Capítulo Único

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Após a batalha de Hades os Cavaleiros de Athena não possuíam mais um objetivo específico ou conheciam um inimigo para ser contido. O que em parte não era muito bom pois sem um alvo maior eles cuidavam de coisas pequenas. Ainda existiam alguns Cavaleiros de Prata e muitos aspirantes a Cavaleiros, porém a maioria das missões que Saori delegava terminavam sendo aos agora Lendários de Bronze e até a decisão oficial de torná-los dourados, eles partiam em missões custeadas pela deusa.

Em uma dessas missões Hyoga e Shun foram enviados a Asgard com o objetivo de investigar a passagem dos Cavaleiros de Ouro por lá e averiguar a questão das Armaduras Divinas. Ao desembarcarem do luxuoso jato particular de Saori, os dois se deparam com o vento frio e cortante do país, cujo incomodo causado pelo clima que falta em Hyoga sobrava em Shun, o Cavaleiro de Andrômeda odiou o clima, enquanto o Cisne se sentia em casa.

— Tudo bem Shun?

— Tudo Hyoga, tudo bem.

— Não me diga que está com frio? — Provocou o Cisne.

— Eu estou com frio — riu o rapaz de traços angelicais — acho que vou vestir minha armadura.

— Não será necessário, aquele já é o castelo da Hilda, ficaremos aquecidos lá.

— Não tenho certeza, vocês que são acostumados com baixas temperaturas nem se incomodam mais.

— Use seu cosmo para se aquecer amigo — Hyoga abraçou Shun de lado — eu sei que é quente, me lembro da vez que você me descongelou do Caixão Eterno do Camus, se tem uma coisa que você tem aos montes, é um coração cheio de calor.

O comentário provocou um sorriso muito puro e belo em Shun, o rapaz ficou radiante e por isso até se aqueceu realmente, os dois compartilhavam muitas diferenças como o temperamento e personalidade, verdade, mas também compartilhavam o mesmo caráter e coragem, ambos eram altruístas e justos a ponto de colocar o bem-estar dos amigos acima do próprio.

Os dois guerreiros conseguiam ver claramente as qualidades um do outro, ainda que falhem um pouco em ver as próprias. O momento porém foi quebrado quando Freya — irmã de Hilda, a governante do país — se aproximou com alguns guardas e acenou para Hyoga. A jovem loira de olhos azuis e traços tão angelicais quanto o próprio Andrômeda praticamente desfilou esbanjando empolgação assim que seus olhos pousaram no Cisne.

— Hyoga de Cisne! Hyoga de Cisne! Seja bem-vindo — a princesa gesticulava bastante enquanto caminhava, até que tropeçou e por sorte o amigo de longa data foi ao seu socorro percorrendo alguns metros em milésimos de segundos.

— Freya, tome cuidado, pode se machucar.

— Eu continuo a mesma, assim com te disse nas cartas — o comentário da loira nos braços do loiro deixaram o rapaz de cabelos verdes incomodado.
— Eu percebi. Mas Freya, acho que podemos investigar a situação rapidamente e depois que eu enviar notícias a Athena desfrutar da visita, tudo bem por você?

Ela balançou a cabeça sorrindo e olhando para Hyoga, é verdade que ambos tem trocado cartas por anos e as conversas são sempre sobre os mais diversos assuntos, quase sempre ele lhe descreve lugares quentes ou as paisagens que viu, em outras ocasiões ele lhe conta sobre batalhas que teve, e ela lhe fala sobre os desafios de governar e como os impactos das batalhas do Santuário afetam o resto do mundo, especialmente Asgard.

— Claro Hyoga, vai ser ótimo! Eu vou preparar tudo, mas venha com seu amigo para o palácio.

Shun se aproximou e sorriu para a jovem, o que causou instantaneamente o mesmo efeito que ele causa em todas as mulheres, ela ficou vermelha, com dificuldade para falar e as pupilas dilatadas. O amigo notou o efeito e ainda que já estivesse acostumado com isso, afinal as aeromoças faltaram abanar o Andrômeda com as mãos enquanto sorriam para ele, desta vez o tímido rapaz ficou um pouco constrangido, o que não passou despercebido pelo loiro.

Shun e Hyoga BLOnde histórias criam vida. Descubra agora