obs: irei me referir a Marília e Maraisa muitas vezes indiretamente e sem citar o nome.
- pare de ser idiota Marília! Você vai sim até lá. - dizia Ruth, tentando fazer a loira abrir a porta do quarto.
- eu não vou! eu já disse que estou bem aqui - Ela gritou de dentro do quarto com a voz embargada. - Marília Dias Mendonça, abra a porta agora. - A mãe da loira ordenou com a voz irritada. Já fazia uns vinte e poucos minutos que ela estava chamando Marília.
Passou alguns minutos e a loira abriu a porta. Saiu como foguete nem deu tempo de Ruth a segurar. Marília desceu as escadas pulando os três últimos degraus, saiu deixando sua mãe para trás. A porta foi ouvida sendo batida, fazendo as janelas tremerem por tamanha força.
Marília entrou em seu carro irritada, bateu a porta e ligou, fazendo com que o ronco do motor preenchesse seus ouvidos. Estava irritada e o melhor lugar para aliviar a mente seria seu porto seguro, onde ela sempre ia para fugir dos problemas.
Sua mãe estava querendo que ela fosse a casa de seu pai visitá-lo, mas pra que? ele nunca seu atenção a ela, muito menos fez questão de ver se estava viva. Sua mãe poderia ser igual ele, se não fosse por sua "bondade" de deixar a loira morar em sua casa.
Logo chegou ao seu destino, desceu do carro correndo enquanto tropeçava em seus próprios pés. Caiu na areia chorando como uma criança. Se amaldiçoando por ter a vida tão problemática. A praia era solitária, isso deu a ela a liberdade de gritar até que seus pulmões implorassem por ar. Ela caiu deitada deixando que as lágrimas escorresem por seu rosto.
Fazia umas duas horas que ela estava deitada na areia olhando o céu. Já havia parado de chorar, mas seu rosto se encontrava todo borrado por sua maquiagem. Levantou com dificuldade, foi até seu carro pegando algumas garrafas de álcool. Se sentou novamente na areia, abriu uma e logo virou um grande gole. Quando viu já tinha bebido as três garrafas de vodka que estava em suas mãos.
Começou a rir alto amargurada, enquanto as lágrimas voltavam a cair. Estava bêbada numa praia, chorando sem parar, totalmente sozinha. - ótimo Marília Mendonça, você está sendo muito responsável como sempre. - pensou a loira.
Estava viajando em seus pensamentos quando uma garota de cabelos castanhos foi se aproximando até chegar nela. A garota parou a uma distância consideravelmente perto. Ficou estudando a loira no chão até que se pronunciou.
- Moça? Está bem? - a voz doce chegou aos ouvidos da loira, que olhou fixamente nos olhos da morena.
Não conseguia pronunciar palavra alguma, então tudo que saiu de sua boca foi um resmungo baixo. A garota ficou olhando para ela como se estivesse procurando algo a fazer.
- Deus, você está toda suja! - a morena disse se aproximando e logo se abaixou perto de Marília. - Está bebada, sabe me dizer seu nome?
Marília olhou pra cara da moça e começou a rir. A menor que estava abaixada em sua frente franziu a testa em questionamento. Ela seria louca por acaso? Pensou a menor.
- Você está bem moça? - perguntou novamente. Não ouve resposta, apenas coisas indescritíveis era resmungada pela loira.
Sem paciência, a morena decidiu ajudar a desconhecida. Marília começou a ver apenas borrões e nada muito concreto. Tentou se levantar com a ajuda da menor mas caiu logo em seguida. Começou a rir por seu tombo, tentou se levantar novamente, e caiu, mas dessa vez trouxe a menor com si.
A morena riu mas se desesperou assim que Marília apagou. Pegou seu casaco e começou a chacoalhar para fazer vento, enquanto tentava acordar Marilia. Sem sucesso. Se levantou vendo a loira deitada no chão. Olhou em volta e avistou um carro. Bom, deveria ser da loira, já que só tinha ela na praia. Olhou de novo para loira jogada no chão, mas viu ela se movimentando.
- moça? - chamou, empurrou Marília com o pé, mas viu que a mesma estava dormindo, e pelo visto um sono pesado. Viu que o bolso da frente da calça da maior estava com uma chave pendurada, julgou ser do carro.
- ok, você consegue - disse a si mesma assim que começou a arrastar a loira pela areia. Chegou até a porta do carro e destravou. Abriu a porta com dificuldade pois a loira estava pendurada em um de seus braços. Entrou no banco de trás puxando a loira, assim que conseguiu, saiu pela outra porta. Deixou a loira numa posição confortável, fez um travesseiro com seu casaco e deitou a cabeça da loira.
Pensou em deixar um bilhete, mas não o fez. Trancou as portas e saiu. Que dia louco. pensou a morena.
{...}
O sol invadiu o carro, incomodando os olhos de Marília. Assim que abriu logo os fechou tampando com seus braços. Sua cabeça doia como se estivesse sendo perfurada, suas costas estavam horríveis, e sentia um incomodo embaixo de si, se remexeu e pelo o que pareceu era areia.
Levantou assustada assim que se lembrou de que não voltou para casa de noite. Olhou em volta e viu que estava em seu carro. Sentiu um cheiro forte de perfume invadir suas narinas e olhou para o lado. Um casaco estava jogado sobre o banco. Arregalou os olhos em espanto.
- Mas que diabos! - Exclamou assustada. O que havia acontecido? Eu lembro de chorar, beber, e depois... depois eu não lembro. - meu deus, será que eu comi alguma mulher e não lembro? - colocou as mãos sobre o rosto. Lembre-se de nunca mais beber tanto quando estiver sozinha. Disse a si mesma.
Conferiu se estava com tudo o que te pertencia e logo saiu com o carro. Chegou em casa mas não saiu de seu carro, ficou na garagem encarando o painel. Sabia que assim que entrasse iria escutar muito de sua mãe. Droga, por que tenho que ser assim? se Perguntou enquanto saia do carro. Entrou em casa e já deu de cara com sua mãe sentada no sofá assistindo.
Passou reto, mas quando estava quase pondo seu pé no primeiro degrau sua mãe a chamou.
- Olá filha bom dia pra você também, sim eu dormi bem e você? - A mãe da loira disse sarcástica. Marília revirou os olhos, não estava nem um pouco bem para sermões e palestras sobre "eu sei que você já tem mais de 18 anos, mas poderia pelo menos ter me avisado" bufou e se irritou ainda mais só de pensar. - Onde estava Marília? - sua mãe perguntou.
- Onde eu quis estar. - respondeu seca.
- Eu sou sua mãe, me diz onde passou a noite inteira, por que em casa não foi. - Disse Ruth enquanto se aproximava da loira.
- por favor, não dê uma de mãe preocupada por que você não é! nunca ligou e agora quer se pagar. Eu tenho a porra de vinte e três anos e não te devo satisfação de onde eu estou ou deixo de estar. - Ia se virando quando sua mãe segurou seu braço com força, fazendo-a virar.
- Olha aqui... - disse enquanto aprontava o dedo na cara da loira - Você mora embaixo do MEU teto, você me deve satisfação sim! agora anda Marília, onde estava?
- Olha, eu estava tentando por a cabeça no lugar, ok? Que saco! - Respondeu bufando, puxou seu braço da mão de sua mãe.
- Você está cheirando a bebida, seu cabelo ta horrível, e a maquiagem borrada. Deus, você é minha maior decepção. - Ruth disse com desgosto enquanto voltava a se sentar.
- fodasse o que você pensa. - Marília gritou assim que entrou em seu quarto.
Se jogou na cama, voltando a pensar no tal cheiro, e o que poderia ter acontecido noite passada. Nem sequer lembra da suposta moça que esteve com ela.
.
autora: sim, comecei outra fic. meus planos são eu conseguir escrever para as duas.
enfim, vou tentar fazer essa mais elaborada.
beijinhos.
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You Are My Salvation.
RomanceDuas almas, um sentimento... como uma poderia salvar a outra?