Uma viagem nos tempos passados

134 17 30
                                    

17/07/2004 Bahia|divisa de Pernambuco

FLASHBACK ON

Uma rajada verídica , um ar arretado , cheio de calor e de poeira , um sertão que marejava os corpos dos seres que habitavam em seu contidio , um lugar que nem Deus perdoou , por tamanha judiação.

- Bem que meu pai me dizia , esse sertão já deu o que tinha de dar , não tem o que fazer mais nesses tempos.

O ar calmo que alí dívida , um silêncio que se presenciou por poucos segundos , o homem que alí estava , contemplava o céu estrelado , que em muitos e muitos dias , ficava assim ao redor do seu sertão.

- Falando sozinho José?. - a senhora fala saindo de trás de uma porta de madeira , fazendo assim o homem dar um leve sorriso.

- Que isso Zefa , quase que você me matava de susto Muié , e eu não tô falando sozinho coisa ninhuma, eu tô Falando com esse sertãozão brabo , que em alguns olhos , podem ser considerado um inferno e em outros , um tremendo paraíso sem dono.

- é , esse sertão não tem dono mesmo - a senhora fala pensativa.

- é verdade , e como tá nossa menina?, A Maria me disse que ela vem se mechendo muito nesses dias pra cá. - o senhor da um sorriso , levando suas mãos em direção Da barriga da mulher.

- Ela tá bem meu amor , nossa menina tá se formando muito bem , essa aqui vai ser uma guerreira.

- Minha menina , Minha Marília , essa daqui vai arrodear esses mato tudinho com o papai , vamo caçar como uma onça , vou fazer dela uma mulher sabia e independente , pra que homi nihum mande na minha fia.

- Falando assim , até parece que você não queria um homenzinho na minha barriga, José.

- É mas eu queria , eu queria na outra época , a época em que eu não sabia o que é um amor de pai , agora eu descobri , e não importa se é menino ou menina , meu amor tá empregnado nessa bichinha.

- Eitcha , mas falando desse jeito , até parece que ela não vai ter um minuto com a mamãe. - a senhora da um extenso sorriso para o homem.

- Uai , mas óbvio que vai ter , minha fia vai aprender a caçar , e a cozinhar também , o que adianta achar o alimento e no final não preparar ele??. - O homem mais velho da uma gargalhada sem fim , um gargalhada que por incrível que pareça seria copiada pela sua pequena loirinha , que na época estava na barriga da mãe-.

A noite passou como um vento sem fim , alí foi levada brincadeiras e conversas sobre sua pequena criança , Zefa que na época teria 45 anos , era um mar de alegria , uma mulher doce e engraçada , que se casou aos 17 anos com seu atual marido , José Augusto , mas conhecido principalmente por José , um homem de responsabilidade , caráter , e com lições que muita gente achou que ele não aprenderia , O mesmo senhor teria 48 anos , ele tinha uma personalidade forte , más nada que uma boa mulher meiga e forte como Zefa , que poderia e pôde mudar isso em instantes.

MÊSES DEPOIS (...)

Calma Zefa , respira , vai dar tudo certo , vem comigo que eu te levo até lá - uma senhora de pulsos firmes segurava o braço de Zefa , que por muito esforço , não teve sua menina alí mesmo-.

Sim , o nascimento da pequena garotinha estava para acontecer , o marido de Zefa estava ao trabalho e não teve como levar e nem mesmo como saber sobre o nascimento de sua filha , vizinhas próximas e conhecidas, ajudaram Zefa a se locomover até a casa de uma parteira próxima , um local não tão distante.

- Raimundo , pega a carroça , vamos levar ela até a parteira mais próxima.

O Homem que parecia se admirar com a cena de sua esposa ajudando a sua vizinha , foi cortada na mesma hora por uma expressão séria , más não demorou muito , e logo ele aparece com sua caroça , saindo de cima da mesma para ajudar a levar a grávida para cima do locomotivel.

Do Começo Ao Fim | Malila Onde histórias criam vida. Descubra agora