𝐂𝐀𝐑𝐀 𝐃𝐎 𝐂𝐑𝐈𝐌𝐄

07.

Choramingo sentindo dor em meu corpo, eu nem sei explicar oque eu tô sentindo.

Meu peito dói toda vez que lembro do quanto fui espancada, meu corpo dói quando faço um simples movimento e meus olhos ardem para o choro quando lembro que estou presa.

Oque eu fiz pra merecer isso?

Será que eu matei alguém e não sei? Acabei com a vida de alguém?

── Tu pensando assim me deixa instigado. ── Orochi diz e continuo a olhar pro teto branco ── Ta sentindo dor ainda?

Tive que rir de desespero da sua pergunta. Já faz uma semana que ainda tô trancada no quarto, tendo que olhar pro teto e pro céu já que não posso fazer nada além disso.

── Você não fez essa pergunta. ── sussurro pra mim mesma ── Eu tô louca, é tudo coisa da minha cabeça. ──suspiro e escuto sua risada.

Orochi se joga da meu lado na cama e sinto seu olhar sobre mim. Sua mão toca na minha e a afasto por puro medo.

Escuto seu suspiro pesado e fecho os olhos esperando o pior, ele puxa um fio do meu cabelo e aperto os lábios segurando o choro.

── Tu nunca aprende, cara. ── diz e solta meu cabelo me fazendo fungar ── Porra, nem te machuquei e tu fica chorando. Que merda.

Fico em silêncio e ele segura minha mão novamente, abri os olhos encarando o teto novamente e o olho de lado vendo ele analisar minhas unhas.

Ele beija minha mão com um sorriso no rosto. Volto a olhar pro teto que é super mais interessante.

── Pô mano, quero ficar suave contigo. ── se senta na cama e me olha ── Quero ficar suave com você e pá, aí nois pode ser um casal dos bons, tá ligado? ── fico em silêncio e ele beija minha boca.

Retribuo não querendo, a outra vez que não retribuir foi um tapa certeiro no meu rosto, ficou a marca de seus dedos por dois dias.

── Eu amo te beijar, cara. ── sua voz sai em um sussurro e ele volta a me beijar.

Sua mão vai até meu pescoço e enrosca meu cabelo, me afasto com medo dele puxar e ele tira a mão do meu cabelo indo para a cintura.

Orochi volta a me beijar rapidamente, tudo com ele é visivelmente rápido.

── Não... ── sussurro sentindo dor quando ele apertou minha cintura.

Orochi me analisa e desce os olhos para baixo onde sua mão estava apertando.

── Que merda eu fiz contigo, cara? ── pergunta a si mesmo e respiro fundo ── Merda, merda, merda.

Se levanta rapidamente e começa a andar de um lado para o outro. Olho para o homem a minha frente que está visivelmente irritado.

── Maycon...

── Você nunca vai me amar! ── grita e me assusto ── Tu sempre vai ter medo de mim, eu não quero isso. ── segura meu rosto com as duas mãos me forçando a olhar ── Eu quero que você me ame, me ame Athena. Por favor. ── pede e vejo suas lágrimas caírem sem controle ── Eu só quero que tu me ame.

Ele me abraça e não consigo retribuir, por medo. Orochi chorou como um bêbe em meus braços e eu fiquei sem reação. Simplesmente, sem reação.

🍭

Analiso a calça jeans que estou usando e suspiro agoniada por sentir calor, porém minhas pernas ainda estão muito marcadas.

Da minha cintura pra cima está quase ok, os machucados se cicatrizam com o tempo, assim como meu coração que já está pronto pra outra fuga.

Estou brincando, mas acho que se eu não tentar fugir, ficarei pior.

── Bora? ── Orochi me chama e o olho.

Ele é bonito, não tem como negar. A pele de cor chocolate cheio de tatuagens dele é o que mais o caracteriza, pois é a coisa mais linda nele.

Balanço a cabeça espantando os pensamentos.

── Vamos. ── minha voz sai baixa e ele segura minha mão.

Maycon me faz rodar e me elogia. Meu coração de aquece, é difícil ser elogiada.

── Tu vai ser a mina mais gata fi. ── se garante e beija meu pescoço ── A mais gata, só minha. ── beija meu pescoço e arregalo os olhos vendo os pelos de meus braços se arrepiarem.

── Não íamos? ── pergunto e ele sai do desvandejo.

── Verdade, gatinha. Vamo logo. ── entrelaça meus dedos e saímos do quarto.

Certo, até o ar mudou já que é a primeira vez em duas semanas que saio do quarto. Mas tudo bem né.

Saímos da casa e entramos no seu carro, muito lindo na verdade. Suspiro ansiosa pela primeira vez em estar saindo desse lugar.

── Pode abrir a janela? ── pergunto ao homem que logo faz o que peço.

Suspiro o ar quando o vento bateu em meu rosto. Sorrir mesmo não querendo, mesmo estando com meu sequestrador do lado. Eu me sentir livre.

── Tu pode pegar um resfriado com a cara pra fora. ── Orochi murmura.

── Prefiro ficar doente do que uma semana com você...

Pensei que tinha saído em meus pensamentos. Mas só reparei que falei alto quando orochi bateu no volante do carro

── Põe a porra do corpo dentro do carro! ── grita e logo faço já não segurando as lágrimas.

Orochi para o carro e percebo que algumas motos fizeram o mesmo. O homem me encara com ódio e viro o rosto pra rua que está de cor diferente por conta do vidro do carro.

── Não fode a noite, caralho! ── grita e pulo com o susto ── Eu juro por Deus, Athena; se tu vacilar mais uma vez nessa noite, tu tá fudida. ── segura meu rosto com a mão e o vira na sua direção o apertando ── Tá me entendendo?

── Sim. ──minha voz sai baixa por conta do choro.

── E para de chorar nessa porra! ── liga o carro e volta a dirigir.

Cesso minhas lágrimas com custo, não é fácil parar de chorar. Sua mão aperta minha coxa de vez em quando, indicando sua raiva.

Percebi que chegamos no local quando começamos a subir uma rua e logo vi as casinhas feitas praticamente uma em cima da outra.

Orochi subiu e logo estacionou o carro, ele desceu primeiro e eu fiquei sem reação, será que posso sair?

── Fez certo. ── ele diz enquanto abre a porta pra mim ── Sou um cavaleiro, tá ligado? Abro a porta pra tu entrar na minha carroça. ── ele diz fazendo graça e rir levemente, o que arrancou um sorriso lindo dele.

── Eu amo o teu sorriso. ── ele diz me olhando e toca em meu queixo ── Ainda mais quando é pra mim.

Beija minha boca levemente.