04. eu faria tudo por ela.

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[ EMBRY CALL ]

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[ EMBRY CALL ]

    Eu estava cansado. Extremamente cansado. Qualquer um que olhasse fundo nos meus olhos poderia ver que eu havia trocado o dia pela noite, depois que Sam começou a me colocar para fazer as rondas junto com Jared. Mas não me refiro ao cansaço físico, não era esse que estava acabando comigo, mas sim o emocional. Eu estava cansado de mentir.

      A noite eu rondava todo o território à procura de algum perigo que pudesse prejudicar os habitantes e, assim que eu chegava em casa pela manhã, me jogava na cama e nem via que horas eram no relógio. Eu só queria dormir. Mas sempre que eu chegava em casa, o dia já estava amanhecendo e era o horário que Tiffany Call, minha mãe, se arrumava para ir trabalhar.

     — Já estou cansada disso, Embry! É a décima vez que me ligam para saber o motivo dos seus atrasos constantes na escola, as suas faltas sem sentido! O que você quer de mim, garoto?

      Eu não julgava-a por falar tudo aquilo. Ela não sabia nada sobre a matilha e as lendas continuavam sendo lendas para ela. E eu não poderia colocá-la em tanto perigo assim, se ela soubesse de tudo.

      Sempre tivemos uma boa relação. Eu sempre fui um bom aluno, tudo isso para orgulhar a mulher que sempre me criou sozinha. Ah, claro, outra coisa para me atormentar. Não saber nada sobre meu progenitor nunca me aborreceu de verdade, mas depois da transformação, aquilo não saia da minha cabeça. Além de que após a descoberta, aquela relação de companheirismo de mãe e filho já não existia mais.

      Na primeira semana da minha transformação, eu acabei faltando aquela semana inteira e quando voltei para casa, ela explodiu. Ela achava que eu estava envolvido com drogas e com alguma gangue. Ela não entendia, e não entenderia. E eu não poderia explicar nada daquilo. Ela recebeu ligações da escola, concordando com a história maluca que eu havia contado para a diretora e meus professores de que ela estava muito doente e precisou que eu ajudasse ela, com a condição de que eu voltaria a ser um bom aluno. Eu concordei com aquilo, mas não cumpri com a promessa. Eu não podia.

     Todo começo de dia era assim. Muitas vezes ela me via chegando em casa e começava a gritar, às vezes até chorava. Aquilo acabava comigo por dentro. Ela não merecia nada daquilo.

     — Eu sempre fiz de tudo para que você tivesse uma vida boa, Embry! Me desculpe se eu falhei nisso. — ela disse, limpando as lágrimas com as costas das mãos. Tiffany pegou as chaves em cima da mesa e dirigiu-se até a porta, virando-se uma última vez. — Vou ficar até mais tarde. Vá para a escola, pelo menos hoje.

      Ela não esperou que eu respondesse, apenas saiu.

      Respirei fundo, passando as mãos pelos cabelos. Olhei para o relógio na parede e bufei. Se eu entrasse na escola agora, eu chegaria atrasado, mas ao menos eu iria, não é? Ela veria que eu tentei, ao menos.

HOLD ON, Embry Call Onde histórias criam vida. Descubra agora