Capítulo 1: A Ameaça Iminente

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Universidade de Stanford, Califórnia - 19 de setembro de 2025

— Anomalias! Quem pode me dizer o que são as... — Uma leve pausa na voz foi feita ao virar-se e escrever na lousa a palavra que diria novamente. — Anomalias!?

— Criaturas místicas semi-imortais? — disse uma das alunas que levantou a mão.

— Hum... Está certa; mas falta algo. Alguém mais? — respondeu Nolan Lagerfeld, o professor universitário, à garota.

— Seres poderosos que perseguem os humanos? — comentou outro aluno em seguida.

— Muito direto em "humanos"; mas há Anomalias que não atacam humanos e algumas que atacam outros seres vivos, então é uma definição um pouco... errônea. Anomalias são coisas ou seres que sofreram mutações espontâneas, respondendo à minha pergunta. Basicamente, não deveriam pertencer à nossa realidade. — Mesmo que velho, professor Nolan começou a rabiscar no quadro-negro, de modo ágil, a definição que falara à sala cheia de alunos. — O termo "Anomalia" é usado de forma genérica, não especificando nenhuma delas. Já quando ela for catalogada, se chamará "Espécime" e ganhará um código numérico que determinará quem é. Alguém quer chutar quantas já foram catalogadas?

A sala ficou em silêncio.

— Mais de duzentos e trinta mil Espécimes foram catalogados espalhados pelo mundo; mas a grandíssima maioria já está contida nas Jaulas e sendo supervisionadas. Para vocês que farão o teste de adesão à Sede americana em algumas semanas, é bom revisarem isso para o concurso — falou Nolan. — Abram na página cinquenta e seis e revisem o tópico de comportamento, daqui meia hora vou...

O senhor docente que lecionava interrompeu brevemente sua fala quando um dos alunos abriu a porta, entrando atrasado. Mesmo assim, repetiu e continuou o discurso:

— Bom dia, Reid, está atrasado de novo. Abram na página cinquenta e seis e revisem o tópico de comportamento, daqui meia hora vou prosseguir com a aula.

"Desculpa pelo atraso", pensou Reid; mas não dizendo em voz alta, apenas indo a seu lugar e ajeitando suas coisas. Sentando-se em sua carteira, retirou a mochila do ombro e abriu-a para pegar o caderno.

Ei... — cochichou sua amiga que sentava ao lado. — Chegou atrasado por quê?

'Tava uma confusão hoje cedo, estavam mexendo no encanamento de água da avenida e isso atrasou os ônibus, não tive culpa, Becca.

Você sabe que todo mundo 'tá ansioso com a prova da Fundação, e essas aulas são boas pra gente, se perder alguma matéria, me mande uma mensagem.

Valeu, Becca. O que ele explicou por enquanto?

Só fez uma introdução na definição de "Anomalia", nada muito difícil.

— Posso ajudá-los, Reid e Rebecca? — falou aos dois, deixando-os em silêncio e aguardando a leitura dos alunos.

Reid, distante de seus pensamentos fazia anotações em seu caderno sobre os principais Espécimes citados no livro acadêmico enquanto o lia. A Universidade de Stanford era reconhecida pelos diversos cursos sobre Anomalias que preparavam as pessoas para a prova de agentes da Fundação, assim como algumas outras universidades pelo globo. Diversos sorteios para vagas em cursos desse tipo foram financiados pela própria Fundação S.E.T.H. para garantir que houvesse abundância de Agentes, resultando num investimento maciço nas universidades mais influentes do mundo.

— Classes... de... Anomalias... — falava Nolan enquanto escrevia mais conteúdo na lousa após dar o tempo aos jovens daquela sala. — Por que precisamos classificar seres que claramente não fazem mais parte da nossa realidade? Nem todas as Anomalias são monstros insensíveis que causam destruição por onde quer que passem; mas ainda são seres perigosíssimos em mãos erradas...

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