𝗘𝗼𝗻𝗼

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❝𝖴𝗆 𝗁𝗈𝗆𝖾𝗆 𝗌𝖺𝗎𝖽𝖺́𝗏𝖾𝗅 𝗇𝖺̃𝗈 𝗍𝗈𝗋𝗍𝗎𝗋𝖺 𝗈𝗌 𝗈𝗎𝗍𝗋𝗈𝗌. 𝖤𝗆 𝗀𝖾𝗋𝖺𝗅, 𝖾́ 𝗈 𝗍𝗈𝗋𝗍𝗎𝗋𝖺𝖽𝗈 𝗊𝗎𝖾 𝗌𝖾 𝗍𝗈𝗋𝗇𝖺 𝗈 𝗍𝗈𝗋𝗍𝗎𝗋𝖺𝖽𝗈𝗋.❞

Carl Jung.

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☪ ━ 𝖭𝗈𝖺𝗁'𝗌 𝗉𝗈𝗏'𝗌 ❖

A Sina está trancada no quarto há dois dias, quatro horas e dezessete segundos, e tudo por culpa daquele desgraçado - que para a minha felicidade já está morto e para a infelicidade dele, a morte foi bem lenta e dolorosa.

Ninguém mandou tocar na minha mulher.

— Noah, você poderia levar isso para a Sina, por favor. — Mery pede com uma bandeja de comida nas mãos.

— É o almoço dela? — Any pergunta entrando na cozinha.

— É para ser. Mas ela quase não come nada. — diz com um olhar preocupado.

— Eu vou acabar com essa palhaçada agora. — falo pegando a bandeja das mãos da Mery e vou em direção à escada.

— Noah, o que você vai fazer? — Any pergunta vindo atrás de mim.

— Não é da sua conta, e não inventa de me seguir. — falo subindo as escadas e entro no meu quarto, fechando a porta logo em seguida.

Deixo a bandeja em cima da cômoda e abro as cortinas do quarto, fazendo com que a Sina se esconda debaixo das cobertas.

— Levanta. Você não é nenhum vampiro para ter medo da luz. — falo e tiro a coberta de cima dela.

— Noah! — ela resmunga enquanto se senta, mas eu ignoro e pego a bandeja, colocando a mesma em cima da cama.

— Come, faça suas necessidades, tome um banho e coloca uma maquiagem nessa sua cara pálida e enrugada. — falo e ela me olha incrédula.

Eu não estava achando ela feia, apenas mal cuidada, já que ela evitava qualquer resquício de luz e chorava a noite inteira.

Ela tentava controlar os soluços e os fungos, mas eu escutava, não importava o quanto ela abafasse o som, eu sempre escutava.

— Se veio aqui para me ofender, pode ir embora. — diz e tenta se deitar de novo, mas eu seguro os seus braços, a puxando para mim.

— Vamos ter uma breve conversa e você não vai ter direito de argumentar contra. — falo colocando ela sentada no meu colo e ela faz menção de falar, mas eu tampo a sua boca. — É o seguinte, eu sei que aquilo te afetou, mas você não pode ficar que nem uma puta idiota condenada a morte. Ele já teve o que merecia e não vai encostar mais um dedo se quer em você.

— Você não entende...

— Não, eu não entendo. Por isso eu peço para você confiar em mim. Eu não vou deixar mais ninguém fazer aquilo com você, porque ver você vulnerável daquele jeito é como se fosse uma tortura pra mim. Eu prefiro ver você que nem uma gata selvagem, sem abaixar a cabeça para ninguém do que como um cachorro maltratado e abandonado por filhos da puta.

— Qual o seu problema? Não posso mais ficar triste? — pergunta irritada.

— Não. Ou você fica feliz, ou você fica puta. — falo e ela me dá um tapa no peito.

— Ótimo! Você conseguiu me deixar puta.

— Tão fácil assim?

— Não se mexe com o sofrimento de uma mulher.

𝗕𝗹𝗼𝗼𝗱 𝗼𝗳 𝗵𝗼𝗻𝗼𝗿|ⁿᵒᵃʳᵗ°Onde histórias criam vida. Descubra agora