Aquele definitivamente era o pior dia da vida de Park.
O loiro havia acabado de terminar seu relacionamento. Motivo? Estava sendo traído.
Não sabia porque insistia em ter algo com alguém, sempre acabava da mesma forma, lágrimas nos olhos, cacos de seu coração pelo chão e o hálito de bebida na boca.
Era um insuficiente e isso era fato.
Agora estava ali, naquele bar, sentado nos bancos em frente ao balcão enquanto se lamentava por mais um fim terrível.
Copo atrás de copo, lágrima atrás de lágrima.
Sua cabeça começava a latejar, os olhos mal conseguiam ficar abertos pelo cansaço físico e mental e o garoto mal conseguia equilibrar o próprio corpo em cima daquele banco velho.
Assobiou para o barman que caminhou cansado em direção ao Park. O bar já havia passado da hora de fechar, mas o barman estava com pena de Jimin, era nítido que o garoto estava sofrendo e não queria voltar para casa. Queria ocupar sua mente, queria esquecer, queria sumir.
Mas, incrivelmente, Park não era o único que estava ali bebendo sem controle aquela hora da noite. Existia mais um homem no canto do bar, sentado em uma das dezenas mesas já vazias, botas pretas, calça jeans clara rasgada nos joelhos e uma camisa social branca com dois botões abertos.
A figura masculina tinha a pele bronzeada, o maxilar bem marcado e os olhos escuros completamente hipnotizantes que encaravam Park, como se o garoto fosse uma presa e o moreno estivesse louco para caça-lo.
- Eu plerciso ds mias uma dose de whesku. - O loiro soltou para o barman, a voz completamente rouca enquanto a língua se embolava nas próprias palavras.
- O senhor não acha melhor ir para casa? Já bebeu demais, precisa descansar ou vai acabar entrando em um coma alcoólico. - O barman perguntou, sugestivo, mas perdeu as esperanças de ir para casa descansar após aquele expediente extremamente longo e cansativo, quando viu Jimin balançar a cabeça para o lado inúmeras vezes com um bico nos lábios como uma criança birrenta.
- Eu - O loiro apontou para si, se esforçando para manter os olhos bem abertos e direcionados para o funcionário. - Prociso...pre...precido...preciso - Se irritou por não conseguir acertar as palavras e franziu o cenho. - preciso beber.
O barman revirou os olhos e seguiu até a garrafa de whisky quase vazia por culpa do garoto descontrolado e encheu o copo com mais uma dose, entregando para o loiro, este que a virou logo em seguida e se levantou daquele banco, tropeçando no próprio pé e por pouco não caindo.
- Já mlemorizei o deu cropo todo... - O garoto começou a dançar e cantar a música que tocava em alto e bom som no bar. "Bye bye" de Marília Mendonça. Mexia seu corpo de um lado para o outro entre as mesas do bar, finalmente notando a presença do outro homem ali, que o encarava com um sorriso no rosto. - pro craso dla hente não se ver de novo...
Mesmo não estando com a melhor roupa, a voz completamente embolada e rouca, o rosto inchado de tanto chorar e tropeçando nos próprios pés, o moreno que o encarava sorriu, achando o garoto que dançava no meio do bar adorável.
Normalmente, se estivesse completamente sóbrio, acharia aquilo vergonhoso, julgaria o loiro completamente. Mas não, não poderia, não conseguiria. Não sabia se era culpa da bebida ou existia algo naquele garoto que cativava a si. Portanto, preferia acreditar na primeira opção, não queria acreditar que tinha uma conexão bizarra apenas de olhar alguém que mal conhecia.
- Doa a qleim dorr essa é a berdade. - Jimin continuou dançando, agora encarando o moreno que o encarava de volta, com o sorriso descarado nos lábios e sem vergonha alguma.
- Entre nós dois não cabe saudade. - Jungkook continuou, o corpo leve, aéreo, deixando se levar na brisa do olhar do loiro.
- Pla voceee...sou só mlas umal carona, no finel de umla balada... - O loiro mexeu os quadris na batida suave do sertanejo, ambos os dois desconhecidos habitando o mesmo mundo.
Isso seria uma cena romântica um tanto quanto exótica na verdade, mas se torna engraçada ao ver do barman, que encarava os dois bêbados com os olhos cerrados e o cenho franzido.
- Não acredito que estou fazendo hora extra pra ver isso. - Falou baixo, encostado no balcão de braços cruzados.
- Me envolvi sabendo, somos dois estranhos, numa cama temporária. - Jungkook se levantou, pegando seu copo e indo até o garoto. Seu corpo mole e desequilibrado igual ao outro.
- Flazendo amor consciemt que é só momento... - Jimin foi até o homem, ambos dançando com os corpos quase colados.
- O quarto é grande, mas não cabe sentimento! - Cantou junto do loiro, sua mão envolvendo a cintura do outro no que o garoto passou as mãos em torno de seu pescoço.
Pele na pele, coração com coração.
- Vai doer d... - O Park parou de cantar quando percebeu que a música parou.
- Pra mim já chega, os dois fora daqui! - Disse, os empurrando para fora do estabelecimento.
O pior dia da vida de Jimin.
Ou talvez não.
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bye bye {jikook}
FanfictionQuando dois deconhecidos se encontram em um bar, ambos de coração vazio e copo cheio, as almas parecem estar ligadas e os corpos são atraídos de uma forma arrebatadora. Então, quando passam uma única noite juntos tudo parece fazer sentido. "O quarto...