capítulo único.

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eram quatro horas da manhã, mas o breu ainda cobria a sala do dormitório. apesar de exausto, bang chan ainda não conseguia se convencer a dormir. mesmo depois de um banho quente e de se enterrar nas cobertas, não havia razão que o fizesse relaxar suficientemente. os pensamentos passavam em alta velocidade, de forma que fosse impossível chan estender suas mãos e agarrá-los. a falta de materialidade ao que havia dentro de si deixava-o ainda mais ansioso - quase que assombrado pela sua própria mente.

chan recusou-se a olhar outra vez para o relógio, com medo de descobrir que fossem seis ou sete horas, ainda que o sol não tivesse dado sinal de vida. tantas noites seguidas de insônia mexiam com a sua percepção da realidade, confundindo seu corpo e a sua cabeça, jogando-o contra si mesmo e anulando seu discernimento.

esgotado, chan revirou-se na cama como se ela fosse, de repente, feita de espinhos e deixou escapar um suspiro alto e pesado. esfregando o rosto com as próprias mãos, chan ouviu três batidas suaves contra a sua porta. "pode entrar", convidou enquanto se endireitava para sentar-se parcialmente no colchão.

"hyung, acordado?" era jisung, quase engolido pelo breu, mas ainda assim era possível ver sua silhueta pelas luzes de led do quarto de chan.

"uhum. o que houve? eu te acordei?"

"não, não; quero dizer... um pouco." jisung balançou a cabeça. "fiquei preocupado contigo... posso entrar?"

"claro, jisungie, você quer companhia?"

"na verdade..." fechando a porta atrás de si, sem trancá-la, jisung veio até chan, engatinhando pela cama e parando de joelhos de frente para ele. a pele nua das coxas dos dois roçavam uma contra a outra bem de leve, quase como se jisung fosse uma alucinação. bang chan podia vê-lo de regata e boxer, erguendo a mão destra e buscando com ela a cintura de chan. não era a primeira vez que faziam isso, mas o mais velho sempre ficava um pouco tímido quando jisung aparecia assim, apenas para reconfortá-lo. ele nem havia dito nada ainda, mas seus dedos brincando com o cós da boxer de chan já despertavam seu interesse. "na verdade, eu queria sentar em você, hm?"

bang chan quase perdeu o fôlego.

"faz tempo que a gente não faz isso, e você tá exausto... eu queria dormir com você dentro de mim..." apesar de não estar tão claro, chan podia ver no reflexo brilhante dos olhos de jisung as luzes coloridas e sua antecipação - sua fome.

"ah-" chan não sabia se deveria recusar por educação, mas ele realmente queria aquilo também. jisung, percebendo a hesitação do amigo, tocou seus lábios com seu dedo indicador.

"shh, não precisa negar. eu fui dormir pensando nisso." aos poucos, sua mão desceu pelo peito e pela barriga de chan, sem pressa, com carinho, e seu toque sutil, quase fantasmagórico, gerava arrepios nas coxas e nas costas do mais velho, além de seu membro começar a se contrair em antecipação. a mão de jisung, finalmente, encontrou a intimidade de chan e, devagar, mas às vezes com mais força e velocidade, começou a masturbá-lo, sabendo exatamente como mover-se e onde pressionar.

para bang chan, no entanto, era impossível fazer qualquer outra coisa senão descansar as costas contra o encosto da cama e suspirar em excitação. "eu fiquei pensando na última vez que a gente dormiu assim. você ficou dentro mim sem gozar por tanto tempo... às vezes eu durmo depois de me tocar pensando nisso."

"porra, jisung," os quadris de chan buscavam desesperadamente pelo contato do mais novo. agora ele se lembrava com mais vivacidade daquela noite. assim como agora, jisung o masturbou por sobre a roupa íntima até que chan perdesse completamente o fôlego e a razão, pensando somente em meter em jisung até que ficassem exaustos e dormissem assim, sem nem ao menos gozar.

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