Um Jogo De Sentimentos {KenmaxSn}

CAP 5 / Visita

- Ontem eu saí com os meninos pra comemorar o aniversário do Hina, foi super legal!

- Que bom, eu nem sabia que era aniversário dele se soubesse teria deixado pra te chamar hoje.

Ficamos um tempo em silêncio oque estava me incomodando um pouco.

- Hey Sora, o papai ainda tá bebendo muito? Ele parou de sumir?

- Olha pra ser sincero, só piorou.

- Entendi. - Apoiei minha cabeça no vidro da janela do carro olhando pro céu estrelado.

Assim que chegamos ele me esperavam na porta, aparentemente empolgados. Saí do carro vi meu pai se aproximar me abraçando logo em seguida.

- Querida eu tô tão feliz em te ver!

-Eu também, vamo entrar? Eu tô meio cansada.

- Ah sim querida vem. - Disse já me puxando para dentro.

Ele me levou até a sala e então comecei a brincar com a minha irmã de Pega-Pega, ela era realmente rápida mas consegui alcançar ela com muita facilidade, embora estivesse morta de cansaço.

Depois de brincar um pouco com ela comecei a conversar com meu irmão contando tudo o que aconteceu ontem, eu estava muito feliz e empolgada até ouvir barulhos de garrafas.

- Vamos brindar este momento em família!

Depois da fala do mais velho foi ouvido o som da garrafa de saquê sendo aberta. Ele iria beber de novo, tudo iria se repetir, ele ficaria bêbado e começaria a falar sobre as inúmeras vezes que traiu minha falecida mãe.

Há 1 ano minha mãe foi embora e me deixou junto de meus irmãos aos cuidados do nosso pai alcoólatra e depois de três meses recebemos a notícia de que ela foi atropelada por um homem chapado.

Meu pai costuma ser gentil com a gente, mas desde que pegou esse vício, há 5 anos, tem dias que ele simplesmente some e só aparece quando bem entende, provavelmente indo curtir a vida por aí.

Foi justamente por isso que me mudei, não conseguia me submeter a isso, ver ele sumindo e depois aparecendo só pra falar das traições que cometia me deixava extremamente incomodada, o que ele fazia, e continua fazendo, é ridículo!

Me levantei indo em direção ao quintal, me sentei em um banquinho que tinha ali e comecei a observar o céu.

- Por que ele não para? Ele sabe que nossa família tá se ruindo por conta desse vício, qual é o problema dele? Por que ninguém tenta tirar isso dele e só deixa como tá?

- Não tem como, se ele não quer.

Ouço uma voz atrás de mim e reconheço, é Sora.

-Então por que não se muda também?

- Tenho que cuidar dele e da nossa irmã, já pensou como as coisas seriam se eu simplesmente me mudasse como você fez?

- Seria ótimo, quem sabe assim ele não se toca que tá estragando a vida dos próprios filhos.

- Ele não vai mudar e você sabe disso.

Suspiro fechando os olhos pensando que ele está certo.

- Por que me chamaram aqui tão urgentemente?

- Ele tá com uma doença e logo vai morrer, não tô conseguindo cuidar das coisas assim e vou precisar da sua ajuda.

Meu corpo paralisa, já sabia que esse momento chegaria porém não imaginava que seria tão cedo.

-Mas eu tô estudando e trabalhando lá, como eu viria pra cá com tanta urgência? Teria que pedir transferência e me demitir pra procurar outro emprego e...

- O pai já sabia disso... Ele já pediu uma vaga na nekoma e mandou alguns currículos que você tinha esquecido no meu quarto pra umas lojinhas.

Arregalo os olhos me levantando e indo até meu quarto, mas assim que olhei para a cama vi uma cesta cheia de doces e uma carta, fiquei muito surpresa mas fui pegar o papel para saber sobre o que se tratava.

"Seja bem vinda de volta minha querida! Cuida bem do teu velho nos próximos dois meses."

- Não sabia como te contar então preparei essa cesta cheia de seus doces favoritos! - Meu pai disse bêbado aparecendo diante da porta.

- E-espera, isso é s-sério? - Já estava com os olhos lacrimejando, minha mente estava a mil e meu corpo tremendo, como ele podia dar uma notícia dessa assim?

- O médico disse que só tenho mais dois meses, o que você acha disso querida?

- ISSO É HORRÍVEL! - abaixei minha cabeça enquanto lágrimas não paravam de sair.

Eu obviamente não tava feliz, porque ele faz isso? Acabei de perder minha mãe, como ele dá a notícia da própria morte tão indiferente? Como meus irmãos vão ficar depois disso? E a Sayuri?

- Hey Sn, calma tá tudo bem. - Era meu irmão que agora havia sentado do meu lado me abraçando apertado enquanto acariciava meu cabelo.

- Você tá normal com isso? - perguntei empurrando ele.

- Maninha, a gente tá fazendo a única coisa que dá pra fazer.

- Você quer mesmo que eu fique aqui? Que eu veja ele ficando cada vez pior até morrer? Sabe quanto tempo eu levei pra me acostumar com a morte da nossa mãe? Agora vai ser o pai? - Já estava gritando completamente coberta pela confusão e ansiedade.

- É claro que sim, porque você vai poder aproveitar os últimos momentos com ele... Algo que você não pôde fazer com a...

- Sério, qual é o problema de vocês? Eu não consigo lidar com isso! - Corri pra fora descendo as escadas indo até a porta de casa.

- Sn volta aqui agora!

- Deixe ela, isso tá sendo difícil. - Ouvi meu irmão gritar de dentro de casa enquanto eu me afastava correndo pra bem longe.

Corria sem me importar com o que estava ao meu redor, já havia me afastado tanto que nem sabia onde tava. Desacelerei o passo tentando controlar minha respiração que estava completamente desregulada.

No meio da minha caminhada acabei encontrando um fliperama, eu já tinha vindo aqui uma vez com meu irmão mas foi só pra pegar um jogo então não passamos muito tempo aqui.

Sequei minhas lágrimas e entrei no local e era super legal, eu não jogo muito mas acho divertido alguns. Comecei a andar pelo lugar até encontrar um garoto meio alto, ele tinha cabelos brancos e olhos verdes, era bonito.

- Haiba? - murmurei meio baixo, se não me engano ele é um dos garotos que tava treinando vôlei naqueles dias que fui pra escola do meu irmão.

Bom melhor deixar isso de lado, mas no momento que ia sair dou de cara com outra pessoa e acabei caindo no chão.

- Ah foi mal, você tá bem garota?

Olhei pra cima buscando saber quem era e vi um moreno meio alto também, Kuroo? Fala sério, não tinha outra pessoa pra mim trombar?

- Eu tô bem sim, não se preocupe. - Disse já me levantando e batendo a mão pela minha roupa.

- Sn? - Ouvi uma voz meio baixa vindo de trás de mim o que me fez arrepiar.

- Kenma?

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Eu tô me organizando aqui pra ver como vai ficar as postagens e assim que conseguir me organizar vou avisar vocês.

Beijos e até a próxima!