capítulo único

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Era um domingo, Porsche iria para o bingo beneficente da igreja como sempre, dessa vez ele chamou o Kinn, que na hora me olhou desesperado pedindo ajuda, e eu ajudei, dei de ombro e sai da sala deixando-o com seu namorado.

Eu provavelmente seria arrastado como sempre. Mas não reclamo disso. Era divertido vê meu irmão com ódio por está perdendo e não poder xingar por está em uma igreja as senhoras que sempre ganham dele. Mas algumas pérolas já sairam desses bingo.

"Oh la Porchay, ta vendo aquela veia? Aquilo ali é a prova que satanás não queima quando entra em uma igreja."

"Jesus, você sabe que estou tentando, mas sua filha esta me testando, e nem Jô teria tanta paciência."

" Eu sei que no mundo terias aflições, mas precisava de tanta?"

"Filho de Judas."

"Ainda bem que Jesus anda com prostitutas e ladrões por que se não tem uns aqui que nem na porta entrava."

"Tem uns algumas aqui que o espelho não reflete o Senhor não e sim o próprio demônio."

"Chay? Ta vendo ali? Aquilo é a imagem do inimigo se jogar água benta com certeza vai derreter a pele."

No final é sempre um entretenimento único ir com meu irmão ao bingo beneficente. As vezes tenho medo que ele se torne um viciado e ter que interna-lo, imagina só ter que explicar que Porsche foi para um centro de recuperação por ser um viciado em bingo de igreja? Ta no mesmo nível de ser preso por roubar uma galinha. Se for para ser um viciado que no mínimo ser no jogo do bicho.

Ja era 18:00 horas, o bingo acontecia as 22:00 depois da missa de domingo, as vezes quando chegamos nos batemos com o padre Tawan e ele perguntava ao Porsche por quê dele não comparecer as missas e ele sempre desconversa e pede para o padre abençoar sua cartela e se senta.

Como Kinn iria com a gente pela a primeira vez, ele também iria nos levar, então estávamos despreocupados em questão de horário já que sempre temos que sair mais cedo por conta da distância que vamos andando.

Meu irmão é sempre muito pontual quando se trata do bingo, ele acha que ficar por último da má sorte, e diz ainda que as senhoras pegam as melhores cartelas, ja chegou a dizer que elas compravam o padre com os biscoitos que levam todo domingo.

Porsche nunca ganhou um bingo.

Faltava trinta minutos para começar, Kinn ainda não tinha aparecido, Porsche começou a ligar para ele sem parar a dez minutos atrás, as vezes tenho pena do meu cunhado, de vez em quando ele aparecia com uma cara tão xoxinha, parece que viver com meu irmão consome toda sua energia, já até tentei ajudar falando que ele deveria sair daquele relacionamento tóxico, se quisesse ajuda poderia falar comigo que os pais de um amigo eram advogados, mas fui agradecido com um tapa na nuca por Porsche e uma ameça de castigo.

Alguns minutos depois um buzina é ouvida, Porsche pega sua bolsa me puxa do sofá pelo braço e paramos de frente a BMW de Kinn.

Meu irmão senta no banco da frente e quando abro a porta de trás dou de cara com aquela peste com sorrido do gato da Alice. Kim.

Conheço esse garoto desde antes do meu irmão namorar, por algum motivo ele sempre aparecia onde eu tava, sempre que o Kinn ia a minha casa o Kim também estava lá, ja me perguntei várias vezes se ele não é um espírito obsessor do meu cunhado, novamente ofereci ajuda a ele, falei do padre Tawan que ele poderia fazer um exorcismo ou ele poderia ir fazer um descarrego, e nisso ganhei uma cara feia do Kim e risada do meu cunhado.

Sou tão prestativo mas nunca sou ouvido.

Infelizmente tive que ir ao lado Cheshire. Comparar ele ao gato da Alice parece ser uma ofensa ao Cheshire, mas tem como me expressar a não ser assim, sempre que eu o olhava ele tava com o seu sorriso cheio de dentes direcionado a mim, é bizarro.

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