001: A.S

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001: O Fatal Acidente

ALICIA SWEART

Hoje o movimento no hospital esta intenso, houve um trágico tiroteio em um parque de diversões, todos os hospitais mais próximos estão lotados e aqui não é diferente, porém como um ponto de referência a equipe de resgate, os bombeiros e as ambulâncias vem direto para o hospital. O que na minha opinião, é uma maldição se você é a chefe da cardiologia e da UTI.

Caminho apressadamente desviando das inúmeras macas e cadeiras de roda que os enfermeiros empurram, escuto meu nome diversas vezes, peço a todos calma e paciência. Sou apenas uma, não posso atender todos ao mesmo tempo.

Passo em frente ao elevador, e vejo Lavínia sair de lá. Amém! Deus ouviu minhas preces, ela finalmente chegou.

- São quantas? - Ela indaga caminhando ao meu lado.

- Três grávidas, duas estão de oito meses e a outra de dois, as enfermeiras estão cuidando delas, preciso da sua ajuda, chame todos da sua equipe. - Falo e Lavínia acena com a cabeça. - Preciso que todos os médicos livres venham até a unidade de tratamento intensivo. - A enfermeira chefe me da o microfone do auto-falante e eu anuncio.

- Alicia, melhor você ir conferir os feridos que estão chegando. - Lavínia aconselha.

- Tome conta de tudo, eu já volto. - Falo e ela acena.

- Ok.

Apressada novamente caminho pelos corredores até o lado de fora do hospital, onde vejo inúmeras ambulâncias e carros de bombeiros estacionando, muitas pessoas apavoradas, desesperadas e chorosas atrás de amigos e familiares. É deprimente e muito triste de se ver, mas não é nada tão novo para mim, até porquê escolhi ser médica por um motivo, e sabendo desde o início o que teria que aguentar.

- Mais dois. - Escuto um paramédico dizer. - Um atingido nas costas e outro perto do coração, cuidado as balas podem estar em movimento.

Me aproximo da ambulância, vejo mais uma maca descer e ser levada para dentro do hospital. Ajudo o paramédico a descer o oxigênio e ele vai junto com a maca carregando o cilindro para dentro. Adentro na ambulância e vejo uma paramédica retirar os equipamentos que prendem o paciente, e outro puxar a maca para fora.

Vejo o sangue escorrer, de seu peitoral até acima de sua cintura, minha visão passa como um raio-x, analisando-o. Ele está bem mal, se não for atendido de imediato, virá a óbito. Olho para seu rosto, coberto pelo líquido vermelho e sua feição é de extremo choque, desespero e dor.

- Doutora Sweart. - Ouço o motorista da ambulância me chamar. - O doutor Andersen deseja falar com a senhorita. - Ele estica seu celular para me entregar, adentro mais na ambulância e tomo cuidado para não atrapalhar os paramédicos a retirarem a maca do veículo.

- Doutora Sweart, preciso que venha ao Green Park, estamos necessitando da sua ajuda. - Sua voz é ofegante e consigo ouvir o barulho dos passos que ele dá ecoar no fundo da chamada. Concerteza está correndo.

- O hospital está uma bagunça, não posso deixá-lo sem minha supervisão, mas consigo mandar mais uma equipe de médicos se desejar. - Troco o peso da perna e aperto os olhos, ouço mais sirenes e a gritaria do lado de fora apenas cresce. - Envio a doutora Vieira no meu lugar.

- Não, nosso problema aqui não vai precisar dela, precisamos é de você. - Andersen fala com uma certeza em sua voz, seus passos cessam e eu escuto uma voz feminina murmurar. - Fique calma, senhorita. - Ele pede, deve está falando com alguma ferida no parque.

- Doutor Andersen, estamos em situação crítica aqui, preciso orientar todos, não posso deixar o hospital, eu aumento a equipe e a mando imediatamente. - Tento fazer com que ele aceite minha proposta. - Peço que decida rápido pois pelo que escuto na chamada, ambos estamos carregandos de trabalho.

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⏰ Última atualização: Jan 31, 2023 ⏰

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