Prefácio

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A gente sempre pensa que tem todo tempo do mundo disponível diante de si. Nós contamos com isso, como se fosse algo garantido. Mas a verdade é que nunca sabemos quanto tempo teremos ou quantas oportunidades vamos ter pela frente, antes de rejeitar algumas delas — seja por essa certeza arrogante ou por pura procrastinação. E eu, certamente, me incluo nessa.

Sempre achei que teria tempo para praticar fotografia. Para fazer uma faculdade. Para viajar pelo mundo. E para tantos outros sonhos que me foram tomados. E outros milhares de sonhos que foram tomados de todos nós.

Porém, nada disso fazia mais sentido.

Não havia futuro, não como aquele que imaginávamos. A única coisa que nos impelia não era mais os sonhos. Era apenas a necessidade de sobrevivência.

Todos os dias pareciam ser o mesmo.

Mas não aquele. Algo se agitava no meu peito, uma expectativa crescente. Até mesmo o ar tinha algo novo. Chame de pressentimento, intuição, ou apenas uma crise de ansiedade qualquer, mas eu sabia que algo iria acontecer em breve.

Eu estava no terraço com Kay, minha melhor amiga. Aquele era nosso lugar favorito do Abrigo — o lugar que nosso grupo chamava de lar. Não eu, aquele não era meu lar. Era apenas um lugar no qual eu me escondia. Tentava sobreviver.

Gostamos de olhar para cima, para as estrelas. Olhando pra cima, evitamos a vista da cidade parcialmente — ou praticamente — destruída. Sem as luzes da cidade para ofuscá-las, as estrelas brilhavam de uma forma diferente. Bilhões de pontinhos pulsantes, a única coisa que permaneceu a mesma.

Sempre falamos sobre o passado, sobre o antes da merda toda acontecer. Quase não falávamos sobre o "durante a merda".

Eu tinha 17 anos e Kay tinha apenas 13 quando o mundo começou a acabar. Se foi difícil para mim, não consigo nem mesmo imaginar como foi para ela. Fiz muitas coisas das quais não me orgulho. Para mim, estar viva depois desses seis anos que se passaram não era um prêmio, mas quase uma maldição.

— Você viu aquilo? — Kay apontou para o céu estrelado me tirando dos meus devaneios.

— Não — respondi distraída, me forçando a voltar para a realidade.

Kay franziu os olhos tentando focar melhor sua visão.

— Deve ter sido só uma estrela cadente. — Ela deu de ombros.

— Faça um pedido, então.

— Que amanhã encontremos chocolates, amém.

— Não, Kay. — Dei uma cotovelada de leve nela. — Você não pode contar, senão não vai realizar.

Então outra estrela cadente cortou o céu.

Na verdade, mais algumas. Uma chuva de meteoros.

E resolvi fazer um pedido também.

Pedi para acordar desse pesadelo.

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Notas da Autora

Primeiramente, se chegou até aqui, obrigada pelo interesse em embarcar nessa história. ❤️

Espere por ação, fantasia, um pouco de ficção científica, e romance. Muito romance. 🥺😍✨

Eu fiz uma playlist no Spotify só de músicas que possuem a vibe desse livro, para ajudar a criar a atmosfera ideal para ele. Recomendo fortemente essa experiência, fica bem melhor ler com as músicas.

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Obrigada e boa leitura! 😘

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⏰ Última atualização: Jan 22 ⏰

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