2018
𝔽altavam apenas 3 minutos para meu turno chegar ao fim. Eu acabara de servir uma última mesa com uma garrafa de cerveja.
- Muito bem. Victoria, quando for sair, poderia virar a placa da porta e mudar para "fechado"? - Leah me perguntou, enquanto eu guardava meu avental.
- Claro. Sem problemas - disse, e peguei minha bolsa na bancada - Boa noite, Leah. Até amanhã!
- Boa noite. Até!
Saí em direção a porta do bar; antes de passar, virei a placa ao lado do avesso, onde estava escrito "fechado". Desviei o olhar para a estrada. Estava praticamente vazia, como de costume, oque tornava aquele lugar um pouco perigoso.
Segui pela calçada, com o olhar sempre desconfiado. Nunca me acostumei com aquela rotina, apesar de já segui-la desde os últimos 14 meses. Sentia-me abençoada por seguir aquela rota todos os dias, e nada nunca ter me ocorrido. Pelo menos até hoje.
Continuei caminhando, até quando avistei um poste, cuja luz oscilava o tempo todo. Era sinal de que já estava perto de casa. Fazia duas semanas desde que aquele poste de luz começara a servir de aviso para mim. Senti uma pontada de alívio assim que passei por ele.
Apenas uma pontada, que desapareceu quando um barulho inconfundível de uma moto em alta velocidade parecia se aproximar. Olhei para trás, e vi que a moto estava á beira da estrada; aparentemente, vinha em minha direção. Aquela pequena porcentagem de alívio de repente cessou. Voltei os olhos para frente num átimo, e acelerei a velocidade do passo; quando percebi, já estava correndo pela calçada.
Estava tão desesperada que quase não percebia por onde andava. Claramente, meus esforços seriam em vão. Meus passos jamais se igulariam á velocidade do veículo. Mas ainda assim continuava. Minha casa estava tão próxima, parecia tolice desistir.
Tão próxima...
Já estava á vista.
Continuei correndo como uma louca até a porta. Abri minha bolsa em desespero, procurando as chaves da casa. Quando achei a certa, tentei enfiar na fechadura, mas minhas mãos tremiam tanto que tornavam algo tão simples de se fazer, uma dificuldade.
Droga!
A chave não entrava completamente na fechadura. Era a chave errada. Nem havia me dado conta disso. Procurei, entre as outras duas, a certa.
Uma mão pousou em meu ombro repentinamente.
Soltei um grito alto e agudo, acompanhado de um chute que desferi no sujeito que eu não fazia idéia de quem poderia ser. O homem rangeu os dentes de dor. Eu o fitei, de olhos arregalados, quando ele levantou a mão, dando sinal para que eu esperasse. Recuperou-se, e tirou o capacete lentamente. No exato momento, meu desespero tornou-se raiva.
- Ah, meu Deus! Peter?! - perguntei, a indignação estampada em meu rosto.
- Oi, Vicky...
Pus as mãos sobre a cabeça.- Céus! Você enlouqueceu? Quase me matou de susto! - reclamei, em alto tom de voz.
- É, acho que percebi isso.
Balancei a cabeça.
- Tem idéia do quão desesperada eu fiquei?
Ele abaixou a cabeça, e fez uma expressão que realmente parecia de arrependimento.
- Tá... Me desculpa.Suspirei.
- Tudo bem.
Ele sorriu, abriu os braços, e me abraçou fortemente. Eu devolvi o gesto.
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"Admirador Secreto"
KurzgeschichtenVictoria é uma jovem de 20 anos de idade que trabalha em um pequeno restaurante bastante conhecido em sua cidade. Certa noite, ao voltar tarde do trabalho, ela recebe uma visita inesperada de seu namorado, Peter, que acaba descobrindo que Victoria v...