One Shot

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O corpo de Louis estava queimando, pegando fogo, sangue borbulhava em seu corpo, ele estava com fome, muita fome, muita sede, muito medo.

Ele estava morrendo, e vivendo ao mesmo tempo, ele era tudo e ele era nada. Ele queria morrer, e ele queria viver. Ele queria ser algo além de uma vergonha para sua família, Deus, como ele queria.

Louis se contorceu no chão, ele estava no inferno, queimando, pegando fogo, era muito, simplesmente muito.

Ele sentiu uma mão em seu ombro e gemeu de dor, se afastando com dificuldade, ele não poderia ser tocado agora, não quando ele estava morrendo.

Mas havia algo naquele toque que fez sua pele formigar com algo gentil, não estava queimando, doendo, então assim que ele se afastou primeiramente, ele se arrastou para perto de novo, procurando aquele toque, necessitando daquele toque.

Ele choramingou assim que braços fortes o seguraram, fungando, ele não conseguia parar de chorar, aquele cheiro profundo e calmante entrou pelas suas narinas, acalmando seu cérebro, seu sangue que estava fervendo, e ele pode finalmente respirar.

(. . .)

Louis se sentia seguro, por algum motivo. Ele se encolheu e suspirou contra o peito de Lestat, ele se sentia como uma criança recém nascida nesse mundo imundo, e Lestat era a única coisa que o impedia de se afogar na podridão dessa vida.

"Shhh, você está bem, você está seguro agora, você vai se sentir incrível, acredite em mim. " Lestat sussurrou em seu ouvido, acariciando suas costas.

Lestat havia carregado-o até o quarto de sua mansão, e ele estava deitado na cama agora, especificamente, no colo de Lestat, encolhido contra o homem maior como um coala.

Estava quente, mas não estava queimando, estava simplesmente confortável, e não estava doendo, ele estava flutuando na presença do homem que lhe segurava, como se o mesmo homem não tivesse assassinado sua -... sua amiga? Amante? A mulher que ele amou?

O que estava lhe preocupando era a sufocante sensação que se instalava em seu corpo, no seu estômago, na base de seu abdômen, era como se houvesse algo alí pronto para rasgá-lo de dentro para fora, saliva deslizava pelo canto de sua boca, ele estava com tanta tanta sede.

"Você está com sede, não está? " a voz de Lestat entrou pelos seus ouvidos e Louis apenas assentiu levemente, não sendo capaz de fazer muita coisa.

Lestat se moveu e Louis fez um barulho desesperado, agarrado à cintura do homem loiro. Lestat riu suavemente e acariciou seus cabelos, acalmando-o. "Mon Cher, eu vou pegar algo para você tomar, mas para fazer isso, eu preciso que você me solte. "

Louis resmungou baixinho, fechando os olhos e segurando-o com mais força. Lestat era a única coisa que o fazia ter certeza de que ele estava vivo agora, Louis não poderia simplesmente deixá-lo ir.

"Não se preocupe, querido. Eu voltarei muito rápido. Você nem vai notar. " Lestat acariciou sua nuca, deixando as unhas grandes se arrastarem pela pele úmida de suor de Louis.

Louis grunhiu, a visão turva pelas sensações avassaladoras, ele se recusou a soltá-lo, ele não poderia fazer isso, ele morreria, ou ainda pior, ele viveria.

Lestat suspirou, ele se curvou um pouco, com um joelho na cama, colocando uma mão no queixo de Louis, levantando sua cabeça para que Louis pudesse olhar para ele.

Louis piscou repetidamente, boca entreaberta, olhos lentamente focando na face de Lestat.

Lestat tinha um sorriso gentil em seus lábios, seus olhos brilhavam mais do que o normal, assim como seus dentes caninos.

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