-Seu pai já tá na vizinha? - perguntou Matheus ao celular enquanto abria a porta de correr que dava para a piscina.
Gabriel olhou para sua casa do outro lado da linha, viu as luzes apagadas e o carro de seu pai estacionado em frente, rapidamente observou que as luzes na casa de sua vizinha estavam acesas.
-Pelo jeito sim, - Gabriel conseguiu ver seu pai passando pela janela ao dançar com a vizinha. - eles deveriam fechar as cortinas.
- Já já chego aí, só estou esperando minha...
Ao focar sua atenção em tentar pegar suas chaves na sua bolsa, Gabriel corta Matheus falando mais uma vez sobre ter que esperar a mãe dele chegar para poder sair.
-Espera um pouco. - disse Gabriel encontrando a chave e agora tentando abrir a porta.
Matheus caminhou até a bolinha do cachorro jogada na grama e voltou para dentro, indo até a sala de TV onde sua irmã mais nova estava.
- Tenho algo pra você brincar, eu taco e você vai buscar. - disse ele mostrando a bolinha para a irmã.
- Ah, vai se foder! -berrou ela.
- Gente, o que ta acontecendo? - perguntou Gabriel ainda do outro lado da linha. - Ela pode xingar assim já?
- Vou contar pra mamãe que você ta com a boca suja! - disse Matheus jogando a bolinha em sua irmã.
- Ele vai contar para a mamãe. - zoou Gabriel imitando a voz de Matheus.
A irmã de Matheus se levanta e joga a bolinha nele, errando o alvo.
- E aí eu conto que você ta achando que eu sou um cachorro. Vamos ver quem perde vadia.
- Agora ela pegou pesado. - disse Gabriel colocando sua bolsa em um dos sofás de sua casa.
Matheus deu meia volta e foi para o seu quarto afim de arrumar suas coisas para ir até a casa do amigo.
- Você seria uma daquelas pessoas que cuidam de crianças e acabam aparecendo em jornais flagradas judiando delas.
Gabriel estava cansado e só queria contar as novidades para o amigo, ou apenas fofocar sobre quem estava passando herpes na escola. Tirou sua camisa e a jogou no balcão da cozinha, em seguida abriu a geladeira tirando uma garrafa de água e uma de conhaque.
- Cala sua boca, a doce Yara é um demônio e você sabe. - retrucou Matheus colocando o celular no viva voz e indo até seu armário que parecia mais escuro que o normal.
- Pega leve gay, ela é criança. - Gabriel deu um bom gole na garrafa de água.
Era bom sentir o gelado preenchendo todo seu corpo por dentro, matando a sede depois de uma longa caminhada, agora era como se ele estivesse pronto para tudo, pronto também para finalmente acabar com aquela garrafa de conhaque.
- Sério que você não pode falar qual é o assunto de tanta urgência?
- Se eu contar agora, não vai ter graça depois. - Gabriel riu enquanto encarava a garrafa de conhaque.
- Eu juro que se for um daqueles relatos de você e seu sugar daddy eu te mato.
- Mata nada, vem logo otário. - Gabriel tirou a calça ficando apenas de cueca, pegou a garrafa de conhaque na mão e fechou as cortinas da varanda. - Não me deixe ficar bêbado sozinho.
O celular de Gabriel recebeu uma nova mensagem, ele tira do ouvido e olha para a tela.
PRECISO FALAR COM VC!
-FERNANDAEle ignora e volta o celular ao ouvido, ouvindo a conversa da mãe de Matheus com ele do outro lado da linha.
- Amigo, estou indo. - Matheus colocou a mochila em um dos ombros, seu bico de babá estava terminado.
- Vou tomar um banho e te esperar com aquele meu hobbie da Islândia.
- Sua safada!
Matheus desligou e subiu em sua bicicleta rumo á casa de Gabriel.
🗡💖🗡
Gabriel deu um gole no conhaque e foi para a sala.
- Alexa, toque Britney Spears no volume máximo!
- Tocando Piece of Me de Britney Spears.
Começando a dançar pela casa ele sobe as escadas e ao chegar no seu quarto tira a cueca e pega sua toalha atrás da porta e vai para o banheiro.
Gabriel gostava realmente de sentir seu corpo mudando de temperatura, ainda mais depois de ter sentido calor a tarde toda por estar transando em dos quartos do Motel Villar com seu sugar daddy do momento. Sentir aquela água gelada descendo pelo seu corpo era libertador.
Ele tinha sonhos grandes e nenhum deles estavam relacionados em ser amante de um velho babão com bastante grana na carteira por toda sua vida, ele queria ser ator e também não só em peças amadoras como na escola, mas participar de novela em horário nobre.
Sorrindo para o espelho, ele pisca para si mesmo e sai pelo corredor até que algo serra um dos seus calcanhares o fazendo perder o equilíbrio no mesmo instante e caindo de bruços.
- AHHH, que merr... - gritou ele se virando para trás.
A roupa azul da pessoa que provavelmente o serrou brilhava de modo que não reproduzia luz mas, brilhava.
- Quem é você? - perguntou ele aos prantos.
A pessoa se abaixou até Gabriel com uma enorme faca de serra apontando para seu rosto, com sua perna boa ele chuta a pessoa misteriosa contra uma estátua enorme do corredor fazendo a escultura golpear a pessoa.
Gabriel conseguiu ficar em pé usando sua perna ainda boa para fugir enquanto arrastava sua outra perna, seus nervos estavam visíveis e o sangue marcava um caminho até a escultura onde ele conseguiu ver a pessoa misteriosa começando a se levantar.
Na sala, conseguia ver pelas sombras que algo acontecia no andar de cima, o papel de parede listrado dava um ar de normalidade em meio as sombras que passavam por todas as outras esculturas da coleção particular de seu pai, Gabriel aparece sendo jogado escada abaixo e empalando seu ombro numa dessas esculturas, sua visão falhava, já não tinha mais dor, até que uma pancada na nuca fez tudo acabar.
🗡💖🗡
Cecilia Aguiar estava apavorada, só que preferiu por um posicionamento como da vez em que sua mãe morreu no meio de uma apresentação que faziam no show de talentos em 2006 na frente de toda a escola.
- Ele odiaria todas essas flores. - disse.
Ela deveria ser forte, sólida e assim talvez ninguém a veria frágil dessa maneira.
- Tenha mais empatia Ceci. - lançou Danilo, seu namorado.
- Empatia? - ela desdenhou. - Desde quando você está no twitter pra saber sobre essas coisas?
Danilo revirou os olhos.
Cecilia conhecia Gabriel o suficiente para saber que ele odiaria como aquelas flores deixavam seu bronzeado uma bosta, como ser velado em uma igreja iria contra seus princípios. Ela sabia também que ele odiaria a ver daquele jeito, tentando se conter e não desabar como realmente precisava.
Sem mais, Gabriel não esperava morrer agora, que sua morte seria uma grande obra de arte nas pastas de agora uma investigação já que, ninguém sofre um "acidente doméstico" cantando Britney no chuveiro, alguém havia cerrado seu calcanhar e depois o jogou em uma escultura.
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TODAS VADIAS DEVEM MORRER
Horror🗡💖🗡VOCÊ PODE SER TUDO, MAS TEM QUE ESTAR VIVA PRA ISSO!🗡💖🗡 Alguém está fazendo o que grande parte da população de Riozinho sempre quis. Um á um, o grupo de Cecí está sendo se desmanchando em uma pilha de corpos e agora todos os segredos lev...