Kim Taehyung

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Eu encarei o rapaz em silêncio e depois não contive minha gargalhada, fazendo com que ele franzisse a testa sem entender.

— Estou tão louca que estou vendo Kim Taehyung na minha frente! Ah, Deus, quando vou ter jeito? — Falei em português para o universo. Mas o rapaz que parecia ser Taehyung não desapareceu e continuou me observando. Então tentei sair de lá, mas a cada tentativa de levantar, caia novamente; me fazendo desistir e deitar na areia. Preferi observar as estrelas para ver se o garoto sumia, mas o céu parecia tão borrado na minha visão.

Estava ficando irritada e, de repente, sinto uma mão tocar meu ombro.

— Está tudo bem com você? — O Taehyung-clone me perguntou em inglês.

— MEU DEUS! Tem realmente alguém aqui. Quem é você? — Me empurrei para trás com o pé na areia.

— Calma! Quero te ajudar. — Ele esticou a mão para que eu pegasse, mas fiquei desconfiada e com medo. Então depois de olhá-lo novamente consegui enxergar melhor seu rosto. Definitivamente ele parecia muito Taehyung, talvez porque eu estava bêbada e o lugar um tanto escuro. Mas poderia jurar que era o próprio idol na minha frente.

Ele sacudiu a mão novamente, mostrando que ainda estava disposto a ajudar. Então dei de ombros e peguei sua mão. O rapaz me ajudou a se levantar e limpei toda a área que estava sobre meu corpo. Um vento frio passou por nós e eu me tremi gritando, fazendo com que o Taehyung-clone risse.

— Por quê você está rindo de mim? — Perguntei, encarando ele. — MEU DEUS! Você realmente parece muito com Kim Taehyung, meu ex-ídolo de adolescência.

— É mesmo? — Ele continuou rindo, jogando o cabelo para trás de forma charmosa. — Como ele é?

— Nossa! É o homem mais bonito do mundo.

— E quem é mais bonito? Eu ou ele? — Taehyung-clone me perguntou, parecendo se divertir com a situação.

— Ele com certeza. — respondi assertiva, estava irritada com aquele rapaz. — Você pode parecer com ele, mas o Kim Taehyung original só existe um.

— Tudo bem! Esse cara deve ser bonitão mesmo. — Ele respondeu, tendo uma crise de risos. Eu reviro os olhos e desisto de entender do porquê ele estar rindo tanto, mas quando menos percebo sou levada pela gargalhada dele e estou risonha do mesmo jeito. Logo depois que o Taehyung-clone se recuperou, uma feição mais serena tomou conta de seu rosto.

— Me diga uma coisa: você disse que pareço seu ex-ídolo de adolescência. Por quê você disse como se fosse algo do passado. Você não gosta mais desse cara?

Fiquei em silêncio e senti meu olho encher de lágrimas. Talvez fosse o álcool que me deixou à flor da pele ou o fato de não falar sobre esse assunto há muito tempo.

O BTS era meu maior sonho e durante toda minha adolescência, eles pareciam ser a razão da minha existência. Todas as minhas ações giravam em torno do grupo, desde o ato de acordar para ver um show deles às seis da manhã ou até mesmo falar deles em todas as rodas de pessoas em que eu estivesse.

Todos os dias eu rezava pelo momento em que tivesse a oportunidade de vê-los pessoalmente. Tinha quase que se tornado um ritual de manifestação ao universo, o que me deixou louca e paranoica por um bom tempo. Depois de tocaram no Brasil quatro vezes e eu não pude ter ido, fez com que minhas esperanças enfraquecessem sobre um dia poder realizar esse sonho.

Cheguei até a trabalhar meio período em uma lanchonete para conseguir juntar dinheiro para um próximo show deles no Brasil, mas esse show nunca veio. Todo instante que o BTS surgia para anunciar algum concerto novo era no exterior. Por isso, com o tempo, esse sonho acabou se tornando um pesadelo e o principal motivo das minhas crises de ansiedade.

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