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Naquela manhã, Paula e Carmem estavam irritadas, não tinham dormido a noite por ficar pensando na cena que tinha acontecido na madrugada. A mais velha acordou Ingrid e a chamou para ajudar no café, enquanto estavam na cozinha, Paula acordava sentindo cheiro de café, estranhou porque tinha dispensado a faxineira.

~ pov Paula ~

Não contive o nervoso gostoso que apareceu em minha barriga vendo aquilo, Carmem estava relaxada e feliz, coisa que eu não via mais, eu sabia o quanto ela amava Ingrid e todo mundo que visse as duas juntas percebia isso. Nós poderíamos ter dado certo e se não fosse meu orgulho, eu tentaria novamente.

- Eu disse que não queria ver sua cara hora que eu acordasse, não disse? - uma das coisas que eu mais gostava, era irritar ela.

- Ih ja acordou de mal humor. Pra sua informação, estou tomando café com a minha filha.

- Tomando café ou bagunçando a minha cozinha?

- Mãe, senta aí e come vai, para de ser chata. Eu que pedi pra ela tomar café comigo.

- E outra, o Gabriel ta aí, eu preciso esperar ele.

- Ele pode muito bem ficar aqui.

- Mas não vai, ele tem reunião hoje com alguns investidores que estão querendo patrocinar o bar, tem que estar la no horário certo.

- Eu sei, dona Carmem, eu sei. - Meu filho aparece ja arrumado e beija meu rosto e o de Carmem. - Você ta sem carro e eu preciso ir, vamos?

- Não vai nem tomar café?

- Não, eu como no bar. Até mais mãe, depois eu te ligo.

- É pra ligar mesmo! Vai dar tudo certo viu. - Abraço Gabriel e dou um beijo no rosto dele.

- Tchau filha, qualquer coisa me liga, até mais Paula. - Carmem faz o mesmo com o Ingrid.

- Tchau cobra. - Me viro e fico olhando ela sair.

- Para de babar mãe, coisa feia.

- Respeito comigo garota!

~ Pov off ~

Depois de Carmem e Gabriel saírem, Paula e Ingrid ficaram um tempo na mesa conversando, a menina só sabia dizer o quanto foi importante a conversa que teve com a outra mãe e que aquilo teria esclarecido várias coisas. Isso não passou despercebido por Paula, que ficou com aquilo na cabeça se perguntando o que a loira tinha falado. Com Carmem era a mesma coisa, queria saber como tinha sido a conversa entre mãe e filho, queria detalhes, mas não tinha coragem de perguntar e tinha medo de não gostar do que poderia ouvir. Com esses pensamentos as duas foram trabalhar, quebraram a trégua no primeiro segundo que se viram e começaram a discutir sobre mais uma coisa boba, sendo separadas por Marcelo que segurava Paula.

- Marcelo, me solta!

- Vai pastel de vento, solta ela, quero ver se ela aguenta brigar comigo.

- Eu acabo com você.

- Com esse tamanho? Acho difícil. - Carmem cruza os braços e encara ela.

- Ah mas você vai se arrepender tanto. - Paula se debatia nos braços do homem.

- Carmem, não provoca.

- Eu to quieta na minha, ela que parece um pinscher. - Marcelo não se contenta e ri com Carmem.

- Se você rir mais uma vez, ta demitido. E você, cobra dos infernos, se eu te ver na minha frente de novo, prepara seu caixão que é onde você vai ficar pro resto da vida.

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