Find Me, Mind Fairy

One Shot

       Um portal idêntico ao que Bloom usara para ingressar ao reino da escuridão apareceu para o grupo. Sky estremeceu ao se lembrar dos últimos momentos que teve com a fada do fogo. Já as meninas mantinham uma expressão que variava entre o espanto e a apreensão. Nunca pensaram que uma convergência de 5 fadas conseguiria abrir aquele canal novamente. Quero dizer, Bloom não o havia selado? Isso signifcaria que algum ser de lá estaria em seu mundo? Bom, seja como for, aquilo não era uma discussão para o momento. Bloom precisava voltar.

       O primeiro a dar o passo em direção ao outro lado foi Sky, seguido por Stella, Aisha, Terra e Flora.
Musa sentia uma estranha sensação invadir seu corpo ao olhar para o portal, mas esse sentimento não era da parte de nenhum dos seus amigos. Era dela. Algo naquilo tudo a induzia a sentir isso.

Ela respirou fundo e pensou no motivo pelo qual estava indo: Bloom. Sua amiga era a prioridade e não seus sentidos empáticos idiotas.
Musa estava prestes a entrar no portal – ainda que suas pernas estivessem nitidamente querendo mantê-la no salão abandonado de Alfea – quando seu pulso foi segurado com uma quantidade moderada de força para fazê-la parar um pouco. Era Riven.

       Quando o plano foi apresentado pelas meninas, o especialista concordou em ir junto, sob o pretexto de auxiliar na segurança das garotas, já que, muito provavelmente, Sky encontraria-se atordoado para resgatar a namorada. Mas se ele fosse um pouco mais sincero consigo mesmo, reconheceria que o motivo principal dessa decisão era Musa.

Riven achava ridículo pensar que existia algum tipo de instinto protetor por trás de suas ações quando o assunto era a fada da mente. Entretanto, não anulava o fato desse instinto existir.

       Musa encarou o especialista, que olhava para o portal fixamente. Ainda que Riven continuasse sendo uma incógnita quando o assunto era a precisão de suas emoções, ela já o entendia melhor nesses últimos meses e sabia que tal gesto havia sido uma forma de dizer a ela "coragem".

Qundo ambos chegaram ao outro lado juntos, viram que os demais sequer emitiam som em suas respirações ao encararem os arredores do Reino das Sombras.

       — Isso é uma terra morta. Não existe vida aqui. – Flora foi a primeira em encontrar forças para falar

       De fato, para os 6, aquela terra era morta, sem vida. O solo era frágil e a temperatura era baixa. O ar era quase que sufocante e não existia qualquer sinal de habitantes.

No entanto, para Musa, a experiência estava sendo diferente. Ela sentiu uma fisgada na têmpora assim que pisou do outro lado. De início, julgou ser algum sentimento descontrolado de algum de seus amigos... mas não. A fada reconhecia a frequência das emoções de cada um dos companheiros ali presente, mas aquelas não pertencia a nenhum deles.

Aquele lugar era realmente sem vida?

       — Eu irei na frente e, Riven, garanta que será o último. Não conhecemos essas terras e nenhum de nós pode ficar para trás – Sky disse e os demais assentiram calados. O lugar era tão silencioso que apenas o tom de voz normal de Sky parecia errado, como se denuncia-se a qualquer inimigo, a quilômetros de distância, que estavam ali.

      A medida que iam caminhando, Musa sentia mais presença de sentimentos de desconhecidos ali. Sentimentos ruins. Dor, desespero, angústia, ódio... À acompanhavam em cada passo que dava mais para o interior do Reino. Ela estava mantendo o controle e bloqueando cada um deles, como nos dias de treinamento em Alfea.

       Eles chegaram na entrada de um muro que pertencia a uma cidade em ruínas. Um enorme portão de ferro e madeira encontrava-se entreaberto, dando passagem a eles. As pedras gigantes que formavam a proteção da cidade estavam desgastadas e algo preto crescia pela extensão da muralha. Flora disse que eram mortalhas: "plantas mortíferas que são capazes de sugar toda a vida de um lugar com apenas um toque". Além disso, não havia casas ou qualquer sinal de habitação dentro daqueles muros, com exceção de apenas uma única torre escura localizada bem no meio do Reino.