo me sentando e pondo a mão na cabeça que ainda lateja.

— olha essa boca menino,não foi essa educação que lhe dei — ela diz pegando algumas ervas e preparando um chá — beba vai melhorar a cabeça e vá descansar ,amanhã terá de está no castelo bem cedo e descansado.

Bebo o chá que desce amargo e vou para minha cama e não demoro a pegar no sono, no dia seguinte acordo antes do sol nascer e tomo um banho rápido,comendo um pão com chá que minha mãe deixou pronto corro para o castelo e lá me apresento,o guarda me leva até a ala dos criados e uma senhora se apresenta como a chefa e me explica tudo que preciso saber e como aprendo rápido pego tudo de primeira,vou até a cozinha e pego a bandeja de café da manhã do príncipe e caminho em direção ao seu quarto,quando abro a porta o escuto trocar de roupa e deixo a a bandeja em cima da mesinha e espero que ele venha,ouço passos e me ajeito e quando o vejo todo o ar do me foge.

— você ?

Helmet - O Príncipe e o Servo.Onde histórias criam vida. Descubra agora