Mercado

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Lexa estava olhando o rótulo dos dois molhos de tomate quando sentiu alguma coisa batendo na parte de trás das suas pernas. Ela olhou e viu uma garotinha com grandes olhos azuis arregalados.

- Desculpe - ela murmurou olhando para o chão, os braços atrás das costas. Lexa não conseguiu não sorrir.

- Está tudo bem. Você se machucou? - A garotinha balançou a cabeça, negando, e Lexa olhou para os dois lados do corredor, que estava vazio. - Você está sozinha?

- Eu me perdi - ela respondeu com a voz em um tom mais amuado.

- Oh, isso é ruim - Lexa disse e se agachou para ficar do tamanho dela. - Você quer ajuda para achar a sua mãe?

- Minha mãe tá no hospital - a menina disse e revirou os olhos. - Eu tô com a Clarke.

- E a Clarke é o que sua?

- Minha irmã - ela revirou os olhos de novo e Lexa se segurou para não rir. Lexa amava crianças, por mais que ela não deixe isso transparecer quando ela está com os amigos, porque não é o perfil dela gostar de crianças. Mas ela gosta. E essa em específico era fofa e revirava os olhos.

- Certo. Você quer ajuda para acha-la?

A garotinha olhou para os olhos de Lexa e entortou a boca, avaliando a adulta. No fim, ela suspirou e balançou a cabeça. Lexa sorriu para ela e devolveu os dois molhos de tomate para a prateleira e pegou a sua cesta quase cheia, antes de estender a mão para a menina.

- Eu sou a Lexa, qual o seu nome?

- Madison, mas todo mundo me chama de Madi.

- Eu sou Alexandria, mas todo mundo me chama de Lexa.

- A Clarke é só Clarke - ela riu. - Ela disse que é porque todo mundo ama o nome dela e ninguém ama o meu, mas o meu papai disse que isso é mentira.

- Claro que é mentira. Clarke deve estar com ciúmes por não ter um apelido legal igual o seu - a garotinha balançou a cabeça concordando. - Ok, como a Clarke é?

- Ela tem cabelo amarelo e ela é grande.

- Certo, você lembra a cor da camiseta dela?

- Não sei. Ela não estava usando camiseta - Lexa franziu a sobrancelha. - Ela tava com uma blusa de frio azul.

- Então ela é loira, grande e usava uma jaqueta azul? - Madi murmurou concordando. - E onde ela estava da última vez que você a viu?

- Na maça. Vamos fazer uma torta hoje.

- Que delícia, Madi - Lexa disse e apontou para o outro lado do mercado, que era onde ficava o hortifrúti. - Vamos lá na maça procurar a Clarke?

Enquanto caminhavam, Madi apontou para todas as coisas que podia e contava histórias para Lexa. Ela contou da vez que foi pescar com o pai dela e eles devolveram o peixe para o lago porque: "Não podemos maltratar os peixinhos"; ou de quando Clarke queimou o peru de Natal e a casa ficou fedida por "cinco anos, é verdade sim".

Quando elas finalmente chegaram nas frutas e verduras, Lexa olhou em volta para ver se encontrava alguma loira com jaqueta azul.

- Faz tempo que você se perdeu da Clarke?

- Sim, faz tipo... 30 mil horas.

Lexa não aguentou e riu com a fala. Claro, uma criancinha iria ter uma noção precisa de tempo, muito bom, Lexa.

- Quantos anos você tem, Madi?

- Assim, ó - ela esticou quatro dedos.

- Olha, daqui a pouco você vai ficar do meu tamanho.

Lar doce larOnde histórias criam vida. Descubra agora