we fell in love in the autumn.

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se eu precisasse definir a frase que estragou a minha vida seria:

— você me deve respeito, sou sua unnie.

pois, de fato, ser minha unnie, de acordo com todos os códigos de conduta para os quais eu não dava a mínima, me punha numa posição onde eu devia respeitá-la. mas eu não dava a mínima. e ser o padrão de jovem adolescente problemática dos filmes ou séries teen, que hoje eu vejo e admito, era brega, brega 'pra caralho, foi o que te atraiu em mim. e eu sei que se não fosse o meu lado competitivo e implicante, nunca teríamos passado daquela discussão na sala da diretora.

porque ter socado a cara de park jaehyung me trouxe poucas coisas tão boas – além da óbvia satisfação em fazê-lo – quanto que saber que eu irritei a princesinha da escola, a garota do sorrisinho de coelho. im nayeon, eu nunca tive nada contra você, nada a favor também, para ser honesta, mas não há palavras para definir o quão covarde da sua parte foi me fazer sentir algo, que você mesma arrancou a vida e enterrou antes mesmo de poder florescer.

não há palavras para descrever o quão doloroso é para a momo de hoje, sentir aquela momo de dezessete anos chorando após ser rejeitada por um amor correspondido. pois não havia como todos o beijos terem sido falsos, nem todas as tardes assistindo vídeos narrando todo o fundamento das lendas urbanas japonesas; um hobby que você odiava admitir ter, por que terror era para gente como eu, não como você; todas as vezes que eu me envolvi em brigas para te defender dos meninos que tentavam te forçar a fazer coisas que você não queria, nem todas as fugas da aula para andar de metrô por seul ou a vez que conseguiu convencer seus pais e vir comigo para o japão (mesmo com eles tendo ido juntos), e nós visitamos o famoso rio arakawa, segurando as mãos escondidas deles.

eu odiava admitir que passei a amar o seu jeito irritantemente feminino, patricinha estilo regina george, enquanto eu preferia calças moletom, jeans largos e coturno. meus pais até diziam que tínhamos contraste. por falar neles, sabiam sobre cada encontro, cada vez matando tempo na quadra dos fundos da escola. diziam que o amor adolescente era assim mesmo. só não me alertaram que amores de adolescência não duram.

não me avisaram que doeria tanto te ver admitir que eu fui um passatempo, por pura falta de coragem de assumir para você e para os seus pais o que você é. e apesar de guardar todas as lembranças boas com todo o carinho, eu nunca vou deixar de lembrar o quão excruciante foi sentir sua rejeição.

eu te amei e sei que você me amou de volta, isso deve bastar, mesmo que você negue. e hoje, mesmo afundada em várias copos de uma bebida ruim e barata, já não ligando para o quão debilitada esteja minha saúde em decorrência disso, e de todos os amores frustrados que me levaram a esse estado deplorável, eu agradeço ao universo e a mim mesma por estar sozinha e ter finalmente entendido que essa é a minha sina; enquanto observo a tarde tornando-se em uma noite fria de outono e absorvo a melancolia dos prédios depressivos e escuros de quioto.

me lembro que nos apaixonamos no outono e agradeço, mais uma vez, pelo fim da porra desse amor.

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segunda fase do enem amanhã e eu tô meio depressiva, que nem a momo

não era pra esse ser o primeiro yuri desse perfil but a outra ainda não tá nem perto de estar pronta e essa tava no fundo dos meus rascunhos sem mais nada pra acrescentar há mt tempo, então aqui vai

espero que tenham gostado e que estejam todos bem!

um bjinho

the end of this fucking love | namoOnde histórias criam vida. Descubra agora