Capítulo Dois

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Ângela

Minha nossa senhora...

Eu estava em completo estado de choque. Olhando pra ele congelada no lugar. Ele sabia. Ele sabia que o Henry era filho dele.

---- Henry. ---- chamei meu filho, estendo a mão pra ele.

Henry veio pra perto de mim, se colocando a minha frente. Eu coloquei a mão sobre o ombro dele, o acariciando e relaxando. Meu tom de voz o deixou meio desconfiado e ele já se preparava pra me defender.

Gustavo que estava olhando fixamente pro Léo, desviou o olhar pro meu filho, vendo ele se colocar a minha frente determinado. Com isso Gustavo sorriu de canto de boca.

Ele me encarou nos olhos. A expressão prepotente, o canto da boca curvados em um meio sorriso. Gustavo me olhou de cima a baixo e sua cabeça se inclinou um pouco pro lado. Me examinando.

Deus, ele parecia querer me comer viva.

---- Meu Deus! ---- Ariel disse, com o bote de sorvete nas mãos. Ela tinha acabado de virar o corredor e agora estava do lado do Gustavo.

Ariel ficou de boca aberta e então olhou pra um ponto atrás do Gustavo, como se estivesse procurando alguém e então suspirou aliviada. Ariel estava se certificado se o Leandros estava com ele... Rapidamente ela já me buscou com um olhar e eu confirmei com a cabeça.

Ele já sabe.

---- Oi, Gustavo. Está perdido por aqui? ---- Ariel pegou a filha dela no colo e passou caminhando na frente do Gustavo e depois foi pra perto do Léo.

Gustavo olhou os dois e levantou uma sombrancelha. Será que ele estava pensando que eu e o Léo estávamos juntos?

---- Eu que achei ele, mamãe! E daí eu fui levar meu desenho que o Henry fez pro tio Gus ver. E aí eu... --- Emy começou a falar toda contente.

---- Tem que ser você, né, mocinha...

Enquanto Ariel conversava com tua filha, eu não conseguia desviar meus olhos dos dele. Meu corpo formigava com a presença do homem a minha frente.

A primeira coisa que eu reparei era que ele agora usava um novo penteado, mais parecido com um corte militar. Sua pele estava mais bronzeada e a tua barba estava devidamente aparada. Ele ainda tinha o mesmo gosto pra roupas formais, mas, descontraídas. Como a calça preta e a sua camisa social, da mesma cor. Aquele pequeno toque que ele dava ao dobrar as mangas na altura do cotovelo e abrir os primeiros três botões da camisa, davam a ele o famoso ar de rebeldia...

Eu sabia exatamente o que tinha debaixo daquela roupas, e me peguei tentando tirar cada peça de roupa com meus pensamentos.

Droga.

---- Puxa, parece que vocês estão indo preparar um belo de um banquete! ---- Gustavo começou a dizer, olhando para as coisas no carrinho. Aquele tom descarado que ele usava, como se ninguém tivesse reparado nas suas intenções... Que grande idiot... ---- Vocês acreditam que eu estava justamente procurando algo pra comer?

Ele olhou pra mim e eu suspirei.

Eu já sabia que ele não iria me deixar sair daqui sem antes ter uma bela conversa com ele. E só Deus sabe o que se passava na mente doentia dele. E isso ele deixou bem claro só pelo modo de encarar.

Meu ErroOnde histórias criam vida. Descubra agora