CONTINUAÇÃO DO CAP 1

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Com essa resposta eu esperava que ele iria dizer “tabom”, e sair como se isso
nunca tivesse acontecido, mas outra vez o destino me surpreendera. Ele se
abaixou e sentou-se do meu lado, o que deu a entender que permaneceria ali por mais um tempo.
- Estou aqui para conversar, pode desabafar comigo, prometo que o que for dito aqui ficará aqui.
Por fim, tomo coragem para desabafar com ele, falo de todas as minhas dores e como é difícil morar longe da família, e o sentimento de solidão que me pega despercebida várias vezes. Ele apenas me ouve e raramente diz alguma coisa, mas sempre que diz, é algo como palavras de compreensão ou “fica tranquila, vai dar tudo certo, isso é passageiro”.
Ficamos conversando ali por alguns minutos, com sorte ninguém passou pelo pátio durante esse tempo. Estávamos ali por mais ou menos uns 10 minutos, até que eu digo:
- Olha, eu agradeço por me ouvir durante todo esse tempo, sério, me ajudou bastante ter com quem desabafar, mas agora eu preciso ir pra sala. Tchau.
Após ele retribuir a minha despedida eu me viro e vou para a sala, entro como se nada tivesse acontecido e quando minha amigas me questionam do porque eu demorei tanto apenas digo “ah, eu precisava me distrair, não aguento mais essa aula”, e não digo mais nada, é claro que eu não vou dizer à elas sobre o que aconteceu há minutos atrás, isso as deixariam eufóricas e criariam mil e uma
fanfics em suas mentes férteis, e além do mais, iriam querer saber do porque eu estava chorando, e eu não estou nem um pouco afim de repetir toda a história.
Sigo pelo resto do dia pensativa, em tudo o que aconteceu, “como assim o Feio falou comigo?”, ainda estou sem acreditar, mas ajo com naturalidade, como se nada disso tivesse acontecido, afinal, foi só uma conversa, qualquer um teria parado para conversar com uma pessoa que está mal, chorando em um canto, ou será que não...?
Finalmente, mais um dia de aula termina, é hora de ir para casa, e como sempre, minhas amigas e eu ficamos conversando em frente aos nossos ônibus enquanto não da a hora de ir. Mas desta vez, eu estou com a mente um pouco mais dispersa que outros dias, por sorte, nenhuma delas reparam nisso, até porque já é normal de minha parte ficar assim em dias em que eu estou mal. Eu corro o olhar por todo o estacionamento, na esperança de encontrar ninguém em específico, mas eu sei que isso não é bem uma verdade. Após o ocorrido hoje
mais cedo, eu não havia o visto, imagino que ele tenha ido embora mais cedo como tem acontecido nos últimos dias. Logo os ônibus começam a sair, eu me despeço de minha amigas e entro, finalizando mais um dia cansativo como sempre, contando os minutos para chegar em casa.

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⏰ Última atualização: Oct 13, 2022 ⏰

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