-É um prazer que tenha se reunido conosco essa noite, Koko. -disse Ran. O Haitani mais velho arrumava a fantasia que fazia par com o irmão mais novo no espelho.
Ambos os Haitani, dois dos líderes e pilares centrais do maior sindicato do crime japonês vestiam roupas de policiais, enquanto debochavam do trabalho dos servidores públicos. Rindou havia ficado muito bem no uniforme, ficando até apertado em si, e Ran usava um que com certeza era um número maior. Mesmo que não fosse mais tão magro quanto era na adolescência, Ran estava longe de ser um homem esculturalmente musculoso.
-Se eu não trabalhasse tanto, suas bundas estariam apodrecendo em uma cadeia barata e vocês não estariam gastando milhões em uma festa boba -cortou Hajime. Ele arrumava o vestido enquanto digitava furiosamente no celular.
-Que grande forma de dizer que está adorando a festa -disse Kakucho.
O número três de Bonten esperava que sua fantasia de Homem-Aranha não causasse uma má impressão nos convidados. Ele não precisava matar ninguém por dizer que era grande demais para esse tipo de fantasia ou que seu corpo grande e definido nunca fosse ser confundido com o do adolescente Peter Park. Hitto amava esse tipo de herói, e principalmente, era o favorito de Izana. Eliminaria alguns lixos para ser deixado em paz sobre. Ele passava o capuz da mascara entre uma mão e outra, avaliando se, em algum momento, ela seria necessária.
-Os velhos não vão participar? -perfuntou Rindou. Ele olhava diretamente para Mochi e Akashi que pareciam repudiar e desprezar a ideia de festejar em um momento tão inoportuno. Rindou tinha certeza que eles achavam que eles terem vida era claramente inoportuno. Ele não sabia porque, mas sabia que "inoportuno" era uma frase que apenas velhos jurássicos usavam. -Eu prendo vocês. -ameaçou ele, apontando as algemas para os dois.
-Por agressão a diversão. -completou Ran, imitando o gesto, nas com a arma em punho. Mochi suspirou, levantando-se para sair para o mais longe possível daquelas pessoas com Takeomi em seu encalço -Sem graças! -Akashi desejou poder se teletransportar para longe da baderna e da confusão ainda seguindo Mochi para o caminho até os quartos da mansão.
-Certo, onde estão Mikey e Sanzu? -questiona Hitto. O número três já estava na companhia dos irmãos a tanto tempo, mas não sabia onde o líder e o número dois estavam.
-Ah, Sanzu está tentando convencer Mikey a descer alguns minutos. -avisou Koko, apontando o celular as vistas do mais novo. Hitto tensionou o corpo para frente e bufou. Ele sabia que Mikey descer significava trabalho pra ele ou qualquer outro. Sanzu poderia ficar de olho até beber demais ou tomar alguma merda que o fizesse ficar fora de ar pelo resto do tempo. Nem um pouco confiável. -Se Mikey não descer...?
-Sanzu desce sozinho. -disse Ran, com um sorriso falso e sarcástico no rosto. Ele e o irmão se olharam, como em um segredo mútuo e encararam Kokonoi. Os olhos em tons diferentes de lilás pareciam querer engolir Hajime num fogo sagrado Dionisíaco. -Eu comprei algo especial para ele. E ele não vai poder recusar.
A música entrava pelas frestas do escritório, mesmo com as paredes a prova de som, parecia se infiltrar naquele ambiente sagrado e silencioso. Hajime suspirou antes de alcançar um drink. Ele mesmo não gostaria de ir para aquele lugar, mas era quase impossível vendo que seus melhores "acionistas" estariam. Era a oportunidade para negociar e arrancar dinheiro de alguns velhos babacas.
-Sanzu está lá embaixo. -avisou Rindou, guardando e smartphone -Mikey não vai nos agraciar como Koko.
-Se foda, Haitani. -reclamou Hajime. Ele estendeu a mão para buscar a de Hitto, que estava estendida para si.
Os membros do alto escalão de Bonten desceram juntos, como numa fila hierárquica com Kakucho e Hajime na frente, seguidos alguns degraus de diferença do irmãos Haitani, que pareciam seguranças particulares de um casal de riquinhos importantes. Rindou se sentiu desconfortável quando os outros pararam para vê-los, mas Ran parecia adorar a sensação de ser uma estrela.
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Trick or Treat
FanfictionUm conto sobre se perder na imensidão alheia e detalhes decorados demais